QUANTO MAIS SAL,
MELHOR - Parte final
(Por Eduardo Santos)
Continuando nossa
conversa de duas semanas atrás, voltaremos a falar sobre sal. Mas não me sinto
muito à vontade falando sobre algo ou alguém que não apresentei. Então, farei
uma breve apresentação de algumas características importantes para a nossa
reflexão. Não se preocupe, a apresentação será seguida de explicação!
O sal de cozinha,
quimicamente conhecido como cloreto de sódio, é um sólido branco em forma cristalina
definida. É composto por dois íons provenientes de elementos químicos
diferentes (Na+- vindo metal sódio; e Cl-- vindo
do gás cloro;) que estão ligados por uma força atrativa de ordem eletrostática.
É um sólido sem odor, mas com paladar agradável. Quanto a sua estrutura
cristalina, pode-se dizer que apresenta um número de coordenação igual a 6 e
sua disposição espacial dentro de seu retículo cristalino adota a estrutura
cúbica de face centrada.
Hora certa para
começar com as explicações?!
Antes de começar,
quero dizer que algumas coisas eu vou explicar com texto, e uma outra será
explicada por uma imagem. Vale lembrar, agora, que ainda estamos falando sobre
a metáfora usada por Jesus em Mateus 5:13.
O primeiro detalhe
que me chamou a atenção reside na própria composição do sal. Eu lhe disse que
ele tem dois constituintes que são íons. A definição de íons, de forma
resumida, é: qualquer espécie que esteja em desequilíbrio elétrico. É isso que os
sinais “positivo” e “negativo” simbolizam. Explicando um pouquinho melhor, já
utilizando o exemplo do sal de cozinha: o sódio tem um elétron que é
disponibilizado no momento da reação (por isso o sinal positivo próximo ao seu
símbolo químico) e o cloro capta esse mesmo elétron (por isso o sinal
negativo). A criação das cargas elétricas distintas faz com que ambos se
atraiam com uma força intensa. É como diz o ditado: “Os opostos se atraem!”.
Que tal aplicarmos esse
conceito à temática da distribuição de dons?
Deus concedeu
caraterísticas (elétrons) diferentes aos Seus filhos. Características que, ao
disponibilizarmos, faz com que nos liguemos a pessoas que possuem outras
qualidades. Paulo fala um pouco sobre isso em I Coríntios 12. Assim sendo,
quando compartilhamos nossos traços de personalidade na missão de “ser sal”,
complementamos e somos complementados. Características nossas passam a
trabalhar em cooperação com as de outras pessoas e vice-versa.
Tem ainda outra
observação muito legal que não foi mencionada; ela tem a ver com o tal retículo
cristalino. Para entender melhor, imagine um único cristal de sal. Nesse
cristal existe um número imenso desse par que estamos falando (Na+ e
Cl-) e, acredite você ou não, eles estão milimetricamente
organizados espacialmente, em uma estrutura cúbica de face centrada, lembra?
Olhando em um microscópio, pode-se notar que essa arrumação é baseada na
repetição da estrutura cúbica, como se um único cubo original tivesse sido
repetido milhões de vezes, o que chamamos de retículo cristalino ou célula
unitária. No centro e na metade de cada aresta, está um íon Na+ e,
nos vértices e em cada face, um íon Cl-, ou vice-versa. Dessa forma,
cada íon Na+ é rodeado por 6 íons Cl- e o inverso também
ocorre. Daí o número de coordenação ser 6. (Acho que a imagem abaixo vai fazer você entender um pouco melhor!)
É interessante
notar que, olhando o sal em si ou os íons constituintes, nunca se fala de um
isoladamente, sempre se fala de um íon rodeado por outros ou um cristal sendo
formado por uma junção de pares dos íons. Pensando na questão da atração
eletrostática, conseguimos visualizar melhor esse conceito. A atração elétrica
não é unidirecional; na verdade, ela é uma força que age nas três dimensões
atraindo tudo (de carga contrária ao atrator) que esteja até certo limite de
distância. Discretamente, essa percepção me mostra uma profunda lição!
A lição de “ser sal”
ensina que isso não é tarefa para ser feita sozinho. Pelo contrário, ensina que
devemos dedicar nossos dons conjuntamente com outras pessoas a fim de que a
missão seja desempenhada. De uma forma mais profunda, ela transmite que, ao nos
tornarmos sal como Cristo nos ensinou a ser, contagiaremos outras pessoas a
agirem da mesma forma. E, se fosse resumir isso tudo em apenas uma frase, eu diria
que a missão de “ser sal” requer intensa união!
É nossa escolha
agir dessa forma e tornar nosso mundo um pouco diferente do que vemos hoje em
dia. É uma realidade viver um pouquinho do céu aqui, se aplicarmos seus
princípios aqui na Terra, “viralizando o bem”, como costumam dizer por aí. Essa
hipertensão eu apoio. Então, o que vai ser a partir de agora?
Forte abraço e boa
quarta-feira!
Tô digitando com o pé porque estou usando as mãos pra aplaudir
ResponderExcluirAgradeço muito pelos elogios! Mas genial foi Cristo que desenvolveu esta analogia tão brilhante. Além do mais, Ele é quem nos capacita a entender suas metáforas.
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