A
PIRA IMPROVÁVEL
Por Airton Sousa
“- É bem maior do que ganhar uma medalha. É a
primeira vez que participo de uma abertura de Jogos.” - contou Vanderlei
Cordeiro de Lima.
Até
chegar a Vanderlei, a tocha passou pelas mãos de Guga, o dono do saibro e maior
tenista da história do país, que, emocionado, passou para Hortência, a Rainha do
basquete, que, celebrando muito, levou a chama até Vanderlei Cordeiro de Lima.
Ele a recebeu, subiu as escadas e foi até a pira olímpica, no ponto alto da
festa. Ele tocou a chama no caldeirão que subiu e a levou até a pira principal,
que, então, se abriu para receber o fogo olímpico. Vanderlei garantiu que não
sabia que seria o encarregado de acender a pira.
“-
Foi uma surpresa muito grande. Eu não esperava. O meu grande momento nos Jogos,
sem dúvida, era conduzir a tocha olímpica, como conduzi (em Brasília). Foi uma
grande surpresa. Os deuses do Olimpo, mais uma vez, me presentearam. Tenho uma
enorme gratidão!” – contou. (1)
Neste
mês de agosto comecei esta série de textos sobre os Jogos Olímpicos mencionando
as medalhas olímpicas, e no primeiro texto falei sobre Vanderlei Cordeiro e o
comparei a Salomão. (Você pode ler o primeiro texto da série clicando AQUI).
Qual não foi minha surpresa quando o vi recebendo a tocha e acendendo a pira!
Mesmo
com aquela atrapalhada, mencionada no meu primeiro texto, Vanderlei não se
tornou uma pessoa amarga, não deixou de sorrir. E naquela noite de abertura da
Rio 2016 todos os presentes e os telespectadores puderam ver, emocionados, a História
se reencontrando com Vanderlei.
Mas
o que você não percebeu foi que Vanderlei Cordeiro de Lima saiu direto do meu
texto para a abertura dos Jogos Olímpicos de 2016. O improvável acontece mais
uma vez. Ali, naquele momento, eu pensei: “Pronto, meu texto de número 30/2016
está prontinho!”. O problema é que diante de tanta emoção acabei ficando sem
palavras...
O
que é só emoção também serve para reflexão. Quando um herói do povo afirma,
alguns anos depois, que, finalmente, recebe sua medalha de ouro e tem seu dia
de glória, a gente para pra pensar...
"Recebi minha medalha
de ouro!", diz Vanderlei após cerimônia em encontro improvável.
Eu
penso no improvável. Nos improváveis.
Sou
membro do clube dos improváveis. Deus é especialista em improváveis. É por essas
e outras que hoje venho aqui expressar mais uma vez todo meu assombro com a
grandiosidade do amor de Deus “e sua inexplicável, impressionante, maravilhosa,
incompreensível, inefável, incrível graça por aqueles que nasceram aqui.
Entendo que me coloco numa posição vulnerável, mas prosseguirei.” (Graça
Surpreendente – Philip W. Dunham, Ed. CPB, página 151). É inexplicável.
Mas,
amigão, tudo isso por causa da cena improvável do Vanderlei Cordeiro de Lima? Pode ser, mas veja o que descobri:
“Nem sempre são os
corredores mais velozes que ganham as corridas; nem sempre são os soldados mais
valentes que ganham as batalhas. Notei ainda que as pessoas mais sábias nem
sempre têm o que comer e que as mais inteligentes nem sempre ficam ricas. Notei
também que as pessoas mais capazes nem sempre alcançam altas posições...”
(Eclesiastes 9:11).
Eu gosto de parafrasear uma declaração do Homer Simpson: “Existem três jeitos de resolver as coisas: O
jeito certo, o jeito errado e o meu jeito, que é igual ao errado, só que
diferente.”.
Este é o mundo dos improváveis de que falei; e, por falar
nisso, eu vou. Vou continuar meu caminho, louvando
e amando a Deus. Obedecendo e servindo. Tudo de maneira imperfeita, do meu
jeito, nas minhas limitações e fracassos, mas sempre debaixo da sua graça,
desejando ser como Ele e fazendo o meu melhor a cada dia.
Pela
graça, eu sou de Jesus. Ele é meu e sou candidato ao seu time pronto a receber
a medalha de ouro, mesmo que demore muito tempo.
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