AMOR
NA MEDIDA CERTA. É DIFÍCIL. É QUASE UM MILAGRE.
Por Denize Vicente
Há algumas semanas eu estava lendo um artigo na Revista Vida e Saúde. Embora o título
fosse “Direitos iguais”, o tema não estava exatamente ligado ao mundo jurídico;
falava sobre autoestima: “Você merece ser tratado
tão bem quanto trata o outro – e vice-versa.”.
O enfoque do texto estava
naquela ideia de que muitas vezes, e não poucas, a gente respeita os outros mas
não respeita a si mesmo, e tantas outras vezes nós terminamos exigindo do outro
uma atitude que não exigimos de nós mesmos ou que fere os direitos que o outro
tem...
São dois caminhos
perigosos que vale a pena evitar.
Não saber dizer “não”, por exemplo, é um exemplo típico
de não saber respeitar a si mesmo. Fui assim por muito tempo. Minha agenda
estava lotada, as responsabilidades e compromissos já eram muitos, mas se
alguém me pedia pra fazer alguma coisa eu não sabia dizer “não”; achava que não
seria gentil negar o pedido, me sentia egoísta, e pensava na culpa que iria
carregar por não estar disponível. Curiosamente, quando alguém recusava algum
pedido meu, dizendo “não”, eu não me sentia ofendida com aquilo nem culpava a
pessoa por não poder me atender. Eu exigia de mim o que nem sequer esperava dos
outros. Eu mesma não respeitava os meus direitos, os meus limites. Eu passava
por cima de mim mesma para atender o meu próximo.
O outro caminho perigoso é aquele em que você atropela os
direitos dos outros; quando você acha que a pessoa (que não é você, claro) não
pode errar, não pode decidir por si mesma se faz ou não faz alguma coisa, se
quer ou não quer. Você não é compassivo. Você é crítico e até hipócrita (Mateus 7:1-5).
O outro tem que tomar certa atitude, mesmo sabendo que você, se estivesse no
lugar dele, não tomaria; você pode se irritar com alguma coisa, mas o outro,
não; você tem direito de querer ficar sozinha um pouco, mas seu namorado ou
marido tem que querer estar colado em você; você chega cansado da rua e com
fome, e por isso merece tomar um banho, sentar no sofá, e ser servido - uma
comidinha caseira fresquinha -, mas sua mulher não tem necessidade desses
mesmos mimos; você pode ter o hobby que quiser, mas critica o hobby da outra
pessoa; você não precisa ser perfeito, mas o outro, sim; você pode seguir ou
não o conselho de alguém, mas como pode alguém não seguir os seus maravilhosos
e sábios conselhos? A lista pode ser interminável, mas a gente não tem tempo
pra isso, né? Além do mais, você já entendeu onde eu quero chegar.
A chave de tudo está no equilíbrio. Vença a dificuldade
de ignorar seus direitos e sua individualidade apenas para respeitar o direito
dos outros; mas não exagere no respeito a si mesmo, ao ponto de desrespeitar as
outras pessoas.
Equilíbrio: “(...) ame
o seu próximo como você ama a você mesmo” (Gálatas 5:14).
E pra se equilibrar você precisa estar pisando numa base firme: “(...) ninguém tenha de si mesmo um conceito mais
elevado do que deve ter; mas, ao contrário, tenha um conceito equilibrado, de
acordo com a medida da fé que Deus lhe concedeu.”. (Romanos 12:3)
A chave de tudo está no equilíbrio. “Procuramos mais facilmente uma porta aberta do
que uma chave para abri-la...”, disse uma vez um amigo meu. Pois é... Dá
trabalho encontrar a chave; mas vale a pena.
Autoestima não é um alvará pra você se sentir melhor do
que os outros; amor próprio não é colocar-se numa relação de amor em que você
só ama a si mesmo. Amar a si mesmo é apenas o segundo passo para você conseguir
amar o seu próximo do jeito certo. O primeiro é amar a Deus.
Amor e respeito não são sentimentos; amor e respeito
são atitudes.
Amar e respeitar não é aquilo que se sente; é aquilo que se faz.
Saber amar na medida certa. Equilibradamente. É
difícil. É quase um milagre. Mas você consegue. Peça humildemente. Deus atende.
Bons dias!
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Referências:
Revista Vida e Saúde, Ed.
CPB, junho/2016.
Perfeito!
ResponderExcluirRespeito e amor não são caminhos de mão única, Cris. São vias de mão dupla. Preciso amar e respeitar a mim mesma; e também amar e respeitar os outros.
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