TEM
CARTA PRA MIM?
Por Denize Vicente
Dizem por aí que a década mais divertida de
todos os tempos aconteceu nos anos 80. E talvez estejam certos... Foi nos anos
80, por exemplo, que o Brasil teve o cacique Juruna eleito para Deputado Federal,
depois que o indígena ficou famoso em Brasília gravando tudo o que os políticos
falavam.
Também nos anos 80 a gente conheceu a voz
agudíssima de Tetê Espíndola, no Festival dos Festivais, cantando “Você pra mim
foi o sol...”, música interpretada, frequentemente, nas festinhas de família, por
homens e mulheres que arrancavam risadas das crianças, dos amigos e dos vovôs...
Nos anos 80 Ziraldo lançou “O Menino
Maluquinho”, Ayrton Senna entrou na Fórmula 1, jogamos a Copa da Espanha com a “seleção
canarinho”, havia a bala “Juquinha”, o comercial do Chambinho (“o queijinho do
coração”), que trazia crianças cantando “Carinhoso”, de Pixinguinha, e tinha
também aquele dos garotinhos do DDD via Embratel.
Eu tenho um livro (tão divertido quanto os
anos 80) que traz mais de 2.000 perguntas sobre temas ligados aos esportes, à
música, aos modismos e às guloseimas daquela época, entre outros, e até mesmo meninos
e meninas com menos de 15 anos sabem as respostas, quando a gente brinca. E eu
acho que sei a razão: parece que o pessoal dos anos 80 não deixa que nada disso
caia no esquecimento e assim se mantém viva a memória, sempre ressaltando e
dando publicidade à ideia de que essa foi a década mais divertida de todos os
tempos.
Dar publicidade é tornar público, levar ao
conhecimento de todos uma ideia, uma opinião, um ato praticado... Na
Administração Pública, por exemplo, existe o “Princípio da Publicidade” (art.
37, caput, da CRFB/1988), que impõe
ao ente público a obrigação de levar ao conhecimento da população os atos que
pratica, os contratos que faz, as leis que edita, programas, obras, serviços e
campanhas... de modo claro e compreensível. Tudo para que haja transparência, visibilidade,
e os administrados tenham, a qualquer tempo, pleno conhecimento daquilo que os
administradores estão fazendo.
Eu e você também levamos ao conhecimento de
todos a nossa própria vida, nossas ideias, nossas crenças e descrenças, quando,
por exemplo, publicamos no Facebook que gostamos de alguma coisa ou o que
pensamos sobre determinado assunto; quando expomos nossa opinião, nossas preferências,
nossos passeios, nossas atividades... revelamos quem somos. Ou quem gostaríamos
que as pessoas pensassem que somos.
“Vocês mesmos são a nossa carta, escrita no nosso coração, para ser
conhecida e lida por todos. Sim, é claro que vocês são uma carta escrita pelo
próprio Cristo e entregue por nós. Ela não foi escrita com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo; ela
não está gravada em placas de pedra, mas em corações humanos.”
(II Coríntios 3: 2-3, Bíblia, Nova Tradução na Linguagem de Hoje)
Sabe lá o que é ser uma “carta aberta ao
público”? Isso significa que eu e você temos uma mensagem para comunicar
(porque é isso o que fazem as cartas, não é?) e que ela está acessível a todos
que nos conhecem, que nos veem, que nos leem. E mais: a mensagem que trazemos
fica gravada no coração das pessoas!
As pessoas precisam associar as palavras
que dizemos e escrevemos com a vida que levamos, com a vida que vivemos. E se somos
uma carta escrita pelo próprio Cristo, nosso exemplo, nosso olhar, nossas
atitudes precisam revelar quem Ele é.
Sabe aquela mania de querer ser “a última
bolacha do pacote”? Sabe o velho hábito de passar por cima de qualquer um e de
qualquer coisa para conseguir aquilo que se quer? Sabe o costume enraizado de
fingir que não vê a necessidade do seu próximo, ou aquela “vaidade de dar”, que
muitas vezes fingimos ser “generosidade”? Pois é... Geral tem que olhar pra nós
(que somos cartas) e ver a assinatura do Autor (Jesus Cristo) e não essas
coisas feias; ver que somos “novas criaturas”... “Quem está unido com Cristo é uma nova
pessoa; acabou-se o que era velho, e já chegou o que é novo.” (II Coríntios
5:17 - NTLH).
Amabilidade, paciência, alegria, flexibilidade,
gentileza, mansidão, bondade, fidelidade, equilíbrio... É isso o que as pessoas
leem e veem na gente? Ou veem ódio, egoísmo, inveja, discórdia, orgulho,
embriaguez, desamor, indiferença, implicância, intransigência, orgia, agressividade,
insensatez, impaciência, irritação...?
Somos cartas cheias de vida? “Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o
Filho de Deus não tem a vida.” (I João 5:12 - NTLH).
Dá tempo de ser aquela carta incrível que
chega e só traz coisas boas para quem a lê; que enche o coração de alegria. Dá
tempo ainda de tornar público o seu verdadeiro conteúdo. Hoje é sexta-feira e
você já pode ver ali adiante uma nova semana, um novo mês e, quem sabe, uma
nova vida. Peça a Deus que lhe conceda a possibilidade de mudar naquilo que
precisa ser mudado e de se aperfeiçoar naquilo que já é agradável aos Seus
olhos. “Porque tu, Senhor, és bom, e
pronto a perdoar, e abundante em benignidade para com todos os que te invocam.”
(Salmos 86:5 – Bíblia – João Ferreira de Almeida Atualizada)
Lembre-se: “O caráter formado segundo a semelhança de Deus é o único tesouro que
podemos levar deste mundo para o futuro. (...) O caráter que uma pessoa forma
neste mundo determina seu destino para a eternidade.” (“Youth’s Instructor”,
17 de agosto de 1899, E.G.W. – extraído do
livro de meditações diárias “Perto do Céu”, 2013, Editora CPB.)
Lembrei do tema do JA: "Eu sou a mensagem". E desejo sinceramente que as pessoas possam ler em mim a melhor mensagem possível.
ResponderExcluirIssaê!! Uma carta cheia de relatos e notícias bons!!
ExcluirOi.
ExcluirNão sou o titular dessa conta, mas pude perceber o quanto inculto sou diante da minha inércia de caráter. .Mais vejo também que pela Graça de Deus, obras como esta carta que li retrate alguma evolução no meu 'eu'... (waldo Marcelo dos santos).
...
Oi.
ExcluirNão sou o titular dessa conta, mas pude perceber o quanto inculto sou diante da minha inércia de caráter. .Mais vejo também que pela Graça de Deus, obras como esta carta que li retrate alguma evolução no meu 'eu'... (waldo Marcelo dos santos).
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Sim, Waldo, podemos ir crescendo aos poucos, avançando no aperfeiçoamento do nosso caráter, com a ajuda dAquele que é perfeito.
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