ABUSO/OMISSÃO NO PODER
Por
João Octávio Barbosa
Já
estamos às portas de agosto, quando será decidido se o PMDBista Michel Temer
deixará de ter o complemento “interino”, ao ser chamado de presidente, ou se
Dilma Rousseff ressurgirá das cinzas como a fênix e assumirá de volta o Palácio
do Planalto.
Processos
de impeachment são casos raros. A última vez que aconteceu no Brasil foi em
1992, com Fernando Collor. Nos EUA, a Câmara dos Deputados abriu tal processo
contra o presidente Richard Nixon, há exatos 42 anos, pelo “Watergate”, um
escândalo político que eu não vou explicar, porque se você está lendo este blog
agora está com internet o suficiente para, depois de terminar de ler, jogar a
palavra “Watergate” no Google.
Mas
só para linkar Nixon com o Perfil Sem Curtidas de hoje, queria contrastar que o
Presidente americano foi investigado por abuso de poder, e nosso personagem,
Pôncio Pilatos, gravou seu nome da história do mundo justamente pelo contrário:
sua omissão no poder. Recomendo, para contextualizar, a leitura de Lucas 23 e João 18 e 19, porém, se não o
quiser fazer... lavo minhas mãos.
A
vida de Jesus, humano, caiu no colo de Pilatos. Em uma sexta-feira qualquer,
ele ajudou a decidir o destino da humanidade. Desde o início, ele percebeu a
maldade invejosa dos líderes judeus que queriam condenar Jesus. Ele fez o
possível para não se envolver. Tentou empurrar Jesus para que os próprios
judeus o punissem; não deu certo. Os judeus queriam matar, e matar eles não
podiam; só os romanos, só Pilatos. Tentou empurrar Jesus para Herodes, mas ele
mandou devolver a entrega. Por fim, empurrou Jesus para o povo.
“A
voz do povo é a voz de Deus”... AFF com letras maiúsculas! People, se liga: a
voz do povo matou Deus. Esse deveria ser o provérbio. Eles gritaram: “Barrabás!”
- conhecido subversivo local. Foi-se a esperança de Pilatos soltar Jesus. Não
tinha mais para quem empurrar.
Pilatos
mesmo tinha dito a Jesus: “Não sabes tu que tenho poder para te crucificar e
tenho poder para te soltar?” (João 19:10). No entanto, antes de encaminhar
Jesus para ser crucificado, no gesto que ficou para a História, Pilatos lava as
mãos publicamente, simbolizando que estava abrindo mão de decidir pelo que
queria, e apenas atendendo a vontade alheia.
Podia
ter feito mais. Podia ter feito o certo. Sua mulher o avisou, pois sonhara com
Jesus (Mateus 27:19). Seu instinto o alertou, ao analisar a situação como um
todo. Sua consciência o acusou, ao repetidas vezes afirmar que não via nada em
Jesus que justificasse condenação. Ele se acovardou.
E
são lições. De tudo se tira lição. Era um homem que, ao adorar ídolos, usava o
sangue de judeus mortos num ritual macabro (Lucas 13:1). Mas, agora, frente a
frente com Jesus, chegou muito perto de alcançar a salvação e ter a vida transformada.
Pensou nisso. Ponderou. Quase. Quase mesmo...
Ficou
no quase. Preferiu agradar os errados. Deturpar a justiça. Fazer o mais fácil.
E você? Já passou por pressões desse nível? Já sim. Porque ali, naquele
momento, Pilatos passou pelo nosso dilema diário. Decidir entre o bem o mal.
Entre Jesus e o resto. Foi emblemático, é claro. Nunca teremos a
responsabilidade de julgar a vida de Cristo, de decidir entre sua vida e morte
física, PORÉM, vamos sim, todos os dias, tomar a mesma decisão, em nível
pessoal.
Permito,
eu, hoje, agora, manter Jesus vivo dentro de mim? Ou grito “Barrabás”? Ou lavo
minhas mãos? Posso alegar neutralidade? Posso me omitir?
Pilatos
olhou nos olhos de Jesus e perguntou: “Que é a verdade?” (João 18:38). Jesus
ficou mudo. Sempre achei isso tão revoltante! Era a oportunidade. Milhões de
pessoas, por aí, querendo saber qual é a verdade, qual a religião certa, se é
que existe... O que é real? O que é verdade? Fala, Jesus! Responde! Grita,
escreve, registra e para sempre usaremos essas palavras que convencerão a
todos! Jesus ficou mudo.
O
que é a verdade? Pilatos não ouviu resposta. Mas ele soube a resposta. Logo
depois, no mesmo versículo:
Disse-lhe Pilatos: Que é a verdade? E,
dizendo isto, tornou a ir ter com os judeus, e disse-lhes: Não acho nele crime
algum. (João 18:38)
Não
sei que olhar ou expressão Jesus fez para Pilatos ao ouvir sua pergunta. Mas,
sem uma resposta em palavras, Pilatos saiu dali certo de que Jesus era
inocente. Se ele era inocente, a acusação era falsa. Se a acusação era falsa,
ele era o Filho de Deus (João 19:7).
O
que é a verdade então? Não lave suas mãos.
Não
peço que concordem, espero que reflitam!
Amigão,eu permito que Jesus viva em mim. Forever!
ResponderExcluirAmigão,eu permito que Jesus viva em mim. Forever!
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