VENTANIA Airton Sousa - Direto de Paciência - Rio de Janeiro - RJ
Cada vez que penso em como Deus abriu o mar para que o povo passasse, sinto mais vontade de escrever sobre o assunto.
“Então Moisés estendeu sua mão sobre o mar, e o Senhor fez com que este se retirasse com um vento forte vindo do oriente que soprou toda noite e fez com que o mar se secasse, ficando as águas divididas.” (Êxodo 14:21e22).
Veja bem, eu sempre achei que Moisés havia simplesmente tocado nas águas, com seu cajado, e que então o mar se abriu. Bobinho eu. A leitura mais atenta indica que Moisés estendeu o cajado e passou toda noite com ele estendido. E mais, houve uma ventania durante toda a noite que fez com que o mar secasse.
Pera aí... preciso ler novamente. Então, suponhamos que eu, que sou superansioso, estivesse ali no meio do povo. Estou acordado. Estou num beco sem saída. Na frente, o mar vermelho; atrás, os inimigos. Não consigo dormir. Lá fora, vejo Moisés com o cajado estendido para o alto. E agora uma ventania. O vento vai aumentando sua intensidade. Venta a noite inteira. Algo vai acontecer.
E quando, enfim, o dia raiou, todos os que estavam naquele beco sem saída perceberam. “Com o resfolgar das tuas narinas, amontoaram-se as águas, as correntes pararam em montão; os vagalhões coalharam-se no coração do mar.”. (Êxodo 15:8).
Todos perplexos. Eu perplexo, com o queixo caído. O sopro de Deus, a ventania, dividiu o mar que ficou congelado como um muro. E todos puderam atravessar em SECO entre os muros de gelo.
O tema é arrepiante e é provável que eu volte a ele. Aconteceu comigo. Quando percebi a ventania, eu pensei: o mar vai se vai abrir novamente, e dessa vez foi tão espetacular quanto foi a primeira vez.
Sabe, amigo, pode acontecer com você também, pois como diz o velho ditado: “vento que venta lá, venta cá!”. Você só precisa confiar e prestar atenção na ventania.
Nossa vida é assim... Sempre surgem aquelas situações que nos fazem
pensar que só um milagre resolveria; há outras em que somos levados a pensar
que nem mesmo um milagre daria jeito.
Ouvimos e lemos muitas histórias sobre milagres do passado e do presente
e, com certeza, continuaremos a ouvi-las até o final dos tempos, mas, esta
semana, revisitei uma história de milagre bastante interessante: a cura de
Naamã (II Reis 5).
Fiquei meditando sobre ela...
Naamã era leproso, e essa era uma doença incurável, à época. Uma certeza
ele tinha: não teria muito tempo de vida. A lepra era uma doença cruel que
apodrecia os tecidos das pessoas ainda em vida. Quando ele soube da existência
de alguém que poderia ajudar, se lançou ao encalço do profeta como sua última esperança.
Mas, ao encontrar-se com Eliseu, ele
se frustra de tal forma que expressa o seguinte: “Eu estava certo de que ele sairia para receber-me, invocaria em pé o
nome do Senhor, o seu Deus, moveria a mão sobre o lugar afetado e me curaria da
lepra.” (II Reis
5:11). Ele estava desapontado
por não ter sido recebido como de costume, por não ter visto manifestações
miraculosas e por ter ouvido instruções desagradáveis aos seus ouvidos e
simples demais.
Nessa hora, costumamos parar e reprovar a loucura de Naamã, que teria
ido embora sem alcançar seu objetivo, seu milagre, apenas porque não via o
“mover das mãos”, mas nos esquecemos de
nós mesmos, que consideramos “os rios Abana e Farpar” (II Reis 5:12) mais
desejáveis do que as instruções que nos são dadas.
Quando chegamos nesse ponto da frustração, Deus sempre dá um jeito de nos fazer ouvir o conselho razoável dos
companheiros de Naamã: “Se o profeta
mandasse o senhor fazer alguma coisa difícil, por acaso, o senhor não faria?
Por que é que o senhor não pode ir se lavar, como ele disse, e ficar curado?”.
Apenas precisamos parar e ouvir.
