CANALHAS
Jackson Valoni - Mangaratiba (?), Itacuruçá (?) / RJ
Esse texto foi escrito no dia 6 de setembro. Alguma
novidade de lá pra cá?
Estou viajando. Volto pra casa. O som ambiente,
dominado pelo sistema de refrigeração do ônibus, varia com as imperfeições da
estrada. 18°C lá fora. Alguém ronca no banco 17 ou 18, não sei. Apesar
disso, a viagem está agradável.
Faz vinte minutos que fizemos uma pequena parada numa lanchonete. Comprei dois
pães de queijo e uma garrafa d'água. O ônibus começou a viagem às 17h, partindo
do Centro do Rio, perto da Igreja da Candelária. Encaramos um engarrafamento na
Avenida Brasil e agora são 21h21. Ainda nem passei por Conceição de Jacareí.
Meu destino é o bairro de Praia Brava, em Angra dos Reis.
Hoje, quando acordei, vi notícias sobre 8 malas e 5 caixas, ambas totalizando
aproximadamente 51 milhões de reais distribuídos em notas de 50 e 100,
encontradas num apartamento ligado ao ex-ministro do Governo atual. Também vi
que o Governo anterior é acusado de receber propinas no valor escabroso de
quase 1,5 bilhão. Não escrevi errado. É bilhão mesmo.
Comprei um pão de queijo por 4 reais. Havia um biscoito de polvilho sendo vendido
por 6 reais. Um absurdo!
A gente vota, a gente financia, a gente estimula. A gente fica indignado e
"xinga muito no Twitter". Nós, corruptos ativos.
Jesus conheceu um canalha chamado Zaqueu. Ele trabalhava para o Governo romano,
mas era judeu. O trabalho de Zaqueu era cobrar impostos, o que não é problema
nenhum, porque os impostos do contribuinte ajudam a movimentar o país. O
problema é que Zaqueu costumava cobrar quatro vezes mais do que o valor
correto.
Zaqueu, um homem baixo, era professor em matéria de corrupção. Talvez ele tenha
prenunciado a doença brasileira que finca suas unhas encravadas e sujas nos
temas de novelas que doutrinam a massa; nos púlpitos que doutrinam os fiéis
despreparados; nas famílias que alimentam as crianças com os exemplos de
corrupção, e depois choram; nas "traquinagens" para buscar a maneira
mais fácil de ganhar bens e direitos.
A culpa, talvez, seja da democracia, ou do próprio demo.
Aquele homem, Zaqueu, teve uma segunda chance. Por alguma razão, Jesus viu
esperança onde a corrupção transbordava. Jesus falou pra Zaqueu que iria pra
casa dele, e que jantaria com ele. A Bíblia conta que aquele cobrador de
impostos confessou a Cristo sua maneira de trabalhar, arrecadando até quatro
vezes mais do que o necessário, talvez comprometendo famílias que não tivessem
condições de pagar impostos tão pesados.
Zaqueu foi restaurado porque encontrou o Salvador. Zaqueu "deu uma
chance" pra Jesus quando subiu numa árvore para ver Cristo de perto. Deu
certo.
"... e a verdade vos libertará." João 8:32
Você está indignado com as notícias que dominaram os jornais de hoje? Tente
mudar a si mesmo; leve sua mudança para sua família. Protesto de Facebook não
resolve. Dê uma chance pra Jesus.
Cheguei a minha casa. 22h46.
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