PAIS E FILHOS
Por
João Octávio Barbosa
Carlos
Massa. Conhece esse nome? O apresentador do “Programa do Ratinho”. Seu apelido
dá nome ao programa. Estranho comentar sobre ele aqui, não? Não, não numa
quarta-feira, dia do JOBS. Bom, uma vez ouvi o Ratinho afirmar: “Quem leva seu
filho à igreja, não o busca na cadeia.”. Vindo dele, e do nível de espetáculo
que ele às vezes apresenta na TV, soa um pouco irônico. Mas é possível que ele
esteja certo?
Nando
Reis já deu entrevistas dizendo que gostaria de criar seus filhos com alguma
esfera de religiosidade, um senso de espiritualidade, e até mesmo a crença em
(um) Deus. Sua justificava era que isso poderia fazer bem para as crianças.
Entretanto, ele não viu motivos para efetivamente incentivar seus filhos nessa
prática, porque ele mesmo não acreditava.
Hoje
é dia do sacerdote. Então, o Perfil Sem Curtidas de hoje traz um sacerdote que
criou seus filhos na igreja, mas, nem por isso, criou gente de bem. A gente
conhece a história de Eli (ex-Sumo Sacerdote de Israel) em I Samuel capítulos
de 1 a 4,
em especial 2:12-25 e 3:12 e 13. Conselho de papai: você faria bem em ler, numa
Bíblia perto de você (tem aqui na internet mesmo).
O sumo
sacerdote era, sem dúvida, a figura pública mais importante de Israel. A
despeito disso, Eli não é avaliado, na Bíblia, nem sequer por um versículo,
como sacerdote; apenas como pai, e de dois filhos maus. E sua falha nesse papel
paterno é um exemplo para todos nós até hoje.
Não
sei onde foi a falha. Faltou dizer “não”? Repreender com a vara? Ou, inversamente,
houve muita rigidez religiosa? Não houve ponderação no tratar das duas crianças
e se criou nelas uma “raiva de igreja”, até comum hoje em dia? Eli não foi um pai
responsável. Seus dois filhos eram sacerdotes também, e faziam diversas coisas
erradas, na frente de todo o povo. Ele ainda era pai, mesmo que de adultos. E
ainda era Sumo Sacerdote, mesmo que eles fossem também sacerdotes. Ele podia, e
devia, afastar seus filhos das suas funções no Templo do Senhor. Não o fez.
Repreendeu, sim, mas foram ameaças vãs. Não teve coragem de tomar atitudes na
velhice, provavelmente porque nunca tivesse tido, nos muitos anos anteriores,
enquanto via seus filhos irem por caminhos errados.
Eu
sei. Eu tenho 27 anos, e não sou pai. Nem casado eu sou ainda (mas estamos
trabalhando nisso...). Posso queimar a língua nesse assunto. Mas Eli já me
ajudou com seu exemplo. Exemplo do que não ser. No momento final da vida ele
pareceu se importar com as coisas de Deus. Morreu por causa da notícia de que a
Arca da Aliança fora roubada. Caiu da cadeira e quebrou o pescoço. Mas é
impressionante: morreu por causa da notícia de que a arca havia sido roubada; não pela notícia de que seus dois filhos tinham morrido nessa mesma batalha.
Algumas
pessoas dizem que a função mais importante nas “múltiplas vidas” de uma mulher
é ser mãe. Ser pai não pode ser diferente. Na curta lista dos dez mandamentos,
Deus destinou um, exclusivamente, para honrar a relação familiar de pais e
filhos, concedendo a ela, porém, uma séria noção de responsabilidade.
Ser
pai ou mãe é ter a mesma incumbência que Deus tem para com o mundo todo, dentro
da esfera da sua casa.
Podemos
ficar aliviados por termos lá no Céu um Pai que exerce sua função bem melhor
que Eli. Lembre-se de quem eram, e do que aconteceu com Hofni e Finéias (filhos
de Eli), na próxima vez em que sentir que Deus está “castigando” você. Ele
estaria disciplinando? Estaria Ele ainda mais triste do que você pelo seu problema?
Estaria Ele disposto a ajudá-lo, e a tornar você uma pessoa melhor? Com
certeza. Confie no seu Pai perfeito, e seja o melhor filho possível.
Se
você diz que seu Pai não o entende, talvez seja você que não entenda seu Pai.
Não
peço que concordem, espero que reflitam!
Desafio
do JOBS: Quem o general Baraque exigiu que fosse com ele à guerra?
Resposta semana que vem.
Resposta semana que vem.
Resposta
da semana passada: Hofni e Finéias (I Samuel 1:3).
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