UM NOVO CÂNTICO
Por Airton Sousa
O Salmo 137 é um dos
salmos mais conhecidos do livro de Salmos e um dos mais lindos que eu já li.
Triste, também.
Não sei pronunciar, mas acho muito lindo isto em Inglês: “By the river
of Babylon...”. “Às margens dos rios de Babilônia...”.
Você deve ser muito novo, e não lembra, mas antigamente nossos amigos
viajavam e se mudavam para outros lugares, longe, e nos mandavam cartinhas pelos
Correios e elas sempre começavam assim: “Saudades...”.
Eu tive uma amiga que se mudou para bem longe, quando eu era jovem, e ela me mandava longas cartas sempre reclamando da saudade e do frio gelado e da falta de amigos como eu. Com o tempo, essa saudade foi esfriando, novos laços foram formados e a gente foi se esquecendo.
Eu tive uma amiga que se mudou para bem longe, quando eu era jovem, e ela me mandava longas cartas sempre reclamando da saudade e do frio gelado e da falta de amigos como eu. Com o tempo, essa saudade foi esfriando, novos laços foram formados e a gente foi se esquecendo.
Mas esse povo de que fala o salmo era um povo escravo, longe de casa e
com muitas saudades. Tem gente que diz que o autor desse Salmo é o profeta
Jeremias. Não sei... Mas é de uma tristeza de dar dó.
1. Junto aos rios de Babilônia, Ali nos
assentamos, nos pusemos a chorar, Ao recordarmo-nos de Sião.
2. Nos salgueiros que há no meio dela,
Penduramos as nossas harpas,
3. Pois ali os que nos levaram cativos,
nos pediam canções, E os nossos atormentadores exigiam de nós alegria, dizendo:
Cantai-nos das canções de Sião.
4. Como cantaremos a canção de YAHWEH,
Em terra de estrangeiros?
5. Se eu me esquecer de ti, Jerusalém,
Esqueça-se a minha mão direita da sua destreza.
6. Apegue-se-me a língua ao céu da boca,
Se eu não me lembrar de ti, Se eu não preferir Jerusalém à minha maior alegria.
7. Lembra-te, Javé, dos filhos de Edom,
do dia de Jerusalém. Eles disseram: Arrasai-a, arrasai-a, Até os seus
alicerces.
8. Ó filha de Babilônia, que hás de ser
destruída, Feliz será aquele que te retribuir Conforme nos fizeste a nós.
9. Feliz será aquele que agarrar e
esmagar os teus pequeninos Contra uma pedra.
Era uma cena triste. Eles levavam os instrumentos à beira dos rios, mas
perdiam a vontade de tocar, "pois ali os que nos levaram cativos, nos
pediam canções. Cantai-nos das canções de Sião".
Eles não cantavam, deixavam suas harpas penduradas em árvores e diziam:
“Mas em terra estrangeira, como podemos cantar um hino a Deus, o Senhor?”.
Não havia razão para cantar. Não há lugar no mundo melhor que a nossa
casa.
Antigamente,
eu cantava canções de tristezas e pedidos de perdão; hoje eu canto canções de
saudades do céu. Há diferença entre canções, assim como há diferença quando
você atravessa o rio da graça e passa a viver na expectativa do rio da glória.
“... Ele me tirou de um poço de destruição, de um atoleiro de lama: pôs os meus pés sobre uma rocha e firmou-me num local seguro. Pôs um novo cântico na minha boca.” (Salmo 40:1-3)
“... Ele me tirou de um poço de destruição, de um atoleiro de lama: pôs os meus pés sobre uma rocha e firmou-me num local seguro. Pôs um novo cântico na minha boca.” (Salmo 40:1-3)
Não devemos
esquecer que fomos criados para morar com Deus. Ele mesmo colocou esse desejo
em nós: “Também pôs no coração do homem o anseio pela eternidade.” (Eclesiastes
3:11). E Ele mesmo só ficará feliz quando nos encontrarmos face a face.
Pensando bem,
não há razões para cantar nossas velhas e tristes canções; mas um dia, passadas
todas as lutas e tristezas, nós cantaremos um novo cântico de honra e glória ao
cordeiro que foi morto em nosso lugar.
"Todavia, de acordo com a sua promessa, esperamos novos céus e nova
terra, onde habita a justiça." (II Pedro)
E Ele porá um cântico novo em nossos lábios!