domingo, 30 de abril de 2017

PERDIDOS E ACHADOS

PERDIDOS E ACHADOS
Por Pamela Henriques Moreira – Angra dos Reis/RJ

Quando estamos reunidos em família ou entre amigos de infância, quase sempre rola alguma história de quando você ainda era uma criança. Algumas histórias nos fazem rir, outras emocionam ou até envergonham. Minha mãe costuma contar sobre uma vez que me perdi no mercado; meus pais, aflitos, ficaram me procurando e me encontraram sentadinha no capô do carro. Eu os aguardava ali, mesmo sem ser orientada para aquilo. Haha... eu era um gênio! Não me recordo disso, mas sei que minha mãe me faz parecer a criança mais esperta de todas. Rsrs

A verdade é que ninguém gosta de se sentir perdido. Tenho o costume de usar bastante o GPS para me guiar, mas me perco direto mesmo o utilizando. Quem nunca? Vai dizer que nunca confundiu uma bifurcação ou uma entradinha escondida mostrada no mapa? Eu? Direto! Rs

Uma vez li que uma prática muito comum em praias argentinas e até em algumas brasileiras é que quando uma criança está perdida, alguém a coloca sobre os ombros e os demais banhistas batem palmas; assim fica mais fácil para os responsáveis enxergarem a criança.


Ainda não sou mãe, mas imagino a aflição que deve ser não encontrar seu filho. Procurar sem cessar!

“Que homem dentre vós, tendo cem ovelhas e perdendo uma delas, não deixa no deserto as noventa e nove e não vai após a perdida até que venha a achá-la?” Lucas 15:4

A ovelha perdida pode ser eu, pode ser você. Se nós procuramos por aqueles que amamos, Deus também vai atrás de suas ovelhinhas – que somos nós. Quando nos afastamos do Seu amor, quando deixamos de lado todo o cuidado que Ele tem por nós, perdemos o rumo, a direção.  Podemos até achar que estamos no caminho certo, mas o GPS está levando para outro destino, porque para o Céu só vamos por intermédio de Jesus.


Somos preciosos demais para Deus; você e eu somos únicos para Ele. Deus vai atrás de você, Ele se importa e quer guiar você.

“... E, chegando à sua casa, convoca os amigos e vizinhos, dizendo-lhes: Alegrai-vos comigo, porque já achei a minha ovelha perdida. Digo-vos que assim haverá alegria no céu por um pecador que se arrepende, mais do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento.” Lucas 15:6-7

Não nos percamos no meio do trajeto. Quer saber o caminho para o Céu? Conheça mais sobre Jesus!

sábado, 29 de abril de 2017

DIREITO À PERVERSÃO




DIREITO À PERVERSÃO
Jackson Valoni – Angra dos Reis-RJ

No último fim de semana encontrei um homem. Foi o fim de semana mais longo da minha vida.

Meu primo havia me chamado para a igreja que ele frequenta, no Rio de Janeiro. Preparei minhas coisas para ficar sexta e sábado na casa dele. Algumas coisas, porém, fugiram dos nossos planos (dos meus planos) depois que encontrei um homem, o homem que fez o meu fim de semana se estender até a terça-feira seguinte.

Quis matá-lo. Em minha mente, o matei. Em minha mente, o agredi, o insultei, o castiguei. Em minha mente, não havia quem pudesse me segurar. Aquele homem poderia ser exterminado com a força do meu pensamento, mas ele está ileso.

Estudiosos do Direito Penal identificam algumas fases para que um crime possa acontecer. Mas não qualquer crime; apenas aqueles causados de forma intencional (dolosos), como seria, no meu caso, se eu pudesse dar efeito à minha imaginação.

As leis do Brasil me dão o direito de desejar praticar o mal, durante a primeira fase do crime (fase de cogitação).  É durante a fase de cogitação do crime que as pessoas possuem o “direito à perversão”, que é a liberdade que o ser humano possui para pensar atrocidades – conquanto a criatividade animalesca não se manifeste em atos, fique à vontade. Você não será preso por isso.




“Se alguém fala, fale de acordo com os oráculos de Deus; se alguém serve, faça-o na força que Deus supre, para que, em todas as coisas, seja Deus glorificado, por meio de Jesus Cristo, a quem pertence a glória e o domínio pelos séculos dos séculos. Amém!” (I Pedro 4:11)

O conselho de Pedro no verso acima é um ideal inatingível pra mim. Permita que eu pare de escrever na primeira pessoa.

