INTERESTELAR
João
Octávio Barbosa – Bento Ribeiro City - RJ
Interestelar
já é um “futuro clássico”. Eu poderia falar sobre ele por meio de duas
diferentes linguagens: a coloquial e a científica. Porém, no caso da científica,
isso exigiria um PhD deste escritor que lhe rouba a atenção neste momento, e no
mínimo uns 5 ou 6 períodos de Astronomia em Harvard para o(a) caro(a) leitor(a)
que agora me honra com seus olhos.
A
película de Christopher Nolan impressiona pela densidade de “realidade” dentro
da ficção. Cada detalhe dessa epopeia de duas horas e 49 minutos soa
completamente verossímil. Não lembro outro filme sobre o fim do mundo que
justifique o apocalipse de forma tão bem inspirada no cenário atual em que
vivemos. Não são ETs, não são guerras nucleares, não são meteoros. A Terra,
simplesmente, apodreceu.
O
clima é insalubre, as plantações não dão frutos, existe escassez de tudo que é
mais básico: água, comida, verde. Aparentemente, tudo causado pela ação humana
inconsequente. Soluções? Ninguém tem a perfeita. Um grupo dentro da NASA aposta
em uma coisa: trocar de planeta.
Cooper
(Matthew McConaughey) é chamado para liderar a nave espacial e aceita a missão
sabendo que pode nunca mais ver a família. Enquanto isso, sua filha Murph
(Mackenzie Foy e Jessica Chastain) investe na própria jornada para também
salvar a população do planeta.¹ Isso porque, em
razão de o tempo ser relativizado pela distancia percorrida pela missão de
Cooper, ele permanece praticamente com a mesma idade, enquanto décadas se
passam aqui na Terra.
A
situação é dramática. Tanto dentro da história, quanto nas poltronas do cinema,
porque entender a trama não é para qualquer um. Mas eu queria destacar uma
parte do filme. No meio desse banquete nerd de ciências exatas, cálculos
astronômicos, fórmulas de física quântica e tudo mais, existe um diálogo no
filme que tenta classificar o amor (sim, o sentimento AMOR) como algo de peso
científico. Observe as declarações da Dra. Brand (Anne Hathaway):
“O amor não é algo que inventamos. É
perceptível, poderoso, precisa significar algo. [...] Talvez signifique algo
mais que ainda não podemos compreender. Talvez seja alguma evidência ou
artefato de dimensão superior que não notamos conscientemente. Amor é a única
coisa capaz de transcender as dimensões de tempo e espaço. Talvez devêssemos
confiar nisso, ainda que não compreendamos."
No
meio de um diálogo totalmente racional entre três intelectuais e um piloto
rigidamente militar a respeito de qual planeta eles deveriam apostar como o de
maior chance à sobrevivência, a Dra. Brand apelou para o amor como
justificativa científica para a escolha. Ela amava alguém que estava naquele
planeta, e passou a acreditar que o amor poderia ser a resposta racional para o
dilema.
O
amor como resposta... No filme, ele foi citado pela “rodinha” dos cientistas.
Se até lá esse assunto entrou em discussão, que dirá entre aqueles que mesmo
sem abrir mão de serem racionais, possuem também fé em algo maior. Algo maior
que talvez seja o amor! O Deus que eu acredito se chama Amor. É o nome que ele
deu para Si mesmo.
Aquele
que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor.
I
João 4:8
Spoiler Final.
Sim, eles salvaram a humanidade. Bom, “eles” ou “nós”, eu não entendi muito bem
essa parte. Tiveram que ir embora da Terra, passaram sufoco, mas acharam um
planeta habitável e se mudaram todos. O amor, coincidentemente ou não, provou
estar certo. O planeta que o amor escolheu por intermédio da Dra. Brand se
tornou a nova casa da humanidade.
Tudo que eu vejo acontecendo no mundo
me leva a imaginar um futuro idêntico ao que “Interestelar” nos alerta, menos em relação a uma coisa, a uma crença. A crença da Dra. Brand. A crença no amor.
Mas,
como eu disse antes, eu não creio no amor somente como um sentimento. E, sim,
como a definição de um Deus. O Deus. Nosso Deus. Deus do planeta Terra. E essa
crença no Deus do planeta Terra me faz acreditar que a Sua palavra, a Bíblia,
descreve o fim do mundo de forma tão exata quanto Interestelar parece citar.
Porém, com um final diferente.
Quando
os gemidos da criação divina (Romanos 8:22) ficarem
tão altos ao ponto de pensarmos que a Terra não tem mais solução, Jesus promete
ser a solução. Ele voltará e restaurará a natureza como a NASA não conseguiu
para Cooper e Brand. Ele voltará e salvará a humanidade como só o amor é capaz
de fazer.
Não
peço que concordem, espero que reflitam!
____________________________
Referência:
¹
http://www.adorocinema.com/filmes/filme-114782/
- acessado em 21 de março de 2017
Uma dos melhores filmes da sua filmografia, a mescla entre o roteiro e o elenco dá um bom resultado. Interestelar a historia está bem estruturada, o final é o melhor. Matthew McConaughey esta impecável no filme, ele sempre surpreende com os seus papeis, pois se mete de cabeça nas suas atuações e contagia profundamente a todos com as suas emoções. Adoro porque sua atuação não é forçada em absoluto. Seguramente o êxito de filme Matthew McConaughey deve-se a auas expressões faciais, movimentos, a maneira como chora, ri, ama, tudo parece puramente genuíno. Este ator nos deixa outro projeto de qualidade, de todas as suas filmografias essa é a que eu mais gostei, acho que deve ser a grande variedade de talentos. A fotografia é impecável, ao igual que a edição. Sem dúvida voltaria a ver este filme!.
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