sábado, 6 de fevereiro de 2016

FANTASIA

FANTASIA
Por Jackson Valoni

Em quase todo Carnaval meu tio se fantasiava de Clóvis – um tipo diferenciado de “bate-bola” – e saía pelas ruas junto com o grupo dele, com a mesma fantasia, colocando medo por onde eles passavam.

Lembro que a roupa dele era extravagante. Era uma peça única, como uma espécie de saia rodada e a fantasia sempre vinha estampada com o tema escolhido para o Carnaval daquele ano. Era ele quem fazia os desenhos das fantasias do grupo dele, e confeccionava de forma que ficasse bastante chamativo.

Eles se comunicavam por apitos ou gestos, nunca por palavras. Não poderia deixar de falar das “bexigas” que os Clóvis batiam no chão, tão tradicionais entre os “bate-bolas”.

De tão marcante na cidade do Rio de Janeiro, o prefeito assinou o Decreto 35.134/2012 onde declara que os Clóvis “são personagens típicos do carnaval carioca e que refletem a forma alegre e irreverente da população suburbana festejar e a sua capacidade de produzir uma manifestação de caráter tradicional e ao mesmo tempo renovador”.

O prazer pelo medo é a inspiração dos “bate-bolas”. Andando em grupos, impressionam pelo grande espaço que ocupam nas ruas. Seus uniformes, em conjunto, causam efeito assustador quando começam a correr emitindo sons de apitos e batendo as típicas “bexigas” no chão.

Logicamente, não se identificam, colocam máscaras de palhaços medonhos para completar a imagem mórbida. O nome Clóvis deriva de palhaço, que é "clown" em Inglês.

Palhaços simbolizam a alegria, são a personificação do humor, não deturpam a inocência infantil. Mas os Clóvis deturpam a imagem do palhaço.

Aquele que simboliza o amor também tem sua imagem deturpada. Milhares de pessoas, ao invés de abençoadas, tornam-se vítimas do estelionato teológico, por meio das mais criativas heresias divulgadas.

Igrejas e pastores promovem verdadeiras simpatias com a promessa de libertação espiritual. Danças frenéticas ao som de linguagens indecifráveis tomam conta de vários templos.

"Não seja precipitado de lábios, nem apressado de coração para fazer promessas diante de Deus. Deus está nos céus, e você está na terra, por isso, fale pouco. Das muitas ocupações brotam sonhos; do muito falar nasce a prosa vã do tolo." (Eclesiastes 5:2,3)

O “sensacionalismo santo” deturpa a imagem do Criador, pouco se aprofunda em Sua Palavra e pessoas se autoproclamam “ministros do evangelho”, sem estudo e comunhão com Cristo. Por isso fantasiam tanto o evangelho de Jesus.

"Eles afirmam que conhecem a Deus, mas por seus atos o negam; são detestáveis, desobedientes e desqualificados para qualquer boa obra." (Tito 1:16)

A imagem de Deus é prejudicada, em grande medida, pela fé frágil que sujeita homens e mulheres a humilhações em busca de todo tipo de cura.

Que Deus nos dê sabedoria para adorá-lo; um Deus sábio, sem fantasias.

"Mas Jesus retirava-se para lugares solitários e orava."
(Lucas 5:16)

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Referência:


4 comentários:

  1. Excelente reflexão. A Palavra de Deus é única, não precisa e nem deve ser fantasiada. O caminho é um só.

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  2. Que o povo não pereça por falta de conhecimento!

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  3. Um verdadeiro culto de libertação é aquele em que estudamos a Biblia com oração.O estudo correto nos leva a verdade e a verdade nos liberta.Verdades sem fantasias. Abraço.

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