quarta-feira, 3 de agosto de 2016

A GLÓRIA DO PÓDIO

A GLÓRIA DO PÓDIO
Por João Octávio Barbosa

Quem está no clima da Olimpíada Rio 2016 levanta as mãos! Beleza, agora abaixa, porque só você nessa sala leu esse pedido e já está pagando mico. Daqui a dois dias ocorrerá a cerimônia de abertura. A melhor parte para mim é que será feriado aqui no Rio. Mas hoje já tem partida de futebol valendo pelos Jogos! Como meu orçamento é restrito, o mais perto que vou chegar da competição são os meus humildes (mas não pirateados) ingressos para as classificatórias de Hóquei na Grama! Semana que vem! Só falta decidir se vou torcer para Austrália ou para a Eslováquia.


O 3 de agosto é uma data histórica para o esporte olímpico brasileiro. Pela primeira vez o Hino Nacional tocou numa Olimpíada. Nesse dia, no ano de 1920. Isso, graças a Guilherme Paraense, militar, que venceu a prova de tiro com revólver a 30 metros. É o Brasil, sempre se destacando internacionalmente em matéria de tiro.

Como você bem sabe, não é só o campeão que sobe ao pódio olímpico. O segundo e o terceiro de cada competição completam a trinca de medalhas. Nunca é a mesma coisa, mas também está longe de ser um mero prêmio de consolação. É um orgulho voltar para casa com uma medalha e uma foto em cima do pódio. Algo para deixar a sua mãe orgulhosa!


Falando nisso, hoje eu quero contar a história de uma mãe que queria ter o orgulho de ver seus dois filhos no pódio, mesmo que para prata e bronze. Veja a frase do nosso Perfil Sem Curtidas de hoje - a mãe dos discípulos Tiago e João:

Então se aproximou dele a mãe dos filhos de Zebedeu, com seus filhos, adorando-o e fazendo-lhe um pedido.
E ele diz-lhe: Que queres? Ela respondeu: Dize que estes meus dois filhos se assentem, um à tua direita e outro à tua esquerda, no teu reino.
(Mateus 20:20, 21)


A resposta completa de Jesus você lê em Mateus 20:22-28. De cara, a gente precisa lembrar que essa mulher era mãe de dois discípulos de Jesus. Mas eles tinham outros DEZ colegas. No mínimo, muita ousadia, para não dizer desrespeito, com doses consideráveis de ignorância.

E isso pelo seguinte: a imagem que essa mãe tinha de Jesus era totalmente humana. Aliás, nisso concordavam seus filhos Tiago e João, visto que apoiaram o pedido. Tanto é que a versão da história, em Mateus, omite a mãe do relato, e eles mesmos fazem o requerimento direto a Cristo. Jesus seria um rei. Rico, poderoso, glorioso, com uma medalha de ouro no peito. Até o dia em que Jesus foi crucificado, mesmo os mais dedicados discípulos ainda achavam que Jesus lideraria uma revolução social e se tornaria rei. Assim, eles seriam os ministros. A comissão de frente do Grande Mestre.


Aí vem o grande discurso da humildade. Onde as pessoas só observavam a oportunidade de sair ganhando e ostentar com a proximidade de Jesus, ele mesmo era o exemplo da humildade. Ele, sim, tinha toda a honra, a glória, o poder, e, por que não dizer, o luxo antes de vir à Terra aceitar morrer por nós. Mas agora era hora de ensinar à mãe de Tiago e João que no Reino dos Céus, no círculo de amigos de Jesus, “aquele que quer ser servido, deve ser o servo” (Mateus 20:26).

Não se sabe o que aconteceu com essa mãe depois desse pedido feito a Jesus. Tiago foi o primeiro dos doze apóstolos a morrer, pouco tempo depois da ressurreição de Jesus. Provavelmente, essa mãe sofreu a dor dessa perda...

Talvez, ao receber a notícia da morte do seu filho ela tenha se lembrado do dia em que, precipitadamente, irritou todos os outros apóstolos por ser tão coruja. Creio que o coração dela já havia mudado, e a lição dada pelas palavras gentis de Jesus tenha sido compreendida.


Chega uma hora que é assim. Aquele nosso velho sonho de ser o medalhista de ouro, o mais importante, o melhor, tudo isso, vira secundário. Dá até vergonha de aquilo ter sido um sonho, uma meta. A gente observa coisas que desperdiçou, reflete sobre lutas que travou sem necessidade, e deseja que possa voltar no tempo para corrigir um monte de coisa. Mas não dá.

A mãe de Tiago sonhou com a glória e viu a morte. Mas sabia que sua visão antiga, que parecia tão alta, era na verdade muito curta. Mais à frente, Tiago será alçado à condição de mártir de Jesus, e será condecorado por isso. Pior que agora isso nem fazia mais diferença para ela. Medalha de ouro do Céu não é prêmio do primeiro.

Só em Cristo “somos mais que vencedores”. (Romanos 8:37)


Não peço que concordem, espero que reflitam!

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