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quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

O HOMEM QUE MAIS DEFENDEU AS MULHERES (Parte 2)


O HOMEM QUE MAIS DEFENDEU AS MULHERES (Parte 2
Larissa Oliveira – Bento Ribeiro – Rio de Janeiro - RJ

“[...] O silêncio inquietante de Jesus deixou os acusadores perplexos, levando-os a diminuir a temperatura da raiva, da tensão, oxigenando a racionalidade deles. Num segundo momento, eles voltaram a perguntar o veredicto do Mestre. Então, finalmente, ele se levantou. Fitou os fariseus nos olhos, como se dissesse: ‘Matem a mulher! Todavia, antes de apedrejá-la, mudem a base do julgamento, tenham a coragem de ser transparentes em enxergar as suas falhas, erros e contradições’. Esse era o sentido de suas palavras. ‘Quem não tem pecado atire a primeira pedra!’

Os fariseus receberam um choque de lucidez com as palavras de Jesus. Deixaram de ser vítimas do instinto de agressividade e passaram a gerenciar suas reações. O homo sapiens prevaleceu sobre o homo bios, a racionalidade voltou. O resultado é que eles saíram de cena. Os mais velhos saíram primeiro porque tinham acumulado mais falhas ao longo da vida ou porque eram mais conscientes delas.

Jesus olhou para a mulher e fez uma delicada pergunta: ‘Mulher, onde estão seus acusadores?’ O que ele quis dizer com essa pergunta e por que a fez? Em primeiro lugar, ele chamou a adúltera de ‘mulher’, deu-lhe o status mais nobre, o de um ser humano. Ele não perguntou com quantos homens ela dormira. Para o Mestre dos Mestres, a pessoa que erra é mais importante do que seus próprios erros. Aquela mulher não era uma pecadora, mas um ser humano maravilhoso. Em segundo lugar, perguntou: ‘Onde estão os seus acusadores? Ninguém a acusou?’ Ela respondeu: ‘Ninguém’. Ele reagiu: ‘Nem eu’. Talvez ele fosse a única pessoa que tivesse condições de julgá-la, mas não o fez. O homem que mais defendeu as mulheres não a julgou, mas compreendeu, não a excluiu, mas a abraçou. As sociedades ocidentais são cristãs apenas no nome, pois desrespeitam os princípios fundamentais vividos por Jesus. Um deles é o respeito incondicional pelas mulheres!

O homem que mais defendeu as mulheres não parou por aí. Sua última frase indica o apogeu da sua humanidade, o patamar mais sublime da solidariedade. Ele disse para a mulher: ‘Vá e refaça seus caminhos’. Essa frase abala os alicerces da psiquiatria, da psicologia e da filosofia. Jesus tinha todos os motivos para dizer: ‘De hoje em diante, sua vida me pertence, você deve ser minha discípula’. Os políticos e autoridades usam seu poder para que as pessoas os aplaudam e gravitem em sua órbita. Mas Jesus, apesar do seu descomunal poder sobre a mulher, foi desprendido de qualquer interesse. ‘Vá e revise a sua história, cuide-se. Mulher, você não me deve nada. Você é livre!’

Jesus a despediu, mas ela não foi embora. E por quê? Porque o amou. E, por amá-lo, o seguiu para sempre, inclusive até os pés da cruz, quando ele agonizava. Talvez essa mulher tenha sido Maria Madalena. A base fundamental da liberdade é a capacidade de escolha, e a capacidade de escolha só é plena quando temos liberdade de escolher o que amamos. Todavia, estamos vivendo em uma sociedade em que não conseguimos sequer amar a nós mesmos. Estamos nos tornando mais um número de cartão de crédito, mais um consumidor potencial. Isso é inaceitável.”.

Augusto Cury "A Ditadura da Beleza e a Revolução das Mulheres",
Editora Arqueiro.


O Brasil registra um caso de agressão à mulher a cada 4 minutos; o parceiro (marido ou namorado) é o responsável por mais 80% dos casos de violência reportados pelas mulheres; o Brasil ocupa a 7ª posição no ranking de países onde acontecem mais assassinatos de mulheres; sete em cada 10 mulheres do mundo já foram ou serão violentadas em algum momento da vida.

Se esses poucos dados não nos prova o quanto estamos distantes dos ensinamentos de Cristo, encontramo-nos a caminhando de um abismo social. Um abismo que só o próprio Jesus é capaz de nos tirar. Permita que Ele seja luz em sua vida, mestre de suas decisões, sentimentos e ações.

Um forte abraço!

sexta-feira, 8 de março de 2019

CARREGAR BANDEIRA - DIA INTERNACIONAL DA MULHER

CARREGAR BANDEIRA - DIA INTERNACIONAL DA MULHER
Denize Vicente - Rio de Janeiro - RJ

COM LICENÇA POÉTICA
(Adélia Prado)
Quando nasci, um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
- Vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou tão feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
— dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável.
Eu sou.



