E VOCÊ ACHOU QUE EU
IA ESQUECER DO “DIA DO PROFESSOR”...
(Por Airton Sousa)
Ela foi a primeira pessoa nesta vida a se importar comigo.
Apostou, brigou, chorou e no finalzinho do ano 1978, formatura da oitava série
na Escola Adventista de Madureira, me abraçou e disse: - “Filho, vai ser gente
na vida.”.
Anos mais tarde quando nos encontramos ela me perguntou o que eu estava fazendo:
- Virei publicitário, professora!
- Ah, só podia. Eu sabia!
Ela foi minha professora de Português no ensino fundamental.
Eu era o garoto pobre da turma. “Pobre,
pobre de marré-de-si”. Daqueles que levavam pão puro e chá de cevada na
lancheira e comiam escondido. E não bastasse tudo isso, ainda havia um complexo
de inferioridade e uma grande timidez. Aquela professora nunca teve pena de
mim, não que eu saiba; ao contrário, me ensinava a ter orgulho do que eu fazia,
do que escrevia e me incentivava a falar em público. Era o primeiro a ser
indicado nas leituras coletivas e muitas vezes pedia à turma para me aplaudir.
Nunca me disseram que foi ela quem comprou aquele livro caro e deixou em cima da minha carteira escolar, não me informaram que aquele uniforme novo era um presente dela e eu nunca soube como foi que participei de todos os passeios e excursões da escola sem ter dinheiro para pagar, e eu não sei, até hoje, como foi que nunca fiquei de fora de nenhum passeio, ou festa ou excursão. Nunca soube, mas sempre desconfiei.
Nunca me disseram que foi ela quem comprou aquele livro caro e deixou em cima da minha carteira escolar, não me informaram que aquele uniforme novo era um presente dela e eu nunca soube como foi que participei de todos os passeios e excursões da escola sem ter dinheiro para pagar, e eu não sei, até hoje, como foi que nunca fiquei de fora de nenhum passeio, ou festa ou excursão. Nunca soube, mas sempre desconfiei.
Ah... não, não era só comigo, não. Para cada aluno havia um tratamento especial e todos tinham e têm, até hoje, uma história diferente para contar.
Ela era amada pelos seus alunos e muito criticada pelos seus pares. Não ligava. Fazia do seu magistério um sacerdócio particular.
Meu Deus... Muitos anos... Que saudade da minha professora! Soube que se aposentou e mudou-se para uma cidade chamada Alto de Caparaó, Minas Gerais, e você não tem ideia de como eu anseio um dia poder encontrá-la só pra cantarmos juntos...
Feliz mocidade que vive a cantar
Vive la compagnie
Reparte com todos seu gosto sem par
Vive la compagnie
Vive la vive la vive l’amour
Vive la vive la vive l’amour
Vive l’amour, vive l’amour
Vive la compagnie
Feliz mocidade que vive a cantar
Vive la compagnie
Estuda, trabalha e ama também
Vive la compagnie
Um post é insuficiente para dizer, descrever, homenagear e agradecer por tudo que Dona Vasty Heiderich representa na minha vida. Obrigado, professora e, por favor, perdoe os meus erros de Português e principalmente as vírgulas fora de lugar.
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