terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

MUDANÇAS


MUDANÇAS
Airton Sousa – Paciência – Rio de Janeiro

Sempre que termino um texto fico com a sensação de que deveria escrever mais sobre o assunto, e no dia seguinte começo a pensar no que deixei de mencionar, o que mais deveria ter escrito, fica a dúvida se a ideia foi bem passada ou não e, inevitavelmente, eu volto a falar sobre o mesmo assunto... Desta vez complicou mais ainda, porque no esboço inicial eu deveria incluir a história de Nicodemos no “Texto 1” e isso acabou passando batido. Daí... os meus leitores que me perdoem, mas eu volto hoje com a segunda parte e não garanto que seja a final.

E quem leu o texto da semana passada lembra que eu terminei na parte em que meu amigo entra em cena segurando a minha carteira de identidade e dizendo:

- Quer dizer que você não é carioca e nos enganou esse tempo todo?

Os amigos nunca deixam um “vacilo” desses passar assim, despercebido, e mesmo que você peça de joelhos para morrer com o assunto... não adianta! A história cresce mais ainda! E no final daquela tarde a zona sul de São Paulo inteira já sabia que eu não era carioca. O lugar de onde você veio é um detalhe muito importante em uma cidade como São Paulo, que costuma chamar os nordestinos de baianos, e cuja ideia principal é “passou de Guarulhos já é Bahia”.

Mas tinha algo bom nessa bobageira toda: eu estava livre!


Procurando referências no Google sobre “identidade”, encontrei uma citação do seriado “Prision Break”. Um personagem, ao ser preso por assassinato e outros crimes bárbaros, tenta dar a volta por cima e arrumar um emprego, mas sofre preconceito e volta para o crime. Quando perguntado por que voltou para a bandidagem ele respondeu: ”Fazer o quê? Somos escravos da nossa própria identidade! A minha é ser criminoso.”.


Nicodemos, um cara da Bíblia com boas credenciais, não podia ser visto perto de Jesus; era autoridade entre os judeus, mestre da lei. Procura Jesus secretamente e, cheio de dúvidas, pergunta:

- Mestre, o que devo fazer para ver o reino de Deus?

E Jesus responde que para alguém entrar no Reino de Deus é preciso nascer de novo.

- Mas será que é possível alguém nascer de novo? Será que alguém pode entrar no ventre da sua mãe e nascer outra vez? – indaga Nicodemos.

E Jesus explica: “A menos que alguém nasça da água e do espírito, não pode entrar no Reino de Deus.”.

Nicodemos não consegue entender nada, e então Jesus fala mais a respeito de sua obra como filho de Deus: “Assim como Moisés ergueu a serpente no deserto, assim será erguido o Filho do Homem, para que todo aquele que nEle crer tenha vida eterna.” — João 3:14, 15.

Jesus não veio ao mundo para julgar ou condenar, veio sim para iluminar o caminho dos que desejam mudanças, veio para “que o mundo fosse salvo por meio dEle” (João 3:17).

O começo de tudo isso é o novo nascimento. Quando você muda, quando você se liberta da escuridão. ”Pois quem pratica coisas ruins odeia a luz e não se chega à luz, para que as suas obras não sejam reprovadas. Mas quem faz o que é verdadeiro se chega à luz, para que se veja claramente que as suas obras são feitas em harmonia com a vontade de Deus.” (S. João 3:19-21).

É dia de mudanças.


Há um trecho de uma música do Gabriel o Pensador que acho fantástico:

Muda, que quando a gente muda o mundo muda com a gente. A gente muda o mundo na mudança da mente. E quando a mente muda a gente anda pra frente.

E quando a gente manda ninguém manda na gente. Na mudança de atitude não há mal que não se mude nem doença sem cura.

Na mudança de postura a gente fica mais seguro. Na mudança do presente a gente molda o futuro.

Tudo o que cada um de nós precisa para ser feliz já existe; o que precisamos está conosco; não há nada que precise ser inventado. É hora de nos livrarmos de um monte de detalhezinhos que nos afastam da luz.


E Jesus Cristo está bem pertinho de você dizendo:

- Amigão, se você quer mudanças, eu estou contigo. Estou envolvido em sua vida. Vou tomar conta de você.

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