Não sei onde você está enquanto lê este texto. Talvez em casa, no seu quarto, talvez no carro, no metrô, talvez sentado em algum lugar enquanto espera alguma coisa... mas muito provavelmente a menos de cem metros de você há uma ou algumas mulheres. Quais foram as palavras que você disse a elas hoje, e de que modo vem tratando as mulheres, nos últimos tempos? E são perguntas que eu gostaria de fazer a homens e mulheres...

Hoje é dia de reflexão. Como você tem tratado as mulheres? É difícil tratar desse assunto em tempos como estes, quando as pessoas não têm sido tratadas com dignidade, sejam homens ou mulheres, crianças ou idosos...

Páginas de jornais, sítios de notícias, livros, redes sociais publicam com lamentável frequência o desrespeito que modernamente faz parte do dia a dia da gente. Agressões físicas e verbais que dominam todos os espaços, físicos e virtuais. 

Pelo simbolismo deste dia eu gostaria de falar sobre as mulheres...


8 de março. 2019. Como você tem tratado as mulheres da sua vida? Como tem tratado as outras mulheres?

Não sei quem são ou foram os seus “ídolos” da juventude, quem são suas referências, sua inspiração, seu modelo, não sei quem influencia você no seu modo de ser e agir, mas eu queria citar Jesus Cristo e sua relação com as mulheres.

O livro “Como Jesus Tratava as Pessoas” traz uma citação que eu gostaria de copiar pra você:

“Em Seu relacionamento com as mulheres, a conduta de Jesus era tão marcante que somente se pode chamar isso de admirável. Ele tratava as mulheres como totalmente humanas, iguais aos homens em todos os aspectos. Nenhuma palavra de depreciação sobre as mulheres jamais se encontrou em seus lábios. Como o Salvador que Se identificava com os oprimidos e os deserdados, ele falava às mulheres e sobre as mulheres com completa liberdade e afabilidade.”.

Quer exemplos? Maria e Marta, suas amigas, recebem Jesus em sua casa. Lucas 10. Maria se assenta aos pés de Jesus para ouvir o que Ele tem pra ensinar. Bem, naquele tempo eram os estudantes que se assentavam aos pés dos mestres e professores. Marta, aliás, se referiu a Jesus assim: “O Mestre está aqui” (João 11). E eram tempos em que não havia esse papo de um rabino ensinar uma mulher. Mas não é só. Os rabinos diziam que era melhor ensinar um samaritano do que uma mulher, e você sabe o que eles queriam dizer com isso, porque sabe qual eram os sentimentos deles em relação aos samaritanos...

Mas há mais.
Um banquete na casa de Simão. Uma cena terrível para os judeus daqueles tempos, e que deixou muitos indignados: Jesus permitiu que uma mulher O tocasse. Uma mulher de cabelos soltos, gente! Cabelo solto, na época, era coisa das “mulheres de rua”, se é que você me entende. E Jesus ainda deixou claro, de modo que ficou registrado para todas as gerações, que ela havia feito uma coisa linda, praticado um belo gesto (Mateus 26:10).

As regras e os costumes, à época de Jesus, eram muitos e eram rígidos. Por exemplo, um homem não poderia ficar sozinho com uma mulher em um ambiente, mesmo que fosse sua irmã ou sua filha. Por causa do que os homens poderiam pensar... E sobre falar com mulheres em público? “Um homem não falará com uma mulher na rua, nem mesmo com sua própria esposa, e especialmente com qualquer outra mulher, por causa do que os homens possam pensar.” Aí Jesus vem e quebra os costumes judeus falando com uma mulher junto ao poço, sem o menor constrangimento (João 4).

São muitos exemplos! 

Jesus curando a sogra de Pedro no sábado – quebrando duas regras ao mesmo tempo, porque tocou nela, segurando sua mão, e curou no dia de sábado.

A mulher que estava doente há 18 anos, andando curvada (Lucas 13:10-17). Jesus curou aquela mulher num dia de sábado e colocou Suas mãos nela. De novo se sobrepondo de uma só vez a dois costumes de Seu tempo.

E a viúva de Naim, uma cidade ao norte de Israel, que havia perdido seu filho pra morte? Jesus interrompeu o funeral e ressuscitou a criança para levar alegria àquele coração de mãe cheio de dor. Lucas 7:11-17

Mas não é só.

Você se lembra da história da mulher que se embrenhou na multidão para tocar num pedacinho da roupa de Jesus tentando obter cura porque há doze anos sofria de hemorragia? Jesus perguntou: “Quem Me tocou?” e chamou a mulher que estava fazendo aquilo escondido para mostrar a todos que ela era digna de cura. Falou da sua fé, da sua determinação. E a tratou como uma pessoa em seu próprio direito. Lucas 8:43-48


Mulheres eram amigas de Jesus. Ele dava a elas respeito e recebia respeito delas. As mulheres eram tratadas como iguais em todos os aspectos. Mesmo aquelas que Ele nem sequer conhecia, aquelas que passavam pelo Seu caminho uma só vez. 

