segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

PALAVRAS, APENAS PALAVRAS (OU NÃO)


PALAVRAS, APENAS PALAVRAS (OU NÃO)
Maria Paula – Niterói/RJ

Vamos falar sobre falar?

Falar é libertador, mas também pode aprisionar. Falar cura, mas, por outro lado, pode nos fazer adoecer. Todo o antagonismo da fala se equilibra em uma verdade: a palavra tem poder. E muito.

Há quem guarde na mente e possa ainda ouvir ressoar aquelas palavras duras de repreensão que ouviu na infância ou que se lembre com carinho de um elogio sincero do professor da época de escola. As palavras ficam. Por isso, é preciso cuidado ao manejá-las. Se elas têm poder, vamos usá-las para o bem.


Quando criança, descobri o poder da palavra para a cura numa roda feita no chão com meus colegas de classe e nossa professora. Essa roda acontecia todas as sextas. Ali, usávamos a Pedagogia de Freinet para resolver nossas confusões. Funcionava mais ou menos assim: se eu estivesse chateada com alguém por alguma razão, aquele era o momento de falar. Mas, para falar, eu teria que seguir a ordem exigida: "eu felicito, eu critico e eu proponho". Era assim que cada aluno deveria organizar seu discurso crítico. Se eu quisesse fazer uma crítica, teria que, obrigatoriamente, fazer, antes, um elogio e, depois, uma sugestão.

Era libertador. Ali, aos sete anos, éramos transformados pelas palavras dos outros.

Que saudade dessas transformações!

Que experiência gostosa permitir-se ser transformado pela fala do outro.

Célestin Freinet

Em Provérbios 25:11 encontramos que “como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo”. E outras cem vezes mais, o livro de Provérbios destaca a importância da boa palavra, da sabedoria ao expressar-se verbalmente, de falar “ao seu tempo” - no momento certo, da maneira adequada.

Que neste ano possamos transformar e ser transformados pelas palavras alheias.

Sim, a palavra tem muito poder. Use-a com sabedoria. Que Deus lhe ajude!



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