quinta-feira, 30 de novembro de 2017

APRENDENDO COM MINHA AVÓ


APRENDENDO COM MINHA AVÓ
Carina Baptista - USA

Oi pessoal, tudo bem??

Se tem uma coisa certa, nesta minha vida, é que eu gostaria de ser mais parecida com a minha avó. O jeito dela. Ela tem 85 anos e apesar de agora estar mais fraquinha, é uma pessoa que me ensina o tempo todo (inclusive o que não fazer, rs).

Quando eu nasci ela já era velhinha, cabelos brancos, pele bem morena (ela diz que foi do sol, porque as irmãs dela eram brancas – sei... hahaha), e tem um humor único! Nunca vi minha avó fazendo questão de nenhuma coisa material; sempre viveu de forma simples e ficava feliz com coisas simples. Ela era muito forte - os cabelos brancos enganavam muita gente! E eu me lembro de que durante todo o ensino fundamental (do sexto ao nono ano de hoje) ela me levava até o ponto de ônibus, todos os dias, às 6h da madrugada, para eu "não andar sozinha na rua". Ela dizia: "A rua é muito escura e perigosa, filhinha...". Lavava roupa, arrumava a casa, fazia comida... tudo! 

Hoje em dia ela já não faz mais essas coisas, mas o cuidado e o carinho pelos netos permaneceram. De vez em quando ela levanta e fala: "Iiih!! Tenho que ver a comida de vocês!" – mas, geralmente, a comida já está pronta. 


Uma coisa que sempre me marcou, na minha avó, é que ela sempre teve muita facilidade para perdoar. No auge da minha adolescência e na da minha irmã, minha avó estava no auge da terceira idade (rs); esse encontro era explosivo e, às vezes, a respondíamos de forma não tão legal... e mesmo quando não íamos, imediatamente, pedir desculpas, ela nos perdoava.

Ela tem um coração tão bom e puro que, para os mortais, parece até que é tola, ingênua demais. Mas eu queria ser mais assim. Minha avó não guarda mágoa (se guarda, finge bem), é temente a Deus e sempre faz sua oração ao acordar e ao dormir.

Como eu busco ser uma pessoa melhor a cada dia! Não é nada fácil ter que deixar nossa natureza pecadora/humana/orgulhosa de lado.

Minha mãe diz que o segredo da minha vó é levar a vida de forma leve e não esperar muito das pessoas. Quando a gente vive assim, um sorriso será o ponto alto do dia; o que acontecer além disso será motivo de festa!

Minha dica de hoje é que você (assim como eu) busque a cada dia viver de forma mais leve, ficando feliz com coisas simples e valorizando cada vez mais as pessoas - mesmo quando elas não merecem – do jeitinho que minha avó fazia e faz.
Que você tenha um dia lindo!

quarta-feira, 29 de novembro de 2017

CHAVES


CHAVES
João Octávio Barbosa – Bento Ribeiro City – RJ


Para tudo, que hoje é dia de falar de Chaves! Após todas as milhares de horas que eu e você passamos em frente a uma televisão assistindo Chaves, será que ainda podem descobrir coisas novas sobre isso? Vamos descobrir agora.

O programa passa no SBT desde 1984. Em algumas épocas, passava-se mais de um episódio por dia. Isso é mais do que suficiente para que muitos de nós saibamos de cor diversas cenas.

Se eu falar aqui do choro do Quico, do piripaque do Chaves, dos olhares que Dona Florinda e o Professor Girafales trocavam, e do vestido azul da Bruxa do 71, você não ouve, vê, e se lembra de cada uma dessas coisas como se estivessem na sua TV agora?


Quem pode se esquecer do Chaves lendo uma carta de forma toda errada?! Do Seu Barriga entrando e levando uma pancada?! Do Seu Madruga fugindo do dono da vila?! Da Chiquinha escrevendo um bilhete no dia de São Valentim?!

Quantos episódios marcantes, não? A chegada da maravilhosa máquina de lavar. O cinema onde era melhor ter ido ver o filme do Pelé. O terreno onde se aprendeu a jogar futebol americano. A visita do ator Hector Bonilha. O concurso de Miss Universo na televisão. Quem é culpado: o gato ou o Quico? Ou o Chaves? E Acapulco? Quantos de nós não choramos com aquela triste canção em Acapulco, num pôr do sol solitário na praia...?