Existem
certas coisas, como milagres. Milagre, por definição, é um fato ou
acontecimento extraordinário, incomum ou formidável que não pode ser explicado
pelas leis naturais; é um sinal de que há interferência Divina na vida dos
homens; milagre é o que resulta dessa interferência. Você acredita em milagres?
Veja bem, eu não
estou me referindo a eventos extraordinários, mas, sim, àqueles que
classificaríamos por incomuns. O nosso dia a dia está cheio deles e às vezes
nem percebemos que aquilo foi uma interferência divina na nossa vida.
Por
exemplo: perder a chave {quem nunca?}; você já revirou todos os cômodos do ambiente,
está a ponto de sentar e chorar ou ter um surto psicótico, e aí, simplesmente,
do nada, a chave aparece no lugar mais óbvio de todos, como se estivesse ali o
tempo todo rindo de você. Seria exagero classificar esse acontecimento como “milagre”?
Não. Porque temos Deus e Deus é um deus de detalhes; Ele se preocupa com os “mínimos
detalhes” da nossa vida.
Talvez você seja alguém estilo Tomé - precisa ver para crer...{Tomé foi um dos seguidores de Jesus, que ficou conhecido por duvidar da ressurreição de Cristo}. Ou, talvez, você
não acredite que Deus faz milagres, atualmente. Se você é desses, acredite, não é o único; os
discípulos também não acreditaram, na época deles, e olha que eles vivenciaram
todos os milagres extraordinários de Cristo! Essa história dos discípulos está lá em Marcos
8:14-21: eles já estavam a caminho de Betsaida {povoado}, quando Jesus comentou
sobre o fermento dos fariseus e de
Herodes {fermento, aqui, representava os ensinos}, dizendo que os discípulos deveriam tomar cuidado com isso. Mas o fermento
que veio à mente dos discípulos era o do pão, e eles não haviam levado pão para
a viagemam. Ficaram quebrando a cabeça com isso. Jesus os questiona. Como assim não havia pão?? E os fez lembrar do milagre que tinham
presenciado momentos antes, a multiplicação dos pães.
Joyce
Carnassale canta uma música que deu o título desse post, “Milagres Atuais”.
Gosto muito dessa canção; ela nos mostra que Deus atua de maneira
extraordinária, formidável e incomum, para salvar você e fazê-lo entender que
Ele pode todas as coisa, desde as mínimas até as enormes; você só precisa
acreditar.
Milagres
Atuais
“Milagres atuais
você pode ver o Pai
Em nossos dias espalhando a
salvação.
Milagres tão reais
ao seu lado existe alguém,
Que foi salvo de uma forma
que você não viu.”
Que Certas
Coisas da vida se tornem coisas certas!
AMOR
NA MEDIDA CERTA. É DIFÍCIL. É QUASE UM MILAGRE.
Por Denize Vicente
Há algumas semanas eu estava lendo um artigo na Revista Vida e Saúde. Embora o título
fosse “Direitos iguais”, o tema não estava exatamente ligado ao mundo jurídico;
falava sobre autoestima: “Você merece ser tratado
tão bem quanto trata o outro – e vice-versa.”.
O enfoque do texto estava
naquela ideia de que muitas vezes, e não poucas, a gente respeita os outros mas
não respeita a si mesmo, e tantas outras vezes nós terminamos exigindo do outro
uma atitude que não exigimos de nós mesmos ou que fere os direitos que o outro
tem...
São dois caminhos
perigosos que vale a pena evitar.
Não saber dizer “não”, por exemplo, é um exemplo típico
de não saber respeitar a si mesmo. Fui assim por muito tempo. Minha agenda
estava lotada, as responsabilidades e compromissos já eram muitos, mas se
alguém me pedia pra fazer alguma coisa eu não sabia dizer “não”; achava que não
seria gentil negar o pedido, me sentia egoísta, e pensava na culpa que iria
carregar por não estar disponível. Curiosamente, quando alguém recusava algum
pedido meu, dizendo “não”, eu não me sentia ofendida com aquilo nem culpava a
pessoa por não poder me atender. Eu exigia de mim o que nem sequer esperava dos
outros. Eu mesma não respeitava os meus direitos, os meus limites. Eu passava
por cima de mim mesma para atender o meu próximo.
