O “ENTERRO DOS
OSSOS”
Maria Paula Guimarães, Rio de Janeiro – RJ
Então foi Natal...
E aí? Teve pavê ou “pacomê”? E “as namoradinhas”? E “os
namoradinhos”?
Certamente, os clássicos não faltaram. Tem coisa que se repete todo ano, não tem jeito. Há quem seja adepto a mudanças, mas a verdade é que, às vezes, não dá para fugir muito das tradições. A Bíblia nos diz que “nada há de novo debaixo do sol” (Eclesiastes 1:9). Passa ano, vem ano, e muita coisa se repete. Mas há coisas que, na verdade, não gostaríamos que se repetissem.
Certamente, os clássicos não faltaram. Tem coisa que se repete todo ano, não tem jeito. Há quem seja adepto a mudanças, mas a verdade é que, às vezes, não dá para fugir muito das tradições. A Bíblia nos diz que “nada há de novo debaixo do sol” (Eclesiastes 1:9). Passa ano, vem ano, e muita coisa se repete. Mas há coisas que, na verdade, não gostaríamos que se repetissem.
Aqui em casa, no dia 25, que é o dia seguinte à Ceia de
Natal, tem sempre o famoso “enterro dos ossos”, em que a família se reúne na
casa de alguém para comer as sobras da ceia da noite anterior. E, assim, a
festa continua. Em clima festivo e alegre, já depois de terem sido trocados os
presentes, comemos juntos mais uma vez.
Essa cerimônia, que precede em alguns dias o Ano Novo, me é
muito significativa e propõe algumas reflexões. Eu fico pensando, cá comigo,
depois de passado um ano, praticamente inteiro: quantos “ossos” emocionais,
sentimentais, que se calcificaram em nossa memória, não gostaríamos de nos
livrar... Os erros que cometemos (claro, somos humanos), as pessoas que
ferimos, as feridas que nos fizeram neste caminho, o carinho negado, o abraço
não recebido e o não dado. As palavras que não dissemos e as duras palavras que
ouvimos; as pedras que, com ou sem intenção, atiramos a alguém. Há, talvez,
tantas memórias que queiramos enterrar!
Livrar-nos das lembranças não nos parece uma solução
possível, porque, salvo doença ou algum acometimento, nossa mente não nos
permite esquecer as coisas com facilidade. Porém, é possível extrair das
experiências amargas bons aprendizados para nossa vida e nossas relações
diárias. Dessa forma, após termos extraído tudo o que é relevante e edificante
para o Reino, podemos, então, “enterrar os ossos”, as marcas, as mágoas, as
feridas e os traumas. Fazer isso às vésperas de um Novo Ano pode ser uma grande
ideia.
Em I Tessalonicenses 5:21 encontramos o seguinte conselho:
“Examinai tudo. Retende o bem.”. Outra versão, que eu prefiro, diz assim:
“Olhai a tudo e retém somente o que é bom”. Em outras palavras, talvez
pudéssemos dizer: aproveite a Ceia, mas “enterre os ossos”. De hoje em diante,
não leve consigo aquilo que não molda o seu caráter para a Eternidade.
Hoje, na minha família, é o dia de “enterrar os ossos” da
Ceia de ontem. Mas esse não precisa ser um hábito da sua casa. Aproveite a data
para “enterrar os ossos” no sentido metafórico, entregando a Deus suas
angústias, livrando-se dos traumas e guardando, consigo, apenas os aprendizados
edificantes.
Tenha um leve e Feliz Natal!
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