Chaves sempre nos ensinou sobre a pureza e a inocência de uma criança. Sobre como podemos ser bons, e evitar a maldade. Afinal de contas, é esse sentimento bonito que só as criancinhas têm que tanto nos fascina, e que perdemos sem perceber. Se há um Céu, um paraíso para os que fecham com o certo, esse Céu é das criancinhas. E eu não sou o primeiro a dizer isso.

Jesus disse-lhes: Deixai vir as crianças a mim, e não os impeçais; porque deles é o reino de Deus, o Céu. (tradução livre)
Marcos 10:14

SPOLIER FINAL. Bem, não tem muito como dar spoiler de Chaves. Alguns dos meus amigos conhecem capítulos inteiros da série e eu também. O que talvez as piadas infantis do programa podem ter impedido que nós percebêssemos é a profundidade do caráter das pessoas daquela vila.

Certa vez Chaves foi acusado de ser um ladrão, ladrão, ladrãozinho. Não era verdade. Isso foi descoberto e perguntaram para ele o que ele desejava para o verdadeiro gatuno, o senhor Furtado.

Não, ele não disse “bandido bom é bandido morto”. E tem gente que enche a boca para falar isso hoje em dia, mesmo que um tempo atrás, quando era criança, tenha tido a oportunidade de ouvir Roberto Bolaños afirmar por seu personagem Chaves: “Eu quero que o ladrão se arrependa, devolva as coisas que roubou e seja bonzinho.”.


Jesus disse que a gente devia ser que nem o Chaves. Se a gente erra, que seja sem querer querendo. Se for para julgar, que seja sempre eu, sempre eu, tudo eu, porque julgando o outro a gente se machuca, mas no autojulgamento a gente cresce.

Inocência, pureza, bondade. Se você é jovem ainda, amanhã velho será. Ao menos que o coração sustente a inocência, a pureza e a bondade que nunca morrerão, serão eternas, sustentadas no Reino de Deus, o Céu, pelas mãos de Jesus.



Não peço que concordem, espero que reflitam! 

terça-feira, 28 de novembro de 2017

PORQUE ELE VIVE


PORQUE ELE VIVE
Airton Sousa - Direto de Paciência-RJ

O meu sobrinho Miguel tem dois anos e já é desde algum tempo a sensação da família. Eu nunca vi um bebê tão feliz quanto esse. Superativo, brincalhão, debochado e com um grande talento para o humor e para a música. Seus pais são músicos: tocam e cantam - o pai em banda e a mãe em coral. E o Miguel canta qualquer música o dia inteiro.

Um dia desses, o Miguel estava comendo uvas e nós travamos o seguinte diálogo:
- O que você tá comendo?
- Uva!
- Me dá uma?
- Nããooo!
- Não, Miguel? Por quê?
E ele respondeu cantando:
- Porque Ele vive, posso crer no amanhã...
- ...

Enquanto pensava nessa cena engraçada, eu me lembrei de Mateus 18: “Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos fizerdes como meninos, de modo algum entrareis no reino dos céus.” (Mateus 18:3).

Copiei esse verso em meu caderninho de anotações pro blog e fiquei meditando durante o dia: Eu preciso me tornar como esse menino para herdar o reino de Deus. E eu me lembrei disso várias vezes e em todas as vezes e cada vez que relia eu pensava nas minhas dificuldades para tornar-me como uma criança. Meus defeitos de gente grande... Aquela mania de me preocupar, de andar ansioso...
Mas Deus vive!
E se Deus vive eu posso deixar de ser ansioso e já posso crer no amanhã.


Eu não sei como será o amanhã. Mas sei que para muita gente confiar em Deus é bastante difícil. Hoje mesmo enquanto escrevo este texto estou pensando: Que tipo de Deus me deixaria chegar até aqui, sentir o gostinho da vitória e no final eu me perder? E então eu vejo meus olhos tão cheios de lágrimas que nem noto que Deus está ao meu lado resolvendo as minhas demandas. Pedimos tanto que Ele faça Sua vontade e quando Ele faz realmente a Sua vontade, fazemos beicinho se as coisas não saem como pedimos.

