sábado, 28 de março de 2015

BENÇA, PAI



BENÇA, PAI
(por Jackson Valoni)
        
Tenho muita dificuldade em começar a escrever alguma coisa, não por falta de motivação, mas por não saber quais palavras usar na introdução. Vi uma entrevista com o Jô Soares em que ele ampliava essa dificuldade dizendo que escrever é como parir sem ser mãe. Eu não teria capacidade para descrever a dor do parto, mas compreendo perfeitamente aquela comparação que Jô Soares ousou fazer.

Algumas vezes tive que escrever de madrugada para a inspiração não ir embora. Houve vezes em que o texto surgia ao acaso, tomando banho, almoçando, conversando com alguém, caminhando... o texto-embrião não tem dia nem hora para aparecer. Até que o texto consiga nascer, o trabalho de parto é constante e não sai da minha cabeça até que aquele “filho” seja concebido do jeito que eu havia formado na minha mente. É um processo doloroso e angustiante, depende de humor, tempo e paciência para a sua conclusão. Graças a Deus, as crias deste blog têm dado muita alegria. Textos criam asas e alcançam pessoas que nunca imaginaríamos.

Sabe aquele papo de que a gente cria o filho pro mundo? Meu amigo Pontinelli escreveu algo que me marcou: “Quando percebo que todo o meu esforço pra tentar melhorar de classe nessa vida vai ser melhor aproveitado pelo meu filho do que por mim próprio, já faz eu me sentir pai. Cuidar de um desconhecido.” Parece que é tão óbvia a noção de que preparamos nossa vida em favor de outra. Quem sonha em um dia ter filhos provavelmente tem a consciência de que precisa “preparar o terreno” pro neném ter uma vida de rei, deitado em berço esplêndido, ou algo assim.

A gente cria o filho pro mundo... e eu nem tenho filhos, só textos e poesias que algumas vezes fiz estando apaixonado e, em outras, com dor de cotovelo. Jesus falou que não somos deste mundo. Embora vivamos neste mundo, fomos escolhidos por Cristo para anunciar coisas que não são daqui. João 15:16,19; João 17:14,16.

Ouvia meu pai sempre pedir a benção pra mãe dele, ao encontrá-la e na despedida. Como é bom ter a bênção dos pais e saber que somos especiais para eles. Deus abençoou Adão e Eva ao final da Criação da Terra (Gênesis 1:27, 28), assim como também fez com os animais (Gênesis 1:21, 22).

O tipo de herança que não tem como recusar dos nossos pais é o caráter e a educação. Lembro-me de ter visto uma palestra em que uma Psicóloga afirmava que o caráter de uma criança é formado até os seus sete anos de idade. “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele” (Provérbios 22:6). É impossível rejeitar algo que está dentro de nós.

Sabe, Deus é um paizão. A bênção dEle é disponível a todos! Nosso mundo não é aqui, apesar de vivermos aqui. Toquinho fala na música Valsa para uma Menininha que o mundo é ruim, que logo vivemos uma desilusão. Não vejo outro meio de encontrar verdadeira paz senão com Jesus. Deus é o nosso Pai celestial, disposto a nos abençoar.

Que Deus nos abençoe e que sejamos bons filhos, tanto aos nossos pais quanto ao nosso Pai Celestial.

4 comentários:

  1. Meu caro, o Texto é inspirador e serviu para minha meditação matinal, agora. Deus é o pai que eu sempre sonhei. Abraços e Feliz Sábado!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Legal saber isso, Amigão! Agimos como ovelhas perdidas e filhos pródigos muitas vezes. Embora sejamos teimosos outras tantas vezes, esse Pai nunca desiste de nós.

      Excluir
  2. "A bênção do Senhor é que enriquece, e ele não acrescenta dores." Provérbios 10 : 22

    Como é maravilhoso saber que a bênção de Deus é disponível a todos, mesmo sendo o que somos.


    ResponderExcluir

O que você acha?