PADAMENTO
Por Airton Sousa
Só pra você saber, ao mesmo tempo em que escrevo,
estou ouvindo no phone “Preciosa Graça”, com a Joyce Carnassale. Essa música me acompanha já há alguns meses. É só pra
registro, ok? Porque hoje vamos falar de escolhas. Vamos falar de Acã.
Quando Deus derrubou os muros de Jericó e entregou
a cidade ao povo de Israel, as instruções foram bem claras: “Não peguem em nada
que vai ser destruído. Se ficarem com qualquer coisa que eu mandei destruir,
vocês vão trazer desgraça e destruição ao acampamento Israelita.” (Josué 6:16)
Resumindo: não mexam nas coisas.
Durante o tempo que morei em Sampa, frequentei
muito a chácara do meu amigão Jorjão, lá em Sumaré, interior do estado. Jorjão
é aquele tipo de anfitrião bonachão que recebe com alegria e muita fartura, que
faz muita questão da sua visita e deixa isso muito claro pra você. Mas Jorjão
também tem lá suas leis e regras. Quem se comporta bem pode retornar no próximo
carnaval e será sempre bem-vindo. Quem não se comporta bem, é “padamento” e
deixa de ser bem-vindo.
Não se preocupe em achar o significado de
“padamento”. Não vai encontrar. A menos que você seja convidado da Chácara do
Jorjão. Só lá e aqui no texto. Logo na entrada tem um cartaz com as regras da
casa:
“Os Dez Padamentos”.
E o primeiro padamento é este:
“Só mexa no que você trouxe.”
(eu preciso voltar lá pra me lembrar dos outros
nove padamentos).
Quando entraram na cidade, todos viram os tesouros
espalhados, moedas, prata, roupas caras. Todos viram. Todos cobiçaram. E todos
passaram direto, continuaram andando. Mas Acã... Acã olhou para a esquerda, olhou para a direita... por
que não pegar? Ele viu, parou, cobiçou e se apossou. Padamento!
Acã, era “padamento” e, por ser “padamento”,
cresceu o olho. Fez escolhas erradas. Comprometeu sua família. Trocou as ordens
de Deus por coisas. E mexeu nas coisas amaldiçoadas por Deus. Isso é sério.
Gosto de pensar que Acã era um valente e corajoso
homem que pertencia à tribo de Judá e que guerreava por uma causa santa. Fazia
parte de um povo que tinha uma história de escravidão e sofrimento por mais de
400 anos, que foi liberto por Deus e conduzido pelo deserto até a terra prometida.
Talvez Acã tenha tido oportunidade de ouvir todas essas histórias de seus antepassados,
oportunidade de ver e comer o maná, o pão do céu, talvez tenha tido a chance de
ver com os próprios olhos o poder, as maravilhas e os milagres de um grande
Deus.
O que leva uma pessoa, que conheceu e viveu tudo
isso, a, ainda assim, trocar tudo por um punhado de pratas? Movido pela ganância,
escondeu uma capa babilônica, um pouco mais de 2kg de prata e cerca de 500g de
ouro. Esses cobiçados objetos foram enterrados sob a sua barraca.
Tudo escondidinho e já estava pronto para
participar da próxima conquista que era a cidade de Ai – aparentemente, era
mais fácil ainda, era vitória, na certa. Não foi. Derrota e humilhação.
Voltaram para casa abatidos e com um saldo negativo de 36 soldados mortos.
E quando Josué e os anciãos buscaram uma
explicação, a resposta de Deus veio rápida: Israel pecou e, por isso, perdeu a
batalha.
Josué convocou o povo a fim de descobrir o culpado
para tamanha desgraça que recaía sobre o povo. Josué foi de tenda em tenda, até
encontrar.
O pecado de Acã havia sido descoberto. Acã foi
condenado à morte; não só ele, mas também toda a sua família! Acã estava metido
com coisas amaldiçoadas por Deus.
Aquele foi um dia muito triste em Gilgal.
Para o nosso próprio bem, a história de Acã nos
lembra: cuidado com as coisas que você traz para dentro da sua casa.
Os melhores dias acontecem na medida em que
confiamos em Deus.
“Se somos filhos do Senhor, e herdeiros de Seu
reino
Morreremos para o mal e para o bem renasceremos
Nova vida de perdão, de poder e de vitória
Reinaremos com Jesus, para sempre em sua glória.”
Confie somente em Deus. O resto é tudo padamento!
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