A DOBRADINHA PERFEITA
(Por Denize
Vicente)
Conta-se a
história de u'a mulher que morava lá, bem lá... longe, longe, bem longe, no interior
do interior de Minas Gerais. A casa dela ficava no pé do morro e ela se sentia muito
triste por morar naquele lugar - não porque fosse longe, mas porque todas as
vezes que chovia descia uma enxurrada tremenda e sujava o quintal inteiro. Isso
a deixava muito chateada, insatisfeita e irritada. Uma trabalheira tremenda,
tudo ficava sujo, e isso não era legal pra ela. Aí, numa noite, ela foi a uma
igreja. E a mensagem que ouviu lá foi justamente sobre o versículo 23 do
capítulo 11 do livro de Marcos. Nossa! O coração daquela mulher se encheu de
esperança. Uma das versões desse verso da Bíblia (“Nova Tradução na Linguagem
de Hoje”) diz o seguinte:
"... Porque em verdade vos afirmo que se alguém disser a este monte: 'Ergue-te e lança-te no mar', e não duvidar no seu coração, mas crer que se fará o que diz, assim será com ele."
Então, na
sua mente e no seu coração, aquela mulher se encheu de esperança! Ao chegar a
sua casa, foi logo dormir... mas acordou bem cedinho, de madrugada ainda, e discretamente
saiu para o quintal; lá, de camisola, descabelada, e ainda com sono,
ajoelhou-se diante do monte e orou pedindo que o monte fosse removido; que ele
se levantasse e se atirasse ao mar.
Quando acabou de orar, abriu os olhos e... O monte estava no mesmo lugar!!
Só um pouco admirada,
ela disse: "Também... pudera! Eu não
acredito nisso! Sabia que não ia funcionar!".
Dá pra perceber como são as coisas? Pode parecer engraçada, à primeira vista, a história da mulher, um pouco admirada, mas parece que é isso o que a gente faz, muitas vezes. Não acredita. A gente duvida, no coração...
Em outras
tantas vezes, você sabe o que acontece? A gente acredita. Não duvida... porém espera
que Deus faça o trabalho da gente. A gente acredita que pode acontecer, mas pede
pra Deus falar pra montanha: “Ei, monte,
levante-se e atire-se no mar!”. E fica sentado, deitado ou ajoelhado, esperando
o milagre acontecer...
Já não sei se é a fé que remove montanhas, como se costuma dizer... Relendo
esse verso da Bíblia entendi que o que remove a montanha (de problemas, da dor,
das enfermidades...) não é bem a fé. Ela é necessária, mas não é suficiente.
Não basta. Veja o que está escrito: "... se alguém disser... e não duvidar no seu coração,
mas crer que se fará o que diz,
assim será com ele.".
Basta ter fé e não duvidar no seu coração? Não. Isso não é o bastante. É
preciso falar, usar a força da palavra: “...
se alguém disser...”. Então, ter fé é o primeiro passo; mas é preciso ir
adiante.
Até ontem eu
acreditava que bastava a fé para que a montanha se jogasse no mar, e muitas
vezes, só pela fé guardada no meu coração, eu recebi a bênção mesmo assim. Mas, pensando bem, concluo que Deus espera um pouco mais de mim e
eu preciso dar menos trabalho a Ele. É preciso não duvidar no meu coração mas também falar à montanha; mandar que ela saia da minha frente e se jogue no mar. Se eu
disser, sem duvidar, se eu crer que se fará o que digo, assim será. Está
escrito.
De agora em
diante, deixando pra Deus apenas o que só Ele pode fazer, e assumindo a minha
parte, vou me permitir não apenas crer, mas também dizer. E será, então, a oportunidade das coisas
incríveis. Não é o poder
da palavra, isoladamente. Nem, exclusivamente, a força da fé. É a fé e o agir.
A dobradinha perfeita.
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