Nós (eu e você) fomos criados à imagem e semelhança de Alguém infinitamente superior. Mas nossos pensamentos são miseráveis, os desejos são mesquinhos e a justiça é impecavelmente imunda.


As noites que se passaram, desde que me encontrei com aquele homem até o presente momento em que escrevo este texto, foram difíceis. Muitas imagens vinham à minha mente, sentimentos me consumiam e eu desejava apagar esse fim de semana da minha memória. “Sem fé é impossível agradar a Deus” (Hebreus 11:6), e é com a certeza da força desse Deus invisível que tenho buscado minha transformação.

“... Ele nos amou primeiro.” (I João 4:19)
Não sei o porquê desse amor, mas sei que é suficientemente forte para curar meus pensamentos perversos.

Ele tem me curado.
 

sexta-feira, 28 de abril de 2017

UM TEXTO SOBRE SAPATOS


UM TEXTO SOBRE SAPATOS
Denize Vicente – Cidade Maravilhosa/RJ

"... Muitas vezes tentamos oferecer o que achamos que as pessoas precisam. No entanto, em primeiro lugar devemos buscar entender o que elas veem como necessidades. Andar com os sapatos dos outros significa tentar entender a vida, com todas as suas dificuldades e problemas através da perspectiva deles. Significa buscar compreender suas dores e alegrias. Em outras palavras, encontrá-los onde eles estão." (Salvos pela Graça, Ed. CPB, 2012)

A gente vai vivendo a vida sem se preocupar muito com o outro. Não é por mal... Na maioria dos casos não é por mal. É que a gente tem pouco tempo, nas vinte e quatro horas de cada dia, pra fazer tudo o que precisa, tudo que está na agenda, tudo o que o chefe cobra, que a mãe espera, que o marido pede, que a namorada deseja... A gente não tem tempo de cuidar nem das próprias emoções, que dirá essa coisa de se colocar no lugar do outro, sentir o que o outro sente, andar com os seus sapatos!


Na correria diária, na maioria das vezes só dá tempo de pensar com a própria cabeça, sentar na sua própria cadeira, e tirar o mundo pela sua própria perspectiva. A gente oferece (ou despeja, simplesmente) o que é possível, o que acha que o outro precisa, sem nem mesmo tentar perceber a vida do outro, as suas necessidades, as dificuldades dele... A gente termina vivendo num mundinho em que o referencial é só mesmo o mundo da gente.

“O que caracteriza a nossa história é não reconhecer os indígenas, os negros, os pobres, os camponeses, os quilombolas, os ribeirinhos e os favelados como sujeitos humanos.”1

Frei Betto disse uma vez, de um jeito bem prático, numa palestra em que citou Nicolau Copérnico, Paulo Freire, os muçulmanos, e mais gentes boas, que é preciso se colocar no lugar do outro. Ele disse assim: “Uma coisa é eu ser diretora da escola, outra coisa é eu me colocar no lugar da faxineira da escola; uma coisa é eu ser o dono da casa, outra coisa eu me colocar no lugar da cozinheira da casa. Quando a gente se coloca no lugar do oprimido, muda o nosso lugar social, o nosso lugar epistêmico, a maneira de ver e entender as coisas.”. 2

Ele contou, nesse mesmo dia, que tem uma escola na cidade em que ele mora que nos fins de semana reúne pais e alunos e eles fazem oficinas, pra faxineiras, cozinheiras, porteiros de prédios aprenderem um pouco mais de Português, Matemática, Culinária, Corte e Costura, uso de produtos químicos...  E aí ele disse: “Uma criança que participa disso, o valor dela, o olhar dela, é outro. Porque esse é um princípio pedagógico absoluto: a cabeça pensa onde os pés pisam. Se os meus pés nunca foram aos pobres, como é que eu vou ter sensibilidade para com eles? Como ser solidário a eles como Jesus era?”.

 
Daniel Goleman3 afirma que a empatia se constrói a partir da consciência de si mesmo, e quanto mais abertos estamos para nossas próprias emoções, maior será nossa capacidade de compreender os sentimentos dos outros. As necessidades dos outros. Mas a gente não tem tempo nem pra fazer amigos, não tem mais tempo de conhecer coisa alguma, nem a si mesmo, a gente só compra tudo prontinho nas lojas, já dizia o Pequeno Príncipe4... E não existem lojas vendendo sensibilidade, sentimentos, emoções...

