sábado, 4 de abril de 2015

PÁSCOA


PÁSCOA
(Por Jackson Valoni)

É meia-noite. O país inteiro teme pelo anúncio pronunciado há poucos dias. Moisés já havia alertado ao Faraó sobre o que iria acontecer, mesmo tendo sido ameaçado de morte se, novamente, aparecesse na sua frente (Êxodo 11:4; 10:28). Nenhuma das nove pragas que atingiram o Egito teria acontecido se o Faraó tivesse aceitado o pedido de Moisés: libertar os escravos para que eles pudessem chegar à terra que Deus havia prometido. Mas agora aconteceria a última e pior praga de todas. Os primogênitos das famílias, entre adultos e crianças, estavam com sua vida em risco. Nem animais seriam poupados.

Para preservar aquelas vidas, cada família teria que separar um cordeiro como sacrifício e seu sangue passar nas ombreiras e na verga da porta das casas. A carne daquele animal seria assada e servida como alimento, junto com pães sem fermento e ervas amargas (Êxodo 12:7-9). Foi durante aquele jantar, com sangue na porta e apreensão no peito, que a Páscoa foi institucionalizada.

Páscoa significa, literalmente, “passar por cima” (Êxodo 12:27). Simbolizava o livramento que Deus havia dado àqueles que seguiram a ordem divina em oposição à morte dos egípcios, fruto da desobediência. A morte passou por cima das casas daqueles que não foram atingidos pela praga, sinal de que Deus aprovava o sacrifício daquele cordeiro. A vida encontrava agora um novo caminho, não mais para a escravidão, mas para um lugar especial, fértil, “que mana leite e mel”, longe da humilhante vida no Egito. Por quatro gerações seguidas tinham ouvido falar que Deus havia prometido um refúgio (Gênesis 15:16). Era o momento de ir até a famosa Canaã.

No Egito, a décima praga castigou aqueles que rejeitaram obedecer aos propósitos de um Deus que era conhecido por todos. Aos olhos de quem negava o Deus dos hebreus, os inúmeros deuses que já idolatravam, representados por elementos da natureza e forjados em metais sob formas animalescas, eram mais eficazes e atraentes. Também não achavam conveniente a adoração de um único Deus, o mesmo dos escravos.

Aquele ambiente de horror e salvação, invadido pelo som do desespero e clamor de pessoas aterrorizadas por testemunharem a morte de parentes e amigos, nos leva até a cena da cruz, onde Jesus fazia o papel de Cordeiro da Páscoa (1 Coríntios 5:7). O sangue de Cristo, assim como o do cordeiro na porta das casas, é o símbolo do perdão. “O salário do pecado é a morte” (Romanos 6:23), “sem derramamento de sangue não há remissão de pecados” (Hebreus 9:22).

O cordeiro, nos dois episódios, teve que ser sacrificado a fim de resgatar vidas. Jesus é a nossa Páscoa, Seu amor demonstrado na cruz passou por cima dos pecados da humanidade e hoje podemos ter a certeza de que estamos ainda mais perto da nossa terra prometida, a Canaã celestial (João 14:2,3).

“Porém ele estava sofrendo por causa dos nossos pecados, estava sendo castigado por causa das nossas maldades. Nós somos curados pelo castigo que ele sofreu, somos sarados pelos ferimentos que ele recebeu. (...) Depois de tanto sofrimento, ele será feliz; por causa da sua dedicação, ele ficará completamente satisfeito. O meu servo não tem pecado, mas ele sofrerá o castigo que muitos merecem, e assim os pecados deles serão perdoados” (Isaías 53:5,11).


“E ao olhar pra Cruz eu entendo o amor derramado ali por mim
Sacrifício de sangue por um pecador
Não sou merecedor, Tua graça me alcançou.”

(ADORADORES. DVD-Adoradores. Ao olhar pra cruz, Novo Tempo, 2014. DVD)

4 comentários:

  1. A nossa páscoa é Cristo. Ele é o cordeiro de Deus que morreu pelos nossos pecados.Agora não somos mais escravos do pecado, não somos mais escravos do medo, não somos mais escravos da morte. vitória? E hoje é dia de comemorar. Feliz Páscoa! Feliz Sábado!

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  2. "A vida encontrava agora um novo caminho."
    Isso resume tudo. O plano. Os sonhos.
    Feliz Páscoa!!

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