quarta-feira, 27 de abril de 2016

PAIS E FILHOS


PAIS E FILHOS
Por João Octávio Barbosa
         
Carlos Massa. Conhece esse nome? O apresentador do “Programa do Ratinho”. Seu apelido dá nome ao programa. Estranho comentar sobre ele aqui, não? Não, não numa quarta-feira, dia do JOBS. Bom, uma vez ouvi o Ratinho afirmar: “Quem leva seu filho à igreja, não o busca na cadeia.”. Vindo dele, e do nível de espetáculo que ele às vezes apresenta na TV, soa um pouco irônico. Mas é possível que ele esteja certo?

Nando Reis já deu entrevistas dizendo que gostaria de criar seus filhos com alguma esfera de religiosidade, um senso de espiritualidade, e até mesmo a crença em (um) Deus. Sua justificava era que isso poderia fazer bem para as crianças. Entretanto, ele não viu motivos para efetivamente incentivar seus filhos nessa prática, porque ele mesmo não acreditava.

Hoje é dia do sacerdote. Então, o Perfil Sem Curtidas de hoje traz um sacerdote que criou seus filhos na igreja, mas, nem por isso, criou gente de bem. A gente conhece a história de Eli (ex-Sumo Sacerdote de Israel) em I Samuel capítulos de 1 a 4, em especial 2:12-25 e 3:12 e 13. Conselho de papai: você faria bem em ler, numa Bíblia perto de você (tem aqui na internet mesmo).


O sumo sacerdote era, sem dúvida, a figura pública mais importante de Israel. A despeito disso, Eli não é avaliado, na Bíblia, nem sequer por um versículo, como sacerdote; apenas como pai, e de dois filhos maus. E sua falha nesse papel paterno é um exemplo para todos nós até hoje.

Não sei onde foi a falha. Faltou dizer “não”? Repreender com a vara? Ou, inversamente, houve muita rigidez religiosa? Não houve ponderação no tratar das duas crianças e se criou nelas uma “raiva de igreja”, até comum hoje em dia? Eli não foi um pai responsável. Seus dois filhos eram sacerdotes também, e faziam diversas coisas erradas, na frente de todo o povo. Ele ainda era pai, mesmo que de adultos. E ainda era Sumo Sacerdote, mesmo que eles fossem também sacerdotes. Ele podia, e devia, afastar seus filhos das suas funções no Templo do Senhor. Não o fez. Repreendeu, sim, mas foram ameaças vãs. Não teve coragem de tomar atitudes na velhice, provavelmente porque nunca tivesse tido, nos muitos anos anteriores, enquanto via seus filhos irem por caminhos errados.

Eu sei. Eu tenho 27 anos, e não sou pai. Nem casado eu sou ainda (mas estamos trabalhando nisso...). Posso queimar a língua nesse assunto. Mas Eli já me ajudou com seu exemplo. Exemplo do que não ser. No momento final da vida ele pareceu se importar com as coisas de Deus. Morreu por causa da notícia de que a Arca da Aliança fora roubada. Caiu da cadeira e quebrou o pescoço. Mas é impressionante: morreu por causa da notícia de que a arca havia sido roubada; não pela notícia de que seus dois filhos tinham morrido nessa mesma batalha.


Algumas pessoas dizem que a função mais importante nas “múltiplas vidas” de uma mulher é ser mãe. Ser pai não pode ser diferente. Na curta lista dos dez mandamentos, Deus destinou um, exclusivamente, para honrar a relação familiar de pais e filhos, concedendo a ela, porém, uma séria noção de responsabilidade.

Ser pai ou mãe é ter a mesma incumbência que Deus tem para com o mundo todo, dentro da esfera da sua casa.
 
Podemos ficar aliviados por termos lá no Céu um Pai que exerce sua função bem melhor que Eli. Lembre-se de quem eram, e do que aconteceu com Hofni e Finéias (filhos de Eli), na próxima vez em que sentir que Deus está “castigando” você. Ele estaria disciplinando? Estaria Ele ainda mais triste do que você pelo seu problema? Estaria Ele disposto a ajudá-lo, e a tornar você uma pessoa melhor? Com certeza. Confie no seu Pai perfeito, e seja o melhor filho possível.


Se você diz que seu Pai não o entende, talvez seja você que não entenda seu Pai.

Não peço que concordem, espero que reflitam!

Desafio do JOBS: Quem o general Baraque exigiu que fosse com ele à guerra?
Resposta semana que vem.
Resposta da semana passada: Hofni e Finéias (I Samuel 1:3).

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