Frei Betto terminou a palestra dizendo que nas escolas católicas eles precisam se preocupar em como formar discípulos de Jesus, e não meramente gente que tenha fé em Jesus. Porque Hitler, Bush, a maior galera por aí tem fé em Jesus. Juízes, Professores, Reis, Presidentes, Promotores, Padres, Pastores, Políticos, Empresários, muita gente tem fé em Jesus.

Ser discípulo de Jesus é diferente, sabe? É ter empatia. É calçar os sapatos do outro, andar com eles. É difícil? É. Dá trabalho? Dá. Tem modelo? Tem. Jesus era assim. Só que a coisa desandou.

Calçar os sapatos dos outros.
Era isso o que Jesus fazia.
É assim que eu quero ser.
“Se a gente estragou, a gente vai ter que consertar. Como? Jesus já veio ensinar o caminho.”5


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Referências:

1.    Miguel Arroyo, citado por Ana Luiza Basílio em Paulo Freire em seu devido lugar – disponível em: http://educacaointegral.org.br/reportagens/paulo-freire-em-seu-devido-lugar/ - acessado em 27.04.2017.

2.    Frei Betto – Palestra – disponível na íntegra em: http://www.franciscanos.org.br/?p=101816 – acessado em 27.04.2017.

3.    Daniel Goleman, Psicólogo norte-americano, pioneiro na abordagem de temas relacionados à inteligência emocional.

4.   “Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos.” - Antoine de Saint-Exupéry in O Pequeno Príncipe.

5.    Frei Betto - loc. cit.

quinta-feira, 27 de abril de 2017

FELICIDADE

Nossa convidada de hoje é a Ana Beatriz Souza.


Bia tem 15 anos, estuda no Colégio Adventista de Jacarepaguá, faz parte do Clube de Desbravadores “Astros Celestes” e é uma das primeiras integrantes do #Betacaroteno, o “i9 Teen” de Vila Valqueire, que hoje conta com mais de 15 adolescentes na turma, vários deles trazidos por ela. Seus planos para o futuro? Para o futuro próximo, levar ainda mais amigos para o #Betacaroteno e para o “Astros Celestes”; para o futuro mais adiante, ser Líder de Desbravadores, fazer sua graduação em Astronomia e trabalhar na NASA. Com vocês, Ana Beatriz e um texto que fala de vida, amor e relacionamento - seus temas preferidos.
 


FELICIDADE
Ana Beatriz Souza - Rio de Janeiro/RJ

Felicidade. Cinco sílabas, dez letras, uma origem: a palavra feliz.
E por falar em “feliz”... você é feliz? Não? Por quê?
Porque sua família não está bem, porque você deve pra muita gente... Bem, eu sei que esses não são motivos pra medir felicidade, mas existem motivos concretos para ser feliz. Quer ver? Só por você ter vida você deveria ser feliz; só por você não estar numa cama de hospital você deveria ser feliz!


Pense comigo!
Vamos supor...
Você ganhou um bilhão de reais, mas em troca você perde seus sentimentos. Outra opção: você ganhou uma vida que nunca acaba e nela você não envelhece nunca, e sempre será feliz.
Taí. Você só pode pegar uma das duas. Agora escolha...


Se você escolheu um bilhão de reais, pense: para que você vai querer dinheiro se nem pode se sentir feliz? Meu irmão, além disso, na vida o dinheiro nem sempre é felicidade; sabemos que dinheiro compra comida, nos mantém debaixo de um teto... mas pense: sem felicidade, me diga, qual é o motivo de sua vida? Se você não tem sentimentos, amor, felicidade, qual é o valor de ter tanto dinheiro?

Se você escolheu a vida eterna, pense: meu irmão, é vida eterna, é não envelhecer, é sempre ser feliz...  não precisa pensar em mais nada!!!


Moral da história: você pode, sim, ter vida eterna, ser feliz, e não envelhecer. Eu não estava só brincando de faz de conta. Imagine alguém que lhe dá tudo isso sem querer nada em troca, que morreu por você para que você viva pra sempre! Esse alguém existe, e se chama Jesus. Jesus - um nome tão forte, de duas sílabas, cinco letras, uma origem, um significado: AMOR. Ele só quer ver você feliz, Ele o ama, Ele morreu no seu lugar, por você. E tem mais: Ele morreu, mas não está morto.
 
