quarta-feira, 5 de abril de 2017

INTERESTELAR


INTERESTELAR
João Octávio Barbosa – Bento Ribeiro City - RJ


Interestelar já é um “futuro clássico”. Eu poderia falar sobre ele por meio de duas diferentes linguagens: a coloquial e a científica. Porém, no caso da científica, isso exigiria um PhD deste escritor que lhe rouba a atenção neste momento, e no mínimo uns 5 ou 6 períodos de Astronomia em Harvard para o(a) caro(a) leitor(a) que agora me honra com seus olhos.

A película de Christopher Nolan impressiona pela densidade de “realidade” dentro da ficção. Cada detalhe dessa epopeia de duas horas e 49 minutos soa completamente verossímil. Não lembro outro filme sobre o fim do mundo que justifique o apocalipse de forma tão bem inspirada no cenário atual em que vivemos. Não são ETs, não são guerras nucleares, não são meteoros. A Terra, simplesmente, apodreceu.

O clima é insalubre, as plantações não dão frutos, existe escassez de tudo que é mais básico: água, comida, verde. Aparentemente, tudo causado pela ação humana inconsequente. Soluções? Ninguém tem a perfeita. Um grupo dentro da NASA aposta em uma coisa: trocar de planeta.


Cooper (Matthew McConaughey) é chamado para liderar a nave espacial e aceita a missão sabendo que pode nunca mais ver a família. Enquanto isso, sua filha Murph (Mackenzie Foy e Jessica Chastain) investe na própria jornada para também salvar a população do planeta.¹ Isso porque, em razão de o tempo ser relativizado pela distancia percorrida pela missão de Cooper, ele permanece praticamente com a mesma idade, enquanto décadas se passam aqui na Terra.

A situação é dramática. Tanto dentro da história, quanto nas poltronas do cinema, porque entender a trama não é para qualquer um. Mas eu queria destacar uma parte do filme. No meio desse banquete nerd de ciências exatas, cálculos astronômicos, fórmulas de física quântica e tudo mais, existe um diálogo no filme que tenta classificar o amor (sim, o sentimento AMOR) como algo de peso científico. Observe as declarações da Dra. Brand (Anne Hathaway):

O amor não é algo que inventamos. É perceptível, poderoso, precisa significar algo. [...] Talvez signifique algo mais que ainda não podemos compreender. Talvez seja alguma evidência ou artefato de dimensão superior que não notamos conscientemente. Amor é a única coisa capaz de transcender as dimensões de tempo e espaço. Talvez devêssemos confiar nisso, ainda que não compreendamos."


No meio de um diálogo totalmente racional entre três intelectuais e um piloto rigidamente militar a respeito de qual planeta eles deveriam apostar como o de maior chance à sobrevivência, a Dra. Brand apelou para o amor como justificativa científica para a escolha. Ela amava alguém que estava naquele planeta, e passou a acreditar que o amor poderia ser a resposta racional para o dilema.

O amor como resposta... No filme, ele foi citado pela “rodinha” dos cientistas. Se até lá esse assunto entrou em discussão, que dirá entre aqueles que mesmo sem abrir mão de serem racionais, possuem também fé em algo maior. Algo maior que talvez seja o amor! O Deus que eu acredito se chama Amor. É o nome que ele deu para Si mesmo.

Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor.
I João 4:8


Spoiler Final. Sim, eles salvaram a humanidade. Bom, “eles” ou “nós”, eu não entendi muito bem essa parte. Tiveram que ir embora da Terra, passaram sufoco, mas acharam um planeta habitável e se mudaram todos. O amor, coincidentemente ou não, provou estar certo. O planeta que o amor escolheu por intermédio da Dra. Brand se tornou a nova casa da humanidade.

Tudo que eu vejo acontecendo no mundo me leva a imaginar um futuro idêntico ao que “Interestelar” nos alerta, menos em relação a uma coisa, a uma crença. A crença da Dra. Brand. A crença no amor.

Mas, como eu disse antes, eu não creio no amor somente como um sentimento. E, sim, como a definição de um Deus. O Deus. Nosso Deus. Deus do planeta Terra. E essa crença no Deus do planeta Terra me faz acreditar que a Sua palavra, a Bíblia, descreve o fim do mundo de forma tão exata quanto Interestelar parece citar. Porém, com um final diferente.

Quando os gemidos da criação divina (Romanos 8:22) ficarem tão altos ao ponto de pensarmos que a Terra não tem mais solução, Jesus promete ser a solução. Ele voltará e restaurará a natureza como a NASA não conseguiu para Cooper e Brand. Ele voltará e salvará a humanidade como só o amor é capaz de fazer.


Não peço que concordem, espero que reflitam!

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Referência:
¹ http://www.adorocinema.com/filmes/filme-114782/ - acessado em 21 de março de 2017

Um comentário:

  1. Uma dos melhores filmes da sua filmografia, a mescla entre o roteiro e o elenco dá um bom resultado. Interestelar a historia está bem estruturada, o final é o melhor. Matthew McConaughey esta impecável no filme, ele sempre surpreende com os seus papeis, pois se mete de cabeça nas suas atuações e contagia profundamente a todos com as suas emoções. Adoro porque sua atuação não é forçada em absoluto. Seguramente o êxito de filme Matthew McConaughey deve-se a auas expressões faciais, movimentos, a maneira como chora, ri, ama, tudo parece puramente genuíno. Este ator nos deixa outro projeto de qualidade, de todas as suas filmografias essa é a que eu mais gostei, acho que deve ser a grande variedade de talentos. A fotografia é impecável, ao igual que a edição. Sem dúvida voltaria a ver este filme!.

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