quarta-feira, 9 de novembro de 2016

DICA DO SOGRÃO

DICA DO SOGRÃO
Por João Octávio Barbosa

18 de Brumário foi o nome que se deu à ascensão de Napoleão Bonaparte ao poder, na França, há exatos 217 anos. O novo imperador foi escolhido para ser o líder que traria de volta a estabilidade à nação, em meio à Revolução Francesa. Seu estilo de liderança militar era vanguardista. Entre suas tropas, implementou a concessão de vantagens, a motivação e a profissionalização.


Houve um homem que também revolucionou a sociedade por meio de ideias simples sobre estrutura de poder. Jetro, sogro de Moisés, aquele dos 10 mandamentos, é nosso Perfil Sem Curtidas de hoje.

Moisés surge na vida de Jetro quando encontra suas sete filhas ao lado de um poço. As meninas estavam sendo maltratadas, lá, quando heroicamente Moisés as defendeu. Em retribuição, Jetro foi logo dando uma das suas filhas em casamento a Moisés. Afinal de contas, ele tinha mais seis em casa; então, não seria um sacrifício tão grande. Se bobear, Jetro pode ter repassado outra para quitar uma dívida com um banqueiro, outra para trocar de camelo e, de repente, mais uma para tirar o nome do SPC.


Jetro tinha nome artístico. Em Êxodo 2:18 ele é chamado de Reuel. Com Moisés já dentro de sua casa, e casado com sua filha, contratou-o como pastor de suas ovelhas (Êxodo 3:1). Ainda que líder espiritual da região em que morava (era sacerdote de Midiã), Jetro reconhece a Divindade do Senhor que visitou Moisés e o libera para voltar ao Egito, mesmo que para isso ele levasse junto sua filha e seus dois netinhos pequenos.

Jetro era gente fina. Em meio a todo rebuliço - que talvez você tenha acompanhado na novela da Record, “Os 10 Mandamentos”, em que Moisés lidera o povo judeu no confronto com o Egito, na travessia do Mar Vermelho, e lida com as revoltas internas -, sua família (esposa e filhos) é mandada de volta para Midiã, para a calmaria da casa de Jetro. O sogrão cuida de todos carinhosamente.

Passada a tempestade, Jetro conduz uma empreitada, e atravessa o deserto para visitar o genro, levando junto a mulher de Moisés e seus filhos. Lemos sobre isso em Êxodo 18. Que dia feliz para Moisés! Reencontrar sua família amada! Foi uma longa conversa com Jetro, que ao ouvir todos os detalhes das incríveis histórias que já ressoavam em Midiã e em todo o mundo, enaltece mais uma vez a Deus, adorando o Seu nome em meio ao povo.


O que Jetro não sabia era que para estar com ele naquele dia Moisés tinha tirado uma folga do seu enfadonho trabalho. No dia seguinte, de volta à labuta, ele tem o sogro como observador de suas práticas. Então, no final, Jetro dá suas dicas.

Jetro viu como Moisés trabalhava sozinho, e julgava todas as mínimas questões da população, desperdiçando o dia todo com isso. Ele era a única pessoa à qual o povo recorria para resolver seus problemas. Todos os tipos de problema. Briga de vizinhos, assassinato, doutrinas bíblicas, casais em crise, tratamentos médicos, dilemas filosóficos, o brasileirão tem ou não cheirinho de hepta, enfim, tudo, eu enfatizo TUDO ia para o julgamento de Moisés como representante da vontade de Deus para Israel.


Então, o sogrão aconselha: divida suas tarefas, delegue seu poder, pois você e o povo não vão aguentar isso por muito tempo. E assim Moisés fez. Dividiu todo o povo (eram milhões!, contando só os homens adultos) em grupos e subgrupos, elegendo líderes de diversas categorias, e com essa nova roupagem seu trabalho ficou muito mais simples.


Agora Moisés tinha bem mais tempo para se dedicar a causas espirituais, e, coincidência ou não, foi bem pouco depois dessa nova organização de toda a sociedade de Israel, aconselhada por Jetro, que Deus concedeu a eles (e a todos nós) a sua “constituição espiritual”, ou seja, os 10 mandamentos e as demais ordenanças menores.

Jetro foi-se feliz para casa, sabendo que fez o bem pelo povo. De forma sábia, mesmo estrangeiro, mesmo “apóstata” (não era da religião judia), mesmo velho, mesmo cheio de estereótipos contrários a se meter na coisa toda, foi lá, apontou o erro e deu a solução. E escreveu seu nome para sempre no hall dos grandes líderes.

As faculdades de administração deviam estudar sobre esse cara. Eu fiz uma, e morreria sem saber que ele existiu. Mas ainda bem que existe a Bíblia, né? E sua grande fonte de sabedoria.

Por hoje é só.


Não peço que concordem, espero que reflitam!

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