segunda-feira, 11 de setembro de 2017

ELE TINHA TUDO, MAS...


ELE TINHA TUDO, MAS...
Eduardo Santos – Rio de Janeiro/RJ

Faz um tempo, eu escrevi um texto falando sobre o significado de felicidade na cultura contemporânea. Já nem lembro o título dele, mas sei que escrevi!


É inevitável não voltar a esse tema, pois acaba sendo um tópico muito abordado em círculos de conversa, reflexões pessoais, matérias de jornais ou revistas etc. 

Já reparou que estipulamos uma lista de metas pra alcançar a felicidade e que muitos dos itens, na maioria dos casos, são vinculados a bens materiais e status?


Quero apresentar ou relembrar a história de um personagem bíblico. Ela se encontra em II Reis 5. Eu aconselho que você leia o capítulo todo, mas, por ora, ficaremos apenas com alguns versos. 

O início do capítulo apresenta Naamã da seguinte forma: "Naamã, comandante do exército do rei da Síria, era grande homem diante de seu senhor e de muito conceito, porque por ele o Senhor dera a vitória à Síria; era ele herói da guerra, porém leproso." (II Reis 5:1).

É claro que os parâmetros são completamente diferentes dos que estamos acostumados atualmente, mas acho que dá pra notar que Naamã tinha prestígio, honra e, provavelmente, muitas posses. Arrisco dizer que era um dos homens mais respeitados do reino, até não seria estranho se fosse mais estimado do que o próprio rei, por conta de suas conquistas. 

Resumindo: ele tinha status e muitos bens. Só que a construção da frase, propositalmente construída dessa forma, me leva a crer que nada disso valia a pena! Como se o próprio autor do relato quisesse dizer: Sabe todas essas coisas boas que citei? Esquece; ele era leproso. 


Só que a história continua. Naamã descobre que existe um meio de ser curado de sua doença - mergulhar sete vezes no Rio Jordão. Pelas próprias palavras do comandante, a gente entende que esse não era um dos melhores rios pra se tomar banho. Agora eu abro parênteses: Deus tem uma forma curiosa de agir, usa coisas simples pra fazer o extraordinário. Coisas que colocam nossa razão de cabeça para baixo. 

A história termina e não se lê mais nada sobre a vida de Naamã, nem mesmo se fala, explicitamente, se ele se tornou um homem mais feliz depois dessa experiência.
Mas, a partir da sua postura, acho que ele nos dá uma lição.

O fato é que Naamã e sua comitiva já estavam na direção de casa quando pararam no rio e a cura foi realizada, mas fizeram questão de voltar para agradecer. 

Talvez pensemos que a diferença na vida desse homem tenha sido o livramento da doença, mas ele nem sequer menciona a cura em sua conversa com Eliseu; parece até um detalhe insignificante. Naamã se concentra no reconhecimento da existência de um único Deus verdadeiro e em sua adoração a Ele. 
Aquele homem voltou diferente para casa, mas não foi por conseguir mais vitórias, nem foi por ficar mais rico. O ponto da virada pra Naamã foi ter encontrado Deus.

Felicidade é isso: encontrar Deus e deixar que Ele satisfaça nossas necessidades. 


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Nota da Revisão: O texto mencionado pelo autor pode ser lido AQUI.

Um comentário:

  1. Gosto muito quando o Edu escreve neste blog. Sempre uma mensagem bela e inspiradora. Obrigado por esta meditação.

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