VEM COMIGO QUE EU TE EXPLICO NO
CAMINHO - Parte 1
Por Airton Sousa
Sabe aquelas estradas sem final, imensas? Que vontade
de sair andando sem rumo, a pé, com chuva, com sol, com frio! Uma mochila nas
costas, algum dinheiro no bolso e pronto, tá completo o final de semana. Gosto
de fazer esse tipo de aventura, embora não faça isso há muito tempo. Foi em
2009 que peguei a mochila e saí de São Paulo, numa quinta-feira, em direção a
Curitiba, pra ver um amigo; e como já estava lá avancei mais um pouco. Sempre gostei
de viajar de ônibus e caminhar. Caminhar bastante.
A volta para São Paulo foi pelo litoral; fui parando
em algumas praias até chegar à Ilha Comprida. De lá, pedalei 11 quilômetros até Iguape, onde encontrei outro amigo. Naqueles tempos o corpo ajudava e as pernas
não doíam tanto.
Quando era moleque, eu caminhava e cantava: “Vou caminhando sempre contente, pela estrada
rumo ao céu. Não tenho medo, vou confiante pois Jesus comigo está...”. Com
o tempo, fui desviando desse caminho, procurando outras rotas.
Quando cresci, eu já não caminhava tão contente e
nem confiante. Um desvio errado levava a outro caminho mais errado ainda e eu
cantava igual ao Raul Seixas: “Esse
caminho que eu mesmo escolhi é tão fácil seguir, por não ter onde ir...”. E
eu continuava caminhando igual maluco, apenas tentando controlar a “maluquez”.
Quando “envelheci” (envelhecer, aqui, no caso, é apenas uma figura de
linguagem?), eu me lembrei de uma canção da
juventude; o tema era “Balada do homem sem rumo” que dizia: “Caminhando sem rumo, eu vou sem destino,
procurando encontrar um mundo melhor...”.
Um dia desses, ao olhar para trás e ver todo o caminho
percorrido, resolvi parar para descansar. Sentei num banquinho, abri minha
mochila, tomei um gole de água mineral, peguei a Bíblia e abri na história
relatada em Lucas 24:13-35.
Naquele mesmo
dia dois dos seguidores de Jesus iam a caminho da aldeia de Emaús, uns onze
quilômetros de distância de Jerusalém. E comentavam entre si tudo o que
acontecera. De repente Jesus apareceu e juntou-se a eles, caminhando ao seu
lado. Mas eles não sabiam que era Jesus.
“O que vocês
estão conversando, o que aconteceu”?
Um deles,
Cleopas, respondeu: “Deves ser a única pessoa em toda a cidade de Jerusalém que
não sabe das coisas terríveis que aconteceram nestes últimos dias”.
“Que coisas?”,
perguntou Jesus.
“O que
aconteceu a Jesus de Nazaré. Era um profeta de Deus que fez milagres poderosos
e, além disso, era um grande mestre, mas os principais dos sacerdotes e os
nossos chefes o prenderam e o condenaram à morte e o crucificaram.”
“E nós
pensávamos que ele era o Messias que vinha Israel! Isto aconteceu há três dias
e hoje umas mulheres do nosso grupo de seguidores foram ao túmulo, de manhã
cedo, e regressaram com a notícia de que o corpo de Jesus desapareceu”.
Esses dois aí estavam
tristes, pois esperavam algo, de Jesus, que não veio. Queriam um libertador e
receberam a decepção, pois não sabiam qual era, exatamente, o papel de Jesus na
sua história. Estavam dispersos pelo caminho, longe do grupo que seguia a Jesus
Cristo, longe da comunhão, sem esperança. Decepcionados com a igreja, os seus
membros, o pastor. Daí o desânimo.
Então Jesus
respondeu-lhes: “Mas vocês não estão sendo sensatos! É assim tão difícil para
vocês crerem em tudo o que os profetas escreveram nas Escrituras? Não foi,
claramente, predito por eles que o Cristo teria de sofrer todas essas coisas
antes de entrar na sua glória?” E começou a ensiná-los e fez compreender as
escrituras, começando com os livros de Moisés, explicando o que esses textos
diziam a respeito de si mesmo.
O fato era que Jesus havia ressuscitado e
estava ali ao lado deles, mas eles não o reconheceram, pois o seguiam à distância.
Estavam tristes, pois não conseguiam se lembrar dos bons momentos. Por isso, havia
mágoa e decepção.
Isso acontece quando estamos presos ao passado,
vivendo das imagens do passado, sentindo as amarguras do passado, e não
conseguimos ver o presente. Deixamos de ver Jesus ao nosso lado, perdemos a
confiança, ficamos sujeitos a superstições, tristezas, desvios de caráter.
Entretanto,
aproximavam-se da localidade para onde iam. Jesus parecia querer prosseguir no
caminho, mas pediram-lhe que ficasse com eles porque estava anoitecendo.
Quando se sentaram para comer, ele pediu a bênção de Deus sobre o alimento, e
depois, pegando num pequeno pão, partiu e o distribuiu entre eles. Foi então
que, de repente, os olhos se lhes abriram e o reconheceram.
É um texto cheio de lições
profundas. Enquanto lia, eu ia pensando em várias aplicações para nossa vida...
Mas, neste momento, eu me emociono com o fato de que, mesmo quando estamos no
caminho errado, Ele vem ao nosso encontro, caminha com a gente e pergunta: “O
que está acontecendo?”.
O caminho é longo; eu
volto semana que vem!
é muito bom saber que Ele nos ajuda a encontrá-Lo..por que ele é o caminho certo. Ansiosa para a parte 2. ;)
ResponderExcluirEste caminho será longo mesmo, mas vem comigo...
Excluir"... Foi então que, de repente, os olhos se lhes abriram e o reconheceram."
ResponderExcluirIsso é tão real!!
Às vezes um pouco incomum, porque, geralmente, não estamos a fim de abrir os olhos, né? Mas se olharmos com atenção, abrirmos os olhos, podemos reconhecê-lO.
O caminho é longo, mas em boa companhia a gente nem se cansa!
A companhia é o melhor do caminho. Vem comigo.
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