A conversa com Miguelzinho me dá uma  esperança e uma absurda dependência de Deus. Um Deus que adora me surpreender e estar presente no momento certo só pra ver minha reação.

Porque Ele vive, eu posso crer no amanhã. Não há o que temer. Porque Ele vive!

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

SAL

SAL
Vinicius Mendes

Vocês são o sal da Terra. Mateus 5:13, Nova Bíblia Viva

Você já parou para pensar por que chamamos a combinação de verduras e legumes de salada? Já se perguntou também por que o dinheiro que os traba­lhadores recebem no fim do mês recebe o nome de salário? A resposta está nas três primeiras letras. Para amenizar o sabor amargo de algumas hortaliças, os romanos resolveram acrescentar pitadas de sal a elas. O coadjuvante roubou a cena e aca­bou ficando com o nome do famoso prato. Por sua vez, o termo "salário" revela a importância que o sal sempre teve para as pessoas. O "dinheiro" que os legionários romanos recebiam para expandir o império eram quantidades de sal. A própria pa­lavra "soldado" mostra isso, pois significa "aquele que recebe o pagamento em sal".

Desde os primórdios da humanidade, o cloreto de sódio desempenha um papel fundamental. Na cozinha, é responsável por conferir sabor aos alimentos. Embora seu uso deva ser moderado, o sal tem um componente essencial para vida: o sódio. Sem ele, o corpo não seria capaz de transportar nutrientes e oxigênio para os órgãos.


Além de seu valor nutricional e de sua capacidade de conferir sabor, o sal é re­conhecidamente um elemento de conservação. Tente imaginar as casas de antiga­mente que não tinham geladeira. Como os alimentos eram mantidos? Cedo, então, a humanidade descobriu que o sal em contato com os alimentos poderia resolver esse problema. A carne de sol, por exemplo, é resultado disso. A grande quantidade de sal adicionada a ela impede seu apodrecimento e ainda lhe acrescenta sabor.

Possivelmente, foi pensando em tudo isso que Jesus comparou a influência do cristão ao sal. Ele sabia que o mundo sem pessoas vivendo o evangelho seria extre­mamente amargo, pois faltaria paz, salvação e esperança. Como pitadas de sal no meio da amargura do mundo, os cristãos têm o dever de temperá-lo. Em tempos de apodrecimento moral, os cristãos devem ser para a sociedade o sal que conserva os princípios da Palavra de Deus, impedindo que a podridão consuma completamen­te a humanidade e tire a esperança de muitos de receber a salvação.

Por isso, ore hoje para que suas palavras e atitudes amenizem a amargura da vida de alguém e para que Deus use você como agente de conservação contra o apodrecimento da sociedade. Jesus conta com você para deixar o mundo mais saboroso e saudável.

Vinicius Mendes – Inspiração Juvenil – Siga o Mestre - CPB


domingo, 26 de novembro de 2017

NÃO ESTAMOS SÓS

NÃO ESTAMOS SÓS
Pamela Henriques Moreira – Angra dos Reis/RJ

No dia 11 deste mês houve uma feira de saúde na qual se falou sobre os oito remédios naturais que Deus deixou para nos auxiliar a ter uma boa saúde (Clique AQUI para saber mais).

Há um tempo eu estava querendo retomar as caminhadas e corridas diárias. A feira reacendeu essa vontade. Fomos eu, meu marido e um amigo para o início dessa jornada. É muito bom estar entre pessoas que gostamos e ter incentivo para coisas boas, positivas (Leia também ESTE POST).


Para algumas coisas somos individualistas, preferimos a solidão - seja para uma maior concentração para efetuar melhor uma atividade ou quando achamos que mais gente só vai atrapalhar. O problema disso é que às vezes acabamos nos prejudicando, principalmente quando temos algum problema, quando estamos pra baixo e tudo parece impossível de se resolver...

