MAIS
ALVO QUE A NEVE
(Por Denize Vicente)
Eu era criança. Lá em casa tínhamos um
aparelho chamado “projetor de slides”, e dentre várias historinhas que meus
pais nos contavam, por slides do CENTRO EDUCACIONAL ILUSTRADO, havia uma que se
chamava: “Mais alvo que a neve”.
Era a história de um menino negro, Tom, que
sofria muito com o preconceito na escola em que estudava. Os meninos o chamavam
de “bola de neve” e ele se sentia muito mal com isso.
Um dia, voltando pra casa, deu de cara com a
propaganda de um “sabão milagroso”, e viu ali a solução para o problema que o
atormentava:
Começou a juntar suas moedinhas até
conseguir dinheiro suficiente para comprar o sabão. E no dia em que conseguiu,
entrou na loja e perguntou ao vendedor:
“- Moço, esse sabão é mesmo milagroso? Ele
clareia tudo mesmo?”
“- Sim, fica tudo branquinho.”, disse o senhorzinho.
Com a garantia do vendedor, Tom entregou
suas moedinhas, pegou o produto e foi correndo pra casa. Entrou na banheira
cheia de água, despejou o sabão, pegou uma esponja e começou o banho. Esfregava,
esfregava, seus bracinhos já começavam a ficar arranhados... O milagre não
acontecia, e Tom começou a esfregar com mais força, mais e mais, até que sua
pele começou a sangrar...
A história continuava, contando que quando a
mamãe de Tom percebeu onde ele estava e o que fazia, precisou tirá-lo de lá, cuidar
dele, abrir a Bíblia e explicar, amorosamente, que Deus nos ama do jeitinho que
somos; que para Ele todas as crianças são iguais, não importa a cor da sua
pele... Estava ali uma história com final feliz.
E depois de ouvi-la, cantávamos sempre,
juntos:
“Cristo ama as criancinhas
Todas que no mundo há
Não importa a sua cor
Ele as tem com muito amor
Brancas, pretas, todas são pra Ele iguais.”
Naquela época não era considerado incorreto
falar “brancas e pretas”, ao se referir a pessoas, e aquela história, simplesmente,
nos reafirmava o que nossos pais nos ensinavam e que a atual Constituição da República
Federativa do Brasil estampa em seus artigos 3º e 5º: somos todos iguais e não queremos preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade nem outras formas de discriminação.
Mais do que isso, “Mais alvo que a neve”
nos ensinava, ainda crianças, que temos um Deus amoroso; um Deus que inspira o
conceito de igualdade; um Deus que amou o mundo de tal maneira que deu o Seu
filho único, para que TODO aquele que nEle crê não morra, mas tenha a vida
eterna. (João 3:16)
O amor de Deus é para TODOS; a vida eterna
que Ele sonhou é para TODOS.
O Dia da Consciência Negra é celebrado, no
Brasil, aos 20 de novembro, e é dedicado à reflexão sobre a inserção do negro
na sociedade brasileira. A data foi escolhida por coincidir com o dia da morte
de Zumbi dos Palmares, em 1695.
Hoje aproveite o dia para
pensar sobre o que essa data representa, e aproveite também para refletir a
respeito da igualdade e do Amor que, verdadeiramente, alcança a todos, e indistintamente
– o Amor de Deus. Compartilhe essas ideias e leve essa noção de Amor aos seus
filhos, aos amigos, aos seus pais; às crianças dos vizinhos, aos patrões, aos
empregados; ensine aos doutores e aos operários; aos senhores, aos juízes, aos
jovens, aos aprendizes; aos que nada sabem sobre isso; aos que creem que já sabem.
Bom feriado!!
Divirta-se, descanse, durma, viva e pense bem!!!
Ensine e aprenda alguma coisa, hoje.
__________________________
Referências:
CRFB/1988:
“Art.
3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
IV
- promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação.”
“Art.
5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes: (...).”
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