MOHAMED BZEEK
Denize Vicente – Cidade
Maravilhosa – RJ
Eu queria escrever um
texto sobre amor, compaixão, solidariedade, empatia... Eu queria me inspirar em
alguém e daí escrever um pouco sobre a gente, pessoas como eu e você, sobre o
quanto podemos fazer e quão pouco temos feito.
Eu queria que este fosse
um texto inspirador, com palavras que fizessem a gente se levantar, depois de
ler, decidido a fazer alguma coisa pra mudar um pouco a realidade de outras
pessoas - que talvez não tenham mais nada na vida, nem mesmo esperança...
Mas eu fui conhecer a
história deste homem... Mohamed Bzeek... e já não tenho palavras pra usar, já
não me sinto capaz de escrever sobre amor, compaixão, solidariedade e
empatia... porque as imagens desse amor falam muito mais alto, ecoam e tocam
muito mais profundamente do que seria possível às minhas palavras, por mais que
eu as escolhesse cuidadosamente.
Mohamed Bzeek. Quase todas
as crianças que chegam à casa desse homem terminam morrendo. E já foram muitas,
nos últimos vinte anos...
E de que modo isso pode
ser uma história de amor?
São crianças doentes, em
fase terminal. Elas não têm família nem têm esperança. Ele as recebe, acolhe,
ele as abraça, conversa com elas, mesmo que elas não possam falar... Eram
Mohamed e sua esposa, e depois que ela morreu ele continuou a se importar com
essas crianças e a suprir a maior necessidade delas e de todo ser humano –
sentir-se amado.
Mohamed vai contar um
pouco da sua história pra você e eu só desejo que vê-lo e ouvi-lo possa fazer a
diferença na nossa vida. Porque não importa se você é muçulmano, cristão,
kardecista, agnóstico, ateu... não importa se a gente fala a língua dos homens e dos anjos, se a gente conhece todos os mistérios e todas as ciências, não importa nem mesmo se a gente tem fé, aquela fé da qual a gente falou aqui na semana passada... Se eu não tiver amor, terei vivido em vão, eu não serei nada.
Hoje Mohamed tem 62 anos e
recebeu o diagnóstico de câncer há alguns meses. Diz que foi ao hospital para
se submeter a uma cirurgia e pôde sentir o que essas crianças sentem, porque
estava ali sozinho, com medo e assustado. Voltou pra casa. E não desistiu. Mohamed, na
entrevista que você vai assistir agora, estava com sua filhinha no colo. Mais
uma história de amor. E ele se acha um tipo normal, comum... Como eu e você
também somos.
“Ao meu redor eu vejo
gente triste
Meu coração já quase não
resiste
Ao ver milhares que não
têm abrigo
e vêm pedir um pedaço de
pão
Se eu fecho os olhos para
o seu pedido
E me recuso a atender o
aflito
Então não entendi que amar
é bem servir...”
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Referências::
https://youtu.be/0DhJ9WYSqaU (vídeo
legendado em Inglês - acessado em 13/7/2017)
http://www.dn.pt/mundo/interior/homem-cuida-de-criancas-em-fase-terminal-ha-20-anos-eu-sei-que-elas-vao-morrer-5715924.html
- acessado em 13/7/2017.
http://www.elmundo.es/cronica/2017/03/09/58baaf7ce2704e8b298b4616.html
- acessado em 13/7/2017.
O sal da terra se não tiver o sabor de Cristo para comunicar ao mundo perde o seu valor. A verdade quando não vivida com o amor serve para ser pisada, pois é mero formalismo religioso e tradicionalismo sem a essência vital do amor.
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