Diante das dificuldades, podemos sentar e nos entregar, afundando cada vez mais; tentar com as nossas próprias forças, vivendo em uma montanha russa de fracassos x conquistas; ou contar com ajuda para vencer essa queda ou os altos e baixos.

“Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel.” Isaías 41:10

Não precisamos enfrentar sozinhos o mundo, as nossas lutas diárias, fracassos, medos. Nem tampouco precisamos estar sozinhos para enfrentar aquilo que até mesmo nos afasta de Deus, a nossa fonte de força. 

“Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, se sorte que a possais suportar.” I Coríntios 10:13

O mundo está difícil? Está sim! Às vezes fazemos o que não devemos? Fazemos sim! Mas temos Alguém que nos dá força para enfrentar esses obstáculos; basta buscarmos de coração e ter fé em Suas promessas.

Deus cuida de nós nos detalhes. Olhando ao redor, vemos que tudo que Ele nos dá é suficiente. Mesmo quando nos distanciamos dEle, o Seu amor nos atrai porque sentimos que sem Ele fica muito difícil enfrentar o mundo.

“Ponha a sua vida nas mãos do Senhor, confie nele, e ele o ajudará.” Salmos 37:5


sábado, 25 de novembro de 2017

MESES

MESES
Jackson Valoni – Angra dos Reis/RJ

Quando eu poderia imaginar que pessoas de vários cantos do país e, em menor medida, pessoas de outros países poderiam me enviar mensagens agradecendo pelos textos que escrevi? As palavras de apoio dessas pessoas me empolgavam a escrever mais e mais, e essa motivação aumentava ainda mais quando as mensagens vinham de quem eu admirava.

Não imaginava que minhas frases tão simples fossem tocar tão profundamente. Algumas pessoas vieram a mim, em particular, me contar experiências que só algo superior por trás das letras poderia provocar: Deus.

Até que me afastei. Parei de escrever. Estou há meses sem orar antes de digitar qualquer coisa. Estou há meses sem parar um pouco e dedicar meu tempo para traduzir o que Deus está falando ao meu coração. Eu me afastei porque não quis ser hipócrita em momento algum... eu não poderia registrar algo do que eu não estava convicto. Cheguei a comentar que Deus havia retirado meu dom.

Os últimos meses foram difíceis, apesar de eu ter viajado e me divertido em parques. Foi um período de desespero espiritual.

Adorar o invisível; aguardar em silêncio respostas de oração que, sinceramente, nem fazia mais; buscar um Deus que, algumas vezes, parecia que desconhecia... A fé que eu deveria ter nEle começou a se confundir com a força interior que os livros de autoajuda gostam de pregar.

Percebi em minha própria vida que existe alguém empenhado a "roubar, matar e destruir". Por alguns meses me afastei da fonte da minha força para priorizar meus projetos. "Mas as maravilhas não fazem sentido se Cristo não está em primeiro lugar."

Meu desejo é que você possa reconhecer sua condição neste mundo. O ser humano precisa de Deus. O mundo precisa de Deus, mas as forças do mal rodeiam o mundo e o diabo deseja acabar com todo tipo de influência divina. Efésios 6:12

"Pois quando éramos dominados pela natureza pecaminosa, as paixões dos pecados, instigadas pela própria Lei, agiam livremente em nosso corpo, de maneira que dávamos frutos para a morte. Mas, agora, fomos libertos da Lei, havendo morrido para aquilo que nos aprisionava, para servimos de acordo com a nova ministração do Espírito, e não conforme a velha forma da Lei escrita. A Lei condena, Jesus liberta." Romanos 7:5 e 6

Escolha o lado que quer seguir na história da sua vida. Fique feliz com a notícia de que Jesus venceu o mundo e de que Ele quer você ao Seu lado. João 16:33



sexta-feira, 24 de novembro de 2017

VOU CONTAR UMA HISTÓRIA


VOU CONTAR UMA HISTÓRIA
Denize Vicente - Rio de Janeiro/RJ

Você gosta de ouvir histórias? Tenho uma pra contar...

Eu estudava Pedagogia, mas já tinha um pezinho no Direito. Na verdade, minha relação com leis, direitos e deveres é muito anterior. Minha simpatia pelos mais fracos, pelos que não podiam oferecer resistência dada alguma condição pessoal, sempre foi muito forte.

