MÃES E FILHOS, EM POESIA, PROSA OU NARRATIVA
Maria Paula Guimarães - Niterói-RJ
Ontem foi o Dia das
Mães. E eu queria escrever um texto que fosse, ao mesmo tempo, para a minha mãe
e para todas as mães. Mas acho difícil. Primeiro, porque quando ouço minhas
amigas falarem sobre suas mães, me sinto uma estranha no ninho. A minha mãe não
tem nada a ver com o “padrão mãe” narrado por elas. Minha mãe não fica cobrando
de mim uma coisa ou outra, nem se ocupa de tarefas da casa que devem ser feitas
por mim. Se sou eu que tenho que fazer, eu que o faça. Ela não fará por mim,
ainda que eu demore, enrole e postergue. Segundo, porque eu acho que não sei
escrever textos publicitários de datas comemorativas. Só sei falar do que
sinto, não do que os outros sentem.
Sendo assim, a
única mãe sobre a qual eu poderia falar é a minha. Essa eu conheço. E se
conheço! Todo ano, aliás, eu tiro do meu coração, nesta data, as melhores
palavras que possam expressar a nossa relação e o meu sentimento por ela e,
então, compartilho com o mundo.
Uma vez, foi um
poema. Na outra, fiz em prosa e, depois, narrei alguns dos nossos episódios.
Isso porque nossa relação é assim. Às vezes, poesia – cheia de amor, afeto,
atenção e cuidado, que se encontram e vão rimando dentro da gente. Outras,
porém, ela é prosa. Não tem tempo de rimar, porque, na correria do dia a dia,
nem sempre sobra tempo pra isso, então acabamos por ficar com o básico. Por
fim, nossas amadas narrativas, nossos episódios clássicos e tragicômicos, que,
vez ou outra, emergem de nosso relacionamento e vão desenhando, espontânea e
livremente, a nossa relação mãe-filha.
Essa relação,
talvez, não seja das melhores. Eu e ela somos diferentes em incontáveis
aspectos. E essas diferenças, quando vêm à tona, não nos deixam rimar uma com a
outra. Elas nos fazem prosa, sem muita poesia. Mas quando muda o texto, mudamos
as personagens em nós, e entramos numa mesma história – com emoção, suspense,
desespero, diversão e, claro, amor.
Essa é a nossa
história que, por ser verdadeira e humana, pode ser a de tantos outros filhos e
filhas com suas mães. Pode ser que seja a mesma história, escrita pelo mesmo
Deus, mas com outras personagens. Pode ser que seja a mesma poesia, feita pelo
Autor da Vida, mas com outras estrofes. Pode ser que seja a mesma prosa,
escrita por Ele, que nos permita estar hoje aqui, leitores e escritora,
dividindo o mesmo ponto em comum: nossas queridas mães.
À minha mãe, desejo
a bênção de Deus, pra continuar exercendo o dom da maternidade, seja em poesia,
prosa ou narrativa. Às outras queridas mães, desejo que continuem sendo essa
influência para o bem na vida de seus filhos. E a todas vocês, deixo Números
6:24-26, como meu pedido de oração a Deus:
“O Senhor te
abençoe e te guarde; O Senhor faça resplandecer o Seu rosto sobre ti, e tenha
misericórdia de ti; O Senhor sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz”.
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