TRATAMENTO DE CHOQUE
Por
João Octávio Barbosa
Todo
mundo tem um tipo de música preferido, né? Eu não faço questão de esconder que
o meu, falando de forma genérica, é o rock. Isso não significa que eu gosto de
tudo que associam à palavra “Rock’n’Roll”, tampouco que eu me limite a só ouvir
isso. Toquei no assunto por dois motivos. O primeiro é porque hoje é o Dia Internacional
do Rock, como uma data ligada à gravação de um LP do Elvis Presley, na década
de 50. O segundo é porque nesse dia, 13 de julho, do ano de 1985, foi realizado
o “Live Aid”, show beneficente histórico, realizado simultaneamente nos EUA e
na Inglaterra, organizado por Bob Geldof, em favor dos famintos da África.
Ah...
os pobres africanos famintos. Os miseráveis. Os sofredores. Como Jesus reagiria
a eles se estivesse em seu meio? Iria ignorá-los ao máximo, desprezá-los,
humilhá-los, e chamá-los de cachorrinhos. “Oh! Que ultraje! Que blasfêmia é
essa?!” Bom, foi o que aconteceu em Mateus 15:21-28.
Convido você a clicar no link e ler os versos por um único minutinho, para
conferir que não estou exagerando. Realmente, é difícil imaginar Jesus agindo
assim; um tratamento de choque.
Como
vemos, Jesus foi passear pelos países vizinhos e, pelo que parece, ele queria
sossego. Era como uma celebridade nacional que visita um lugar distante onde
poderia ser tratada como um desconhecido qualquer. Mas o poder de Jesus já
tinha fama internacional. Aí, surge nosso “Perfil Sem Curtidas” de hoje. A
anônima mulher Siro-Fenícia, que ouviu as palavras mais duras que uma mulher já
ouviu de Cristo.
Contextualizemos:
mulheres não tinham o costume de se dirigir a homens (nem a seus maridos),
publicamente. Ela foi a Jesus gritando (os discípulos, meio machistas, nem
tiveram dó, e queriam que Jesus a expulsasse aos berros também). Estrangeiras
eram desprezadas por judeus (como Jesus). E, para piorar, sua filha estava
endemoninhada, e isso era visto como uma punição a ela própria ou à sua mãe,
por algum pecado.
Aí
vem você, com todas essas barreiras para enfrentar, a fim de conseguir o favor
de Jesus. E, no primeiro momento, é sumariamente ignorada. Depois, vê os
“comparsas” do Chefe o mandarem escorraçar você. Depois você insiste, e ele a
compara a animais, dizendo que não vai ajudar você. Batoré diria: “Ah, para, ô!”.
Que
mulher! Que humildade! Ela enfrentou isso tudo e não chiou! Que inteligência e
controle emocional! Ela ouviu o último desaforo e respondeu com toda a classe e
sagacidade! Que fé! Ela passou em todos os testes de resistência e recebeu a bênção!
Que mulher!
Recebeu
elogios de Jesus, e quão raro isso é! Se você analisar o texto de Marcos 7:24-30, verá
no verso 29 um detalhe interessante. Jesus diz “o demônio JÁ SAIU da tua
filha”. Isso, antes de Jesus proferir qualquer promessa de cura. A cura, de
fato, foi declarada pela mãe. Foi quando ela manteve a fé, apesar dos foras que
havia levado, que sua filha foi curada! Jesus apenas avisou o que já tinha
acontecido. Acontecido pela sua fé no poder de Deus.
Por que Jesus foi tão grosso? Bom, pode ser que Ele não tenha sido tanto assim, e o texto passa uma frieza no olhar que pode não ter acontecido. Pode ser que Ele tenha falado de forma rude porque já sabia como ia acabar. Pode ser que fosse um mero teste de fé. Pode ser que a ideia fosse registrar na Bíblia um exemplo de como nossa fé deve ser resistente e resiliente. Pode ser que só assim soubéssemos quão louvável foi essa mulher. Pode ser outra coisa. Vai saber...
Mas,
no fim, tudo deu certo. E fez sentido. Se nós aprendermos, faz sentido.
Preparado para um tratamento de choque na sua vida também? Aproveite o poder da
fé na Rocha.
It’s
Rock.
Não
peço que concordem, espero que reflitam!
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