Se você quer vida eterna, corra pros pés de Jesus neste exato momento. Tome cinco minutos do seu dia, para ganhar uma vida eterna. Fale com Ele. Ele ouve. Apenas retribua esse amor que Jesus sente por você. E viva eternamente.


Ame Jesus, porque Ele ama você. E muito!
Não é ruim ter um amor não correspondido?!

quarta-feira, 26 de abril de 2017

O ABRAÇO VOCAL DE DEUS


O ABRAÇO VOCAL DE DEUS
Maria Paula Guimarães - Niterói-RJ

Eu sou fonoaudióloga e, na Fonoaudiologia, existe um conceito que muito me agrada e que hoje intitula este texto. “Abraço vocal” é a expressão usada pelos profissionais da saúde da comunicação humana para designar o preenchimento da voz no espaço e no outro. Sabe quando alguém fala, seja em uma palestra, na igreja ou dando uma aula e sua voz parece encher o ambiente, sem fazer grandes esforços, e atingir o coração dos ouvintes, que apresentam olhares atentos e postura vigilante? Essa pessoa, então, deu um superabraço vocal.

Glorinha Beuttenmüller, a respeitada e renomada “fonoaudióloga da Globo”, como é conhecida, ou “bruxa da voz”, como brincam alguns atores, compara o abraço vocal a um chafariz, que vai deixando a água cair, preenchendo o arredor e permanece caindo, constante. É assim que ela diz que a nossa voz tem que ser. Ela deve preencher o ambiente que a contém, sem nunca deixá-lo transbordar, mas permanecendo a abastecê-lo sem cansar-se de sua tarefa.


Dito isso, é possível que alguns grandes oradores ou palestrantes do TED* venham à nossa mente. Como essas pessoas conseguem contagiar tão fortemente o público ou, ainda, tantos públicos (já que muitos desses vídeos ficam disponíveis na internet e podem ser vistos e revistos inúmeras vezes por incontáveis pessoas)? Eles sabem usar a voz. Talvez eles entendam, não em palavras, mas de alguma forma internalizada em sua personalidade, que voz é emoção.


Emoção, por definição, é movimento para fora. Por isso, talvez, que quando o emocional está abalado, a voz, consequentemente, fica abalada também e, outras vezes, abala.

Deus, quando fala com o ser humano, faz um movimento para fora que não é necessariamente sonoro, mas que sabe abraçar. Outra vez, em outros tempos, Sua voz já foi audível, propagável, mesmo em um mundo de diferentes vácuos (sociais, morais, éticos...). Sua voz, ainda assim, propagava-se. Hoje, porém, ela é propagada de outra maneira, com outras vozes e, sobretudo, com muitas letras.

A voz de Deus diz, exatamente, aquilo que está na Bíblia - também conhecida como “Sua Palavra”. Esse último termo, aliás, também faz muito o meu gosto. Faz lembrar que, às vezes, em situações formais, quando alguém autoriza outro a falar, diz estar “dando a palavra a Fulano” ou “passando a palavra a Fulano”. Sendo assim, “palavra” é a vez de falar do Fulano. A Bíblia, então, é a vez de Deus falar. E, quando Ele fala, Ele abraça.


Porque Ele é eterno, infinito, íntegro e imutável, Sua Voz, ainda que não se propague em ondas, tem alcances incomparáveis aos da voz humana. A Voz de Deus desconhece o tempo. A Voz de Deus desconhece os limites do espaço. A Voz de Deus desconhece as barreiras da língua. Ela é, como Ele é. E, por isso, tem esse poder de chegar de mansinho e impactar de montão o nosso coração.

A Voz de Deus é um abraço de urso. Permita-se ser abraçado por ela e pelo que ela diz, através da Palavra, ao seu coração.

“Enquanto se diz: Hoje, se ouvirdes a Sua voz, não endureçais o vosso coração.” Hebreus 3:7-8

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* TED – (Technology, Entertainment, Design) A série de conferências mais espetaculares do mundo, destinadas à disseminação de ideias – realizadas na Europa, na Ásia e nas Américas pela fundação Sapling, dos Estados Unidos, uma organização sem fins lucrativos.