Eu era professora, numa escola, e nosso salário atrasava. Comecei a dar aula muito cedo, quando ainda nem era formada, e fui aprendendo conforme ensinava... Naquela escola, em que nosso salário atrasava mais de quinze dias todos os meses, numa época em que a inflação mensal no país era de cerca de 80%, 90%, fazia uma tremenda diferença qualquer dia de atraso no pagamento. Perdíamos dinheiro duas vezes: uma, pela desvalorização daquilo que chegava as nossas mãos como salário; outra, porque as contas pagas com atraso sofriam um acréscimo assustador, com os juros de mora e a correção.

Eu era estudante, e embora não fôssemos ricos, ao contrário, éramos uma família de poucos recursos, eu me sentia numa posição bastante confortável para reivindicar nossos direitos de professores responsáveis e cumpridores de nossos deveres. Eu sabia que muita gente, na escola, não podia reclamar, pois temia ser “mandado embora”. E enquanto eles teriam graves problemas com isso - faltaria leite e pão em casa, perderiam a escola para os filhos, ficariam desempregados por um monte de tempo -, eu, graças a Deus, tinha uma família na qual me sustentar. Não era eu o arrimo da família. Também me tranquilizava a ideia de que não teria dificuldade para arrumar outra escola para dar aulas, se fosse preciso. Eu tinha uma espécie de confiança no meu potencial, e acreditava mesmo que se batesse à porta de qualquer uma das escolas que havia no bairro eu sairia empregada. Isso era importante.


Lembro que uma vez, salário há mais de quinze dias atrasado, e o Grande Mestre, chefe-mor, veio em visita à escola. Era uma rede de escolas, e a nossa ficava situada no subúrbio do Rio, num bairro pobre, com crianças pobres, algumas com mensalidades atrasadas, é verdade. Mas nós, professores, estávamos ali, no exercício da nossa dignificante missão. Então, chegou o chefão, sorridente, elogiando nosso trabalho, perguntando se estava tudo bem. Todos sorriram, como se estivesse. No fundo, estavam todos tristes, muito tristes, mas o mais triste é que não podiam contar...

Esperei um momento em que ele estava só, no corredor, e me aproximei. Travamos um rápido diálogo. Falei do atraso no pagamento. De como era injusto trabalhar como todos os demais professores da Rede e não receber em dia, e terminei dizendo que não concebia a ideia de, mesmo trabalhando, ter de pedir dinheiro de passagem para o meu pai... No final, eu disse que seria bastante apropriado que no dia seguinte o salário estivesse na minha conta, possibilitando que eu tivesse condições de pagar minha passagem de ônibus para ir ao trabalho... ou eu não poderia ir. Tive o cuidado de falar só em meu nome, embora estivesse ali lutando muito mais por minhas colegas do que por mim.

No dia seguinte nosso dinheiro estava na nossa conta.


Aprendi algumas coisas, naquela oportunidade. Uma delas é que às vezes é preciso traduzir a dor do outro, mesmo que ela doa menos em você do que nele; que estar preparado - para dar a volta por cima se acontecer o pior - é fundamental; aprendi a não subestimar o poder da argumentação, sem me esquecer de que a forma como você fala é quase tão importante quanto aquilo que você fala.

Lutar pelos oprimidos e contra os opressores. É assim que Deus faz. É assim que Ele age.

Disse o Senhor: "De fato tenho visto a opressão sobre o meu povo no Egito, tenho escutado o seu clamor, por causa dos seus feitores, e sei quanto eles estão sofrendo. Por isso desci para livrá-los das mãos dos egípcios e tirá-los daqui para uma terra boa e vasta, onde há leite e mel com fartura...”
Êxodo 3: 7-8


Hoje, quando você se defrontar com algum problema, seu ou de alguém próximo a você e por quem você possa fazer alguma coisa, não abaixe a cabeça. Enfrente-o. Resolva-o. Esteja preparado, porque as coisas podem não sair como você espera. Mas não subestime o poder da argumentação. E não se esqueça: concentre-se no modo e não apenas naquilo que você vai falar.