Por Pamela Henriques Moreira
No condomínio em que eu
morava tem um muro que o separa de uma vila. Um dos moradores daquela vila
abriu um buraco pequeno no muro, do tamanho de uma bola de futebol, pra que a
gente tivesse acesso à vendinha dele, que ficava do outro lado. Nem preciso falar
aqui que eu era uma compradora assídua de seus chocolates, biscoitos e doces.
Lembro-me de uma vez,
ainda criança, quando comprei algo, e ao ver o troco, que não foi de bala
Juquinha, percebi que tinha recebido mais do que deveria. Retornei e tudo foi
acertado. Nada de mais, não é mesmo? Não fui vilã nem heroína; apenas fiz o que
era certo. Afinal, mesmo sendo alguns centavos, ainda assim não eram meus.
O Código Penal brasileiro
diz o seguinte:
Furto
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
(...)
Sou muito leiga sobre as
leis que regem meu país; aprendo um pouco com meu marido, já que é a área dele,
mas conheço uns artigos e tenho certeza que você também conhece: o 157 e o
famoso 171.
Roubo
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem,
mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer
meio, reduzido à impossibilidade de resistência...
Estelionato
Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em
prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício,
ardil, ou qualquer outro meio fraudulento...
“(...) Existe apenas um pecado e
um só. E esse pecado é roubar. Qualquer outro é simplesmente uma variação do
roubo... Quando você mata um homem, está roubando uma vida. Está roubando da
esposa o direito de ter um marido, roubando dos filhos um pai. Quando mente,
está roubando de alguém o direito de saber a verdade. Quando trapaceia, está
roubando o direito à justiça...” 1
Li esse
trecho em um livro. Era um pai ensinando seu filho. Achei interessante a forma como
o escritor relacionou o roubo a outros pecados.
Quantas pessoas são
lesadas hoje em dia com a crescente violência? Pessoas mal-intencionadas que se
acham no direito de tomar posse dos bens materiais que não lhes pertencem, à
força, na cara dura.
E quantos se
dizem líderes religiosos e agem da mesma forma, às vezes de maneira
aparentemente sutil, por meio de ameaças ou aos berros? Ameaçam tirar dos
crentes fiéis aquilo que é mais sagrado – a sua Salvação, dádiva única e
exclusiva da graça de Deus. Nem falo somente dos chamados “Emergentes da Fé”,
aqueles que tiram centavo por centavo do povo, dinheiro que deveria ser usado
nas obras de Deus, usando-o para encher os próprios bolsos, enriquecendo à
custa da fidelidade de outros; falo daqueles que roubam do povo a verdade. Ensinam
mentiras, enganam inocentes.
“Vós tendes por pai o Diabo, e quereis
satisfazer os desejos de vosso pai; ele é homicida desde o princípio, e nunca
se firmou na verdade, porque nele não há verdade; quando ele profere mentira,
fala do que lhe é próprio; porque é mentiroso, e pai da mentira.” João
8:44
“Mas, se ainda o nosso evangelho está
encoberto, é naqueles que se perdem que está encoberto, nos quais o deus deste
século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a
luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus.” II
Coríntios 4:3, 4
A
leitura das Escrituras Sagradas nos traz luz, entendimento (Salmos 119:130).
Deus não apoia mentiras. Aqueles que se valem de fraudes não fazem parte da
família de Cristo e não habitarão nos Céus (Salmos 101:7).
Deus
é justo, Sua justiça não falha. Nosso bem maior é a Salvação e devemos cuidar
para que ninguém a tire de nós, cegando-nos com seu falso evangelho. Nossa fé
deve ser embasada nas palavras de Deus, a qual refletirá em nossas ações.
O
que fere e é contrário à palavra de Deus pertence às trevas. Deus nos alerta para
que ninguém tome a nossa coroa (Apocalipse 3:11)
e nos chama a sair dos erros, de ensinamentos falsos.
“Ouvi outra voz do céu dizer: Sai dela, povo
meu, para que não sejas participante dos sete pecados, e para que não incorras
nas suas pragas.” Apocalipse 18:4
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