Ele não perdia a chance de valorizá-las publicamente. Ele jamais se recusou a ensinar as mulheres. Infringiu regras deixando claro que merecem respeito e atenção. Relacionou-se com elas e mostrou que é possível fazer isso “em um elevado plano espiritual”. “Assim, por Sua própria aceitação delas, Ele pode verdadeiramente ser descrito como um defensor das mulheres”, como diz Morris Venden*.

As mulheres não deveriam precisar carregar bandeira...

Como eu disse, não sei quem são as suas referências, quem são seus influenciadores, quem você segue, mas o jeito como Jesus tratava as mulheres é bastante significativo e talvez você possa escolher Jesus para ser a sua inspiração, de hoje em diante. Respeito e valorização. Posso lhe garantir que isso fará um bem tremendo à humanidade.

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Referência/Fonte:
 
Como Jesus Tratava As Pessoas - Venden, Morris - CASA PUBLICADORA 

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

AMOR NA MEDIDA CERTA. É DIFÍCIL. É QUASE UM MILAGRE.

AMOR NA MEDIDA CERTA. É DIFÍCIL. É QUASE UM MILAGRE.
Por Denize Vicente

Há algumas semanas eu estava lendo um artigo na Revista Vida e Saúde. Embora o título fosse “Direitos iguais”, o tema não estava exatamente ligado ao mundo jurídico; falava sobre autoestima: “Você merece ser tratado tão bem quanto trata o outro – e vice-versa.”.

O enfoque do texto estava naquela ideia de que muitas vezes, e não poucas, a gente respeita os outros mas não respeita a si mesmo, e tantas outras vezes nós terminamos exigindo do outro uma atitude que não exigimos de nós mesmos ou que fere os direitos que o outro tem...

São dois caminhos perigosos que vale a pena evitar.

Não saber dizer “não”, por exemplo, é um exemplo típico de não saber respeitar a si mesmo. Fui assim por muito tempo. Minha agenda estava lotada, as responsabilidades e compromissos já eram muitos, mas se alguém me pedia pra fazer alguma coisa eu não sabia dizer “não”; achava que não seria gentil negar o pedido, me sentia egoísta, e pensava na culpa que iria carregar por não estar disponível. Curiosamente, quando alguém recusava algum pedido meu, dizendo “não”, eu não me sentia ofendida com aquilo nem culpava a pessoa por não poder me atender. Eu exigia de mim o que nem sequer esperava dos outros. Eu mesma não respeitava os meus direitos, os meus limites. Eu passava por cima de mim mesma para atender o meu próximo.



O outro caminho perigoso é aquele em que você atropela os direitos dos outros; quando você acha que a pessoa (que não é você, claro) não pode errar, não pode decidir por si mesma se faz ou não faz alguma coisa, se quer ou não quer. Você não é compassivo. Você é crítico e até hipócrita (Mateus 7:1-5). O outro tem que tomar certa atitude, mesmo sabendo que você, se estivesse no lugar dele, não tomaria; você pode se irritar com alguma coisa, mas o outro, não; você tem direito de querer ficar sozinha um pouco, mas seu namorado ou marido tem que querer estar colado em você; você chega cansado da rua e com fome, e por isso merece tomar um banho, sentar no sofá, e ser servido - uma comidinha caseira fresquinha -, mas sua mulher não tem necessidade desses mesmos mimos; você pode ter o hobby que quiser, mas critica o hobby da outra pessoa; você não precisa ser perfeito, mas o outro, sim; você pode seguir ou não o conselho de alguém, mas como pode alguém não seguir os seus maravilhosos e sábios conselhos? A lista pode ser interminável, mas a gente não tem tempo pra isso, né? Além do mais, você já entendeu onde eu quero chegar.

A chave de tudo está no equilíbrio. Vença a dificuldade de ignorar seus direitos e sua individualidade apenas para respeitar o direito dos outros; mas não exagere no respeito a si mesmo, ao ponto de desrespeitar as outras pessoas.

Equilíbrio: “(...) ame o seu próximo como você ama a você mesmo” (Gálatas 5:14). E pra se equilibrar você precisa estar pisando numa base firme: “(...) ninguém tenha de si mesmo um conceito mais elevado do que deve ter; mas, ao contrário, tenha um conceito equilibrado, de acordo com a medida da fé que Deus lhe concedeu.”. (Romanos 12:3)

A chave de tudo está no equilíbrio. “Procuramos mais facilmente uma porta aberta do que uma chave para abri-la...”, disse uma vez um amigo meu. Pois é... Dá trabalho encontrar a chave; mas vale a pena.

Autoestima não é um alvará pra você se sentir melhor do que os outros; amor próprio não é colocar-se numa relação de amor em que você só ama a si mesmo. Amar a si mesmo é apenas o segundo passo para você conseguir amar o seu próximo do jeito certo. O primeiro é amar a Deus.

Amor e respeito não são sentimentos; amor e respeito são atitudes.
Amar e respeitar não é aquilo que se sente; é aquilo que se faz.


Saber amar na medida certa. Equilibradamente. É difícil. É quase um milagre. Mas você consegue. Peça humildemente. Deus atende.

Bons dias!




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Referências:

Revista Vida e Saúde, Ed. CPB, junho/2016.