sábado, 16 de setembro de 2017

O GATO DE SUÉTER



O GATO DE SUÉTER
Jackson Valoni - Angra dos Reis/RJ

Minha irmã adotou um filhote de gatinho preto que encontrou nos fundos da igreja. Nunca vi essa garota tão dedicada com alguma coisa. O bicho dormia no quarto dela, come ração de primeira, vai ao Veterinário... sem contar que minha irmã pendurou uns barbantes pra ele ficar esbofeteando as cordinhas amarradas. O bicho substituiu o lugar que eu ocupava na casa.

Um dia o gato ficou estranho. Um fungo poderoso atacou o rosto da criatura. O nariz dele ficou em carne viva, a orelha e o rabo também foram atingidos. Pouco depois, o gato ficou com pneumonia.

Meu pai, que nunca foi fã de gato, falava entre os dentes que nunca quis o bicho em casa.

Aos sábados, quando vou almoçar na casa dos meus pais, dava pena (e nojo) de ver aquele bicho cheio de feridas, deformado. A respiração dele era ofegante, e não tinha o mesmo ânimo de antes. Por recomendação veterinária o gato deveria ficar isolado, porque o fungo só poderia ser combatido assim. Ele não podia mais pegar sol, e deveria tomar remédios diários.

Por fim, o Veterinário disse que o tratamento poderia durar até um ano. Meu pai reforçou seu descontentamento e me uni a ele.


Outro dia prometi pra Pamela que daria um porquinho da Índia pra ela. Outro dia falei que queria um peixe, porque não dá trabalho. Outro dia eu pesquisei vários cachorros pra dar de presente pra Pamela. Não cumpri nenhuma dessas promessas. O arrependimento era quase instantâneo.

O gato está lá na casa dos meus pais, ganhou um suéter pra se proteger do frio, e anda pra cima e pra baixo com um cone na cabeça pra não piorar a situação dele. O bicho tem nome: Vuitton (por causa daquela marca chique, Louis Vuitton, que minha mãe gosta). Aos pouquinhos ele vai melhorando, o que é um milagre. Só minha irmã acredita que esse bicho vá se recuperar plenamente.

Eu admiro essa fé que quanto mais impossível possa parecer o final feliz mais forte ela se torna. Gosto de pensar que Deus tem fé em mim no seguinte sentido: Ele não desiste de mim (e nem de você). E ainda que eu esteja no escuro, distante, e voluntariamente escolha errar, Deus me acompanha e o Espírito Santo intercede por mim para que eu volte a quem sempre pertenci: o próprio Deus.


"Deus não é homem, pois não mente. (...) Ele faz o que promete." Números 23:19

E Deus promete uma herança, que é uma vida de paz no Céu. Mais do que a fé de Deus por nós, precisamos ter fé nEle, e aceitar esse amor infinito. Chame por esse Deus que cuida de você em todas as ocasiões. Obedeça aos desejos desse Ser que é tão inteligente que nos dá uma lista de coisas boas para a nossa vida. 





2 comentários:

  1. Mais um texto cheio de conteúdo. Amém!

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  2. Fé pode mover montanhas, desistir, não é uma opção.
    E melhoras pro Louis...eu me sentindo íntima, já dando apelido!

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