O outro caminho perigoso é aquele em que você atropela os
direitos dos outros; quando você acha que a pessoa (que não é você, claro) não
pode errar, não pode decidir por si mesma se faz ou não faz alguma coisa, se
quer ou não quer. Você não é compassivo. Você é crítico e até hipócrita (Mateus 7:1-5).
O outro tem que tomar certa atitude, mesmo sabendo que você, se estivesse no
lugar dele, não tomaria; você pode se irritar com alguma coisa, mas o outro,
não; você tem direito de querer ficar sozinha um pouco, mas seu namorado ou
marido tem que querer estar colado em você; você chega cansado da rua e com
fome, e por isso merece tomar um banho, sentar no sofá, e ser servido - uma
comidinha caseira fresquinha -, mas sua mulher não tem necessidade desses
mesmos mimos; você pode ter o hobby que quiser, mas critica o hobby da outra
pessoa; você não precisa ser perfeito, mas o outro, sim; você pode seguir ou
não o conselho de alguém, mas como pode alguém não seguir os seus maravilhosos
e sábios conselhos? A lista pode ser interminável, mas a gente não tem tempo
pra isso, né? Além do mais, você já entendeu onde eu quero chegar.
A chave de tudo está no equilíbrio. Vença a dificuldade
de ignorar seus direitos e sua individualidade apenas para respeitar o direito
dos outros; mas não exagere no respeito a si mesmo, ao ponto de desrespeitar as
outras pessoas.
Equilíbrio: “(...) ame
o seu próximo como você ama a você mesmo” (Gálatas 5:14).
E pra se equilibrar você precisa estar pisando numa base firme: “(...) ninguém tenha de si mesmo um conceito mais
elevado do que deve ter; mas, ao contrário, tenha um conceito equilibrado, de
acordo com a medida da fé que Deus lhe concedeu.”. (Romanos 12:3)
A chave de tudo está no equilíbrio. “Procuramos mais facilmente uma porta aberta do
que uma chave para abri-la...”, disse uma vez um amigo meu. Pois é... Dá
trabalho encontrar a chave; mas vale a pena.
Autoestima não é um alvará pra você se sentir melhor do
que os outros; amor próprio não é colocar-se numa relação de amor em que você
só ama a si mesmo. Amar a si mesmo é apenas o segundo passo para você conseguir
amar o seu próximo do jeito certo. O primeiro é amar a Deus.
Amor e respeito não são sentimentos; amor e respeito
são atitudes.
Amar e respeitar não é aquilo que se sente; é aquilo que se faz.
Saber amar na medida certa. Equilibradamente. É
difícil. É quase um milagre. Mas você consegue. Peça humildemente. Deus atende.
Ivan Lins é um Compositor brasileiro que também
é Cantor, Pianista e Químico formado pela UFRJ (alô, Pamela e Dudu!). Ivan Lins deve ter
uns 50 anos de idade, eu acho. (Como não confio nos meus cálculos, fui procurar
ver a idade dele, no Google, e fiquei bege! Esse menino fez 70 anos agora, dia
16 de junho, gente!)
Voltando...
Esse músico fantástico compôs u’a música
igualmente fantástica, que foi tema de abertura de um programa de TV dos anos
80 chamado “A Turma do Balão Mágico” (olha eles aí de novo, Jobs!), e que foi relançada na “Trilha das
Chiquititas”, em 2014. Fala de disposição para fazer as coisas e mudar o
cenário; fala de encarar o desafio de “fazer acontecer”.
Eu fico bem triste
quando às vezes ouço pessoas vendo algumas situações e dizendo que “é preciso
entregar nas mãos de Deus”, como se a gente não fosse responsável por nada – ou
pelo menos não tivesse a obrigação de fazer alguma coisa, melhorar o mundo, começar.
Eu gosto muito de música. E antes de
transcrever pra você a música do Ivan Lins (“Depende de nós”), eu queria
escrever aqui os versos de outra, que eu já cantei muito, muito mesmo, e acho
que é do Williams Costa Junior (#sóacho):
“Eu quero o mundo melhorar / a começar em
meu viver / Sorrir sempre que a tristeza me assaltar / e assim eu serei feliz /
Trocando o ódio pelo amor / fazendo sempre o bem / Amando a todos sem distinção
/ terei saúde e paz no coração.”
