Maria Paula – Niterói/RJ
Vamos falar sobre falar?
Falar é libertador, mas
também pode aprisionar. Falar cura, mas, por outro lado, pode nos fazer
adoecer. Todo o antagonismo da fala se equilibra em uma verdade: a palavra tem
poder. E muito.
Há quem guarde na mente e
possa ainda ouvir ressoar aquelas palavras duras de repreensão que ouviu na
infância ou que se lembre com carinho de um elogio sincero do professor da
época de escola. As palavras ficam. Por isso, é preciso cuidado ao manejá-las.
Se elas têm poder, vamos usá-las para o bem.
Quando criança, descobri o
poder da palavra para a cura numa roda feita no chão com meus colegas de classe
e nossa professora. Essa roda acontecia todas as sextas. Ali, usávamos a
Pedagogia de Freinet para resolver nossas confusões. Funcionava mais ou menos
assim: se eu estivesse chateada com alguém por alguma razão, aquele era o
momento de falar. Mas, para falar, eu teria que seguir a ordem exigida:
"eu felicito, eu critico e eu proponho". Era assim que cada aluno
deveria organizar seu discurso crítico. Se eu quisesse fazer uma crítica, teria
que, obrigatoriamente, fazer, antes, um elogio e, depois, uma sugestão.
Era libertador. Ali, aos
sete anos, éramos transformados pelas palavras dos outros.
Que saudade dessas
transformações!
Que experiência gostosa
permitir-se ser transformado pela fala do outro.
Célestin Freinet |
Em Provérbios 25:11
encontramos que “como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita
a seu tempo”. E outras cem vezes mais, o livro de Provérbios destaca a
importância da boa palavra, da sabedoria ao expressar-se verbalmente, de falar
“ao seu tempo” - no momento certo, da maneira adequada.
Que neste ano possamos
transformar e ser transformados pelas palavras alheias.
Sim, a palavra tem muito
poder. Use-a com sabedoria. Que Deus lhe ajude!
Excelente, Maria!!! Serve muito pra mim...
ResponderExcluirBelo texto, Maria. Seja bem vinda!
ResponderExcluir