ÀS
ÁGUAS
Por Airton Sousa
Meu sobrinho Mateus vem todo contente e me
diz que se alistou no Exército Brasileiro, que vai servir e seguir carreira, e
ganhar muito bem. Todo jovem é obrigado a se alistar no Exército no ano em que
completará 18 anos. A novidade do Mateus me leva ao tempo em que servi no Campo
de Provas da Marambaia. Galera, eu ralei muito!
Não sei por que todas as histórias que
acontecem comigo são engraçadas. Para os outros, claro. E tudo o que passei
durante o tempo em que servi, quando eu conto, é motivo de risadas. Quando eu
furei uma escala no sábado e expliquei que tinha faltado por ser “Adventista” e
“guardador do sábado”, fui obrigado a carregar um pedaço de árvore nas costas e
gritar bem alto: “Viva o capiroto!”.
E o resto do pelotão dando risadas. Aquilo tudo era uma palhaçada e eu era
muito ingênuo na época; muitas vezes servia de palhaço, outras vezes era
palhaço por conta própria.
Uma coisa marcou muito. Numa aula de
instruções, embaixo de um sol de mais de quarenta graus, o sargento perguntou
se tinha alguém com sede. Adivinhe quem levantou a mão? Pois é... O bobão aqui. Eu estava com muita sede e
o sargento chamou o soldado antigo, me mandou abrir a boca, o tal soldado abriu
o cantil e me encheu a boca de areia. É uma sensação esquisita, impossível de
descrever, quando você está esperando água e vem terra.
O local da
instrução era distante uns dois quilômetros da sede da companhia militar e, na
volta, tínhamos que fazer esse percurso correndo; e eu nunca corri tanto na
minha vida. Eu sabia que lá havia água gelada. Enquanto corria, eu via na minha
mente a imagem do bebedouro me esperando sorridente.
Não há nada mais
gostoso do que um copo de água gelada quando você tem sede. Você se lembra da música
da MPB? (Pode isso, Revisão?): “Bebeu
água? Não! / Tá com sede? Tô! / Olha, olha, olha, olha água mineral / Água
mineral / Do Candeal / Você vai ficar legal.”.
Quando eu era
bem menino, aqui em casa não tinha água encanada; a gente ia buscar água em
baldes em uma “bica” pública, que ficava a uns 500 metros de casa. Que tristeza
quando faltava água! Eu me lembro de quando meu pai cavou, ele próprio, um poço
bem profundo, até encontrar a água que usávamos para o banho e para lavar
louças e roupas, mas imprópria para beber. Até hoje gosto de ver imagens de
botijões de águas, fontes de água. Eu vendo água mineral na minha lojinha e
sinto certo prazer quando algum freguês me pergunta ansioso: “Tem água?”. Tenho sim, geladinha.
Há uma história
na Bíblia, em que Jesus Cristo estava bem ali, em frente a uma fonte de água e
disse a uma mulher: “Se você beber da
água que tenho pra você, nunca mais terá sede.”.
Durante uma das Festas
dos Tabernáculos, Jesus se apresentou para o público e gritou bem alto: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba!”
(João 4:14).
“O conceito de sede é usado para mostrar o
vazio interior, para descrever um desejo, uma ânsia que temos dentro de nós.
Alguma insatisfação indefinida, uma inquietação crônica. Uma sede por
reconhecimento e atenção, paz e santificação na vida.” (“Momentos de Graça”
– página 29).
Em um desses
sábados de janeiro aconteceu um problema muito sério com minha irmã; tinha tudo
pra ser um sábado triste... Eu estava aqui em casa conversando com ela e começaram
a chegar os membros da família para o culto do pôr do sol. Todos sabiam do
ocorrido e estávamos tristes e revoltados. Foi chegando um a um, e, de repente,
a casa estava lotada. Estava na hora do culto para despedida do sábado;
começamos a cantar alguns louvores, e, de repente, chega o pessoal da “Banda
Vid”. O Rafael, que casou com minha sobrinha, é baixista da banda, e trouxe os
colegas para essa celebração com a nossa família; mas, naquele momento, eu
percebi Deus mandando um recado: “Tô com
vocês!”... Quando a banda começou a cantar, meus olhos ficaram molhados;
fiquei emocionado com a letra, pois estava, justamente, escrevendo sobre este
assunto. Eles começaram assim: “Quem souber a letra cante com a gente”:
“Todos vós que
tendes sede, vinde às águas / E quem já se sente perdido, vinde tomai e bebei /
Inclinem seus ouvidos, e vossa alma viverá / Quem estiver com sede venha às águas”.
O louvor é muito
bonito. Lembrei que muitas vezes estamos
com sede e jogam areia na nossa boca, mas Jesus Cristo nos lembra: “Quem beber da água que eu lhe der, nunca
mais terá sede.”.
Tá com sede?
Venha à fonte das águas e beba dessa água que Jesus oferece.
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Referência:
“Banda Vid” –
www.facebook.com/iasdbandavid/fref=ts
É, amigão! Podem ser engraçadas, mas você sempre tem um desfecho lindíssimo para suas histórias.
ResponderExcluirO povo podia até festejar e relembrar a provisão de águas no deserto, mas o único capaz de matar nossa sede espiritual é Jesus.
Ele é a fonte. E só ele pode matar nossa sede fisica, mental e espiritual. Água pura, para todo tipo de sede.
ResponderExcluirA ideia de "água para quem tem sede" é encantadora!
ResponderExcluirÉ bom ter acesso à fonte das águas.
Para todos que tem sede por reconhecimento e atenção, paz e santificação na vida.A Todos ele oferece a água da vida. A ideia é realmente encantadora.
ResponderExcluirSeus textos são sempre surpreendentes. Eu quase consigo entrar nas cenas enquanto leio
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