A Bíblia também fala nisso. Coloca as
coisas no seu devido lugar. Quer um exemplo? A gente lê em Apocalipse 3:20: “Eis que estou à porta e bato; se alguém
ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e
ele comigo.”. Ora, depende de quem, abrir a porta pra Jesus entrar e jantar
com a gente, vir todos os dias, morar lá em casa? Ele não vai arrombar a porta
e entrar. Então, depende de nós; não tem nada com “se Deus quiser”, ou “colocar
(a porta) nas mãos de Deus”.
Entende o que eu quero dizer? A parte de
Deus, muitas vezes, é entrar com o milagre. O impossível eu não tenho a menor
dúvida de que não depende de nós; é com Ele. Mas abrir a porta, acreditar, ter
esperança, armar o circo e rir como criança... depende de nós.
E você vai ver, se fizer a sua parte, que
os maiores desejos vão acontecer: ventos cantando nos galhos, folhas bebendo o orvalho,
o sol descortinando as manhãs e o riso no ar, de verdade, sem ser em sonhos...
DEPENDE
DE NÓS
(Ivan
Lins e Vitor Martins)
Depende
de nós
Quem já foi ou ainda é criança
Que acredita ou tem esperança
Quem faz tudo pra um mundo melhor
Depende de nós
Que o circo esteja armado
Que o palhaço esteja engraçado
Que o riso esteja no ar
Sem que a gente precise sonhar
Que os ventos cantem nos galhos
Que as folhas bebam orvalho
Que o sol descortine mais as manhãs
Depende de nós
Se este mundo ainda tem jeito
Apesar do que o homem tem feito
Se a vida sobreviverá
Depende de nós
Quem já foi ou ainda é criança
Que acredita ou tem esperança
Quem faz tudo pra um mundo melhor
Lá, lá, lá, lá, lá...
Uma vez, Jesus foi a uma festa de casamento
(detalhes em João 2:1-12). Dependia dos noivos preparar
a decoração, o ambiente, a música, a comida e a bebida, pra que todos ficassem
felizes durante a festa. E eles fizeram isso. Não tinha essa de “seja o que
Deus quiser” nem de “Jesus proverá”. Eles tinham que fazer acontecer. Calcularam
as despesas, pensaram nos detalhes, arrumaram as coisas. Fizeram a parte deles.
Mas festa, você sabe como é... se estiver boa, o povo vai ficando até tarde, vai
comendo, bebendo e não se lembra de ir pra casa. E aí, em determinada altura do
campeonato, ou melhor, do casamento, a bebida acabou. Não vou contar o final da
história (que você já conhece ou imagina), mas eu posso lhe dizer que mesmo na
hora em que a mãe de Jesus deu um toque nEle, dizendo: “- O vinho acabou, meu
Filho...”- não simplesmente contando o que tinha
acontecido, mas sugerindo que Ele fizesse alguma coisa -,
o Mestre colocou as coisas no lugar: “- Peraí, mãe, ainda não está na minha
hora...”.
Sabe, nem tudo depende só da vontade de Deus. Neste
grande conflito entre o bem e o mal, as coisas, quando são para o bem, são da
vontade de Deus; mas existe a sua parte, antes que chegue a hora dEle. Talvez
você precise arrumar a decoração, primeiro, providenciar alguma comida pra
festa, e bebida também, pra que depois Deus chegue com a melhor parte. Talvez
você precise primeiro contagiar as pessoas com esperança, pra que então Deus
chegue com o milagre da cura... Talvez seja preciso você puxar a cortina e
abrir a janela pra que depois Ele mande o sol. Abrir a porta pra Ele entrar.
“Depende de nós.” Se você não conhece a
música, vale a pena ouvir e aprender. E se esquecer a letra durante o dia, cante a parte do
lá lá, lá, lá, lá... Funciona do mesmo jeito!
E
saia por aí disposto a melhorar o mundo. Começando com a sua vida.
Experimente.
Versão
em Inglês, gravada no álbum “Confetti”, de Sérgio Mendes - 1984