quarta-feira, 11 de maio de 2016

O HOMEM, A LENHA E O FOGO


O HOMEM, A LENHA E O FOGO
Por João Octávio Barbosa
         
Morador do Rio 40° que sou, em todo verão (que aqui dura cerca de 360 dias por ano) tenho alguns heróis para homenagear. A foto abaixo é de Willis Carrier, inventor do ar condicionado moderno. Jamais poderia trabalhar de gravata sem ele. Atenuando, e preparando o caminho de Carrier, devemos a Schuyler S. Wheeler a criação do ventilador. Não menos importante, temos a geladeira, que mantém a água gelada para matar a sede. Segundo a Wikipedia, devemos essa a Ferdinand Carré, também num 11 de maio, mas há 154 anos.


(Agora vamos a um gancho terrivelmente forjado). Todavia, a geladeira, no dia do seu aniversário, não foi citada apenas pela sua capacidade de gelar os líquidos, mas também pela forma como evita o apodrecimento dos alimentos. E isso me lembra (meu Deus, que forçada de barra! Desculpem-me, crianças!) a história de um perfil sem curtidas da Bíblia que não tinha geladeira em casa, e por isso não teve fé numa promessa de Deus. Não sabemos até hoje seu nome, mas sua história se encontra em Números 15:32-36, que você pode ler na Bíblia da sua casa ou aqui da internet. Poxa, só são cinco versículos... não deixe de gastar 30 segundos lendo-os.

Deixe-me contextualizar, resumindo os melhores momentos dos capítulos anteriores ao da história de hoje. Em menos de dois anos, aquele grupo de viajantes do deserto viu a libertação do Egito através das miraculosas pragas, da fantástica travessia do Mar Vermelho, das duas nuvens (uma dava a sombra quando havia Sol, e a que a substituía, à noite, era de fogo para aquecer o povo), da comida que caía do céu, da glória do Senhor que exalava do Monte Sinai na divulgação dos Dez mandamentos, dentre outras coisas.

Mas é difícil ter fé. Principalmente o tempo todo. Sempre foi. Os espias trazem um relatório assustador, o povo chora e chia, e o castigo de Deus aumenta o sofrimento. Aparentemente sem rumo ou esperança, vemos o ato desse homem, o lenhador precipitado. 


Ele, deliberadamente, ignorou a ordem de Deus para que não se trabalhasse com o que não fosse preciso, no Sábado. “Por que eu deveria obedecer a um Deus que nada bom tem para me dar?” E lá se foi, recolher a lenha primeiro que todo mundo, uma vez que os demais estavam guardando o mandamento. O que ele decidiu ignorar é que a madeira recolhida acendeu a fogueira na qual ele foi queimado: o pecado.

 Lembra-te do dia de Sábado para o santificar” (Êxodo 20:8) tinham sido as palavras em voz de trovão ditas por Deus não muito tempo antes que esse homem tomasse a sua decisão num “sábado qualquer”. Muitas vezes inventamos desculpas que podem parecer plausíveis para pecar.
 

Veja, essa atitude era tão desnecessária! Deus provia! Mesmo enfurecido pela traição do povo, nem em um só dia ele deixava de prover. A lenha era para se aquecer? Não! Pois o fogo estava em forma de nuvem todas as noites. Era para cozinhar? Não! Comida caía do céu, diariamente, pronta pra digestão, dispensando o preparo no fogão. Para o dia que não caía, Sábado, ele não precisava de geladeira: o que caía na sexta durava até o dia seguinte. De repente, esse homem só queria se rebelar mesmo, indo cortar lenha no Sábado sem nenhum motivo.

Uma coisa muito interessante no texto é a reação do povo ao flagrante. O povo nada fez até Deus decidir o que deveria ser feito. É assim que a gente age hoje em dia? Permite que Deus julgue o pecador? Ou toma as rédeas da situação? Não julgueis para que não sejais julgados.

É contrassenso o “Deus amor” aplicar pena de morte a alguém? Para mim é tão complicado entender isso que seria hipócrita tentar explicar. Martin Luther King disse: “O que me assusta não é o barulho dos maus, e sim o silêncio dos bons.”. Se Deus, aquele com o qual contamos como representante máximo do Bem, não atuar para combater o mal, o mal prevalecerá, e o mundo perde a esperança na recompensa justa que cada um tem direito. Justiça invoca o duro ato da punição.


Sem dúvida, o pecado é algo de difícil lidar. Se sabemos o resultado dele (a morte) e provamos da consequência dele (o afastamento de Deus) já aqui na Terra, não soaria coerente não pecar mais? Claro! Há um esforço nosso nesse sentido? De muitos, sim. E mesmo assim... Por que um homem que presenciou o poder e o amor de Deus de forma tão grandiosa caiu em pecado de forma tão banal? Por que eu e você caímos tantas vezes?

Onde está a sua esperança? A esperança é Jesus. No mundo passareis por aflições, mas nossa esperança está no pós-mundo! O lenhador da história nos ensina sobre reagir à decepção, inclusive à decepção com Deus. Mas não temos o direito de nos decepcionar com Deus! Ele já nos avisou sobre as dores que passaremos aqui na terra, um local de pecado em virtude da escolha do homem, e fez muito mais do que merecíamos ao providenciar a solução perfeita para esse mal: a salvação em Jesus. Temos que nos acostumar com o fato de que qualquer coisa boa é lucro, e imerecido. Porque o grande risco de se esperar demais de Deus é uma decepção a ser gerada, que nos tente a pecar. E a nos afastar dEle.

Não peço que concordem, espero que reflitam! 


Desafio do JOBS: Que rei ficou no “quase” quando ouviu a pregação de Paulo?
Resposta semana que vem.
Resposta da semana passada: Sábado (Números 15:32-36).

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