O
MELHOR ALVEJANTE DO MUNDO
(Por Eduardo Santos)
Um
dia desses estava repassando na cabeça uns momentos legais que vivi dentro da
faculdade, coisa de quem começa a sentir falta de algo que está próximo do fim,
e me lembrei de uma aula experimental na qual falamos sobre corantes. O tema da
aula não era, especificamente, sobre corantes, mas sobre estabilidade e métodos
de remoção deles. Achei aquele tema interessante, pois teria uma aplicação
vasta na minha vida pessoal. Afinal, já bati o "record" de roupas
manchadas que não conseguia recuperar.
Há
algum tempo, creio que uma das sugestões para resolver problemas com manchas
seria um bom molho em água sanitária (solução aquosa de hipoclorito de sódio),
mas esse artifício caiu em desuso, ou passou a ser menos usado, para dar lugar
aos novos e potentes alvejantes, com a proposta de utilizarem o poder do O2
(oxiespuma ou qualquer outro nome referente ao oxigênio) e de serem mais
ecológicos por não produzir gás cloro.
Aprendi
bastante coisa naquele dia de aula. A principal foi que o grande responsável pelo
branqueamento não é o oxigênio; ele acaba levando a fama de uma substância bem
menos conhecida: o percarbonato de sódio (2Na2CO3.3H2O2).
Opa... tomou um susto com essa mistura de letras e números? Não se desespere!
Talvez fique um pouco mais fácil de identificar alguma coisa conhecida, nem que
seja uma pequena parte, se eu disser seu outro nome, veja se isso ajuda:
peróxido de carbonato de sódio. Ajudou?
Na
verdade, quem realiza o branqueamento são espécies muito reativas produzidas
pelo H2O2 - a água oxigenada presente no percarbonato de
sódio que contém o oxigênio em sua composição. Talvez essa confusão seja apenas
uma tentativa de simplificar algo não tão simples que deu origem a esta
história. Assim como àquela dos shampoos sem sal, mas isso ‘daria pano pra
manga’, fica para outro dia!
Não
sei se você ainda se lembra, mas, alguns dias atrás, eu contei que minha cor
favorita era o vermelho. Curiosamente, essa sempre foi a que mais me deu
trabalho para remover. Simplesmente, porque ela não sai; se transforma em
outra. Pensando em coisas que “grudam” e “não desgrudam” não importando o
esforço que façamos, me lembrei de uma frase de Paulo que diz o seguinte: “Porque não faço o bem
que quero, mas o mal que não quero esse faço. Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que
habita em mim.” (Romanos 7:19-20).
A
associação veio quase que instantaneamente, pois logo me lembrei de um texto
bíblico que fala assim: “Vinde então, e
argui-me, diz o Senhor: ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata,
eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o
carmesim, se tornarão como a branca lã.” (Isaías 1:18). Engraçado,
entre mim e o profeta Isaías existem alguns milênios de diferença, mas temos o
mesmo problema com corantes vermelhos.
Há
umas três semanas, tentei tirar uma mancha dessa cor com o auxílio de um dos
alvejantes que temos à venda. Não deu muito certo; passei a ter uma mancha rosa
ao invés de vermelha. Tendo ou não problemas com corantes avermelhados, todos
nós lutamos com o pecado que habita em nós e lutaremos até que Cristo volte
para erradicá-lo. Mas continuar manchado enquanto isso não acontece é escolha
nossa, pois o alvejante infalível Ele mesmo oferece. E faz questão de reforçar
em várias partes da Bíblia que está disposto a aplicá-lo em nossa vida, afinal,
“Se confessarmos
os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos
purificar de toda a injustiça.” (I João 1:9).
Como
última reflexão, deixo este texto que fala sobre o nível de esquecimento de
Deus em relação aos nossos pecados após uma confissão sincera de nossa parte e
seu perdão: “Quem
é Deus semelhante a ti, que perdoa a iniquidade, e que passa por cima da
rebelião do restante da sua herança? Ele não retém a sua ira para sempre,
porque tem prazer na sua benignidade. Tornará a
apiedar-se de nós; sujeitará as nossas iniquidades, e tu lançarás todos os seus
pecados nas profundezas do mar.” (Miqueias 7:18-20).
Eu,
na minha curiosidade, fui procurar o ponto mais profundo no oceano que o ser
humano, em sua parca capacidade, foi capaz de alcançar e descobri que o local
se chama “Trincheira de Mariana”, localizada a 11 km da superfície. Essa
metáfora foi utilizada só para nos fazer entender que para Deus nossos pecados
deixam de existir após seu perdão. É, literalmente, receber uma folha em branco
e recomeçar do zero. Apesar de ser inconcebível para nós, esse perdão é real e
todo nosso, basta pedirmos!
Esse lance de profundezas do mar me remete sempre a duas coisas: ao lugar onde são lançados os meus erros perdoados e à ideia de que em qualquer lugar do mundo Deus estará comigo - mesmo que eu habite nos extremos do mar; até ali a Sua mão me guiará!
ResponderExcluirQuanto ao que Paulo escreveu no texto q vc cita... Sabe quando vc lê uma coisa que traduz exatamente o que você pensa e sente e então você diz: "poxa! eu gostaria de ter escrito isso!"? Pois é... o bem que quero fazer não faço, e o mal que não quero fazer, esse faço. Ainda bem que contamos com o perdão e com as profundezas do mar!
Sinto isso também quando leio este versículo, pena que Paulo escreveu primeiro....rs
ExcluirMas graças a Deus que existe este perdão tão tremendo já que fazemos aquilo que não queremos por saber que é errado!
Sabe que eu também gostei disso, Amigão?
ExcluirEssa é nova pra mim... a mancha vermelha não sai da roupa, ela muda de cor! Maneiro
ResponderExcluirComo diz o hino "Alvo mais que a neve":
"Se nesse sangue lavado
Mais alvo que a neve serei"
Aqui, porém, é o sangue de Cristo que clareia nossa vida.
Justamente! O sangue de Cristo é nosso único meio de estarmos limpos.
ExcluirBela mensagem. Como é saber que meus pecados estão no fundo do mar, em um local onde é proibido pescar.
ResponderExcluirAbraços!
Gostei desse seu pensamento: "... em um local onde é proibido pescar." Isso reforça a sensação que o profeta queria passar de que, depois que Deus lança lá, nada pega de volta!
ExcluirGrande abraço!