quinta-feira, 13 de julho de 2017

MÃOS

 
Nossa convidada de hoje é a Camila Avelar. Camila tem 24 anos e é estudante de Letras. Neste texto ela fala de tristeza, pelo falecimento do seu pai José Carlos Avelar, em maio deste ano, mas fala também de esperança e da certeza de um reencontro.


MÃOS
Camila Avelar - Rio de Janeiro/RJ
 

Quem poderia saber que aquelas mãos que você levou semana passada para doar sangue seriam as mesmas mãos que socorreriam você naquele mesmo dia e lhe dariam o apoio para você ficar em pé? Ou, mesmo, que seriam elas que o ajudariam a caminhar? Quem poderia saber que seriam elas as mãos que iriam levantar a sua cabeça em meio a tanta dor? Quem dera essas mãos pudessem fazer algo para aliviar o seu sofrimento. Quem me dera que estas minhas mãos pudessem abraçar você muito mais naquele dia... Ah! Quem me dera... Quem poderia saber?
 
Mas as mãos humanas não têm poder sobre as coisas e as situações. Minhas mãos nada podem fazer, agora... Não são estas as mãos que podem lhe devolver a vida. Tudo o que as mãos humanas poderiam fazer, fizeram. Elas se juntaram para orar, escreveram pedidos de intercessão pela sua vida, folhearam a Bíblia em busca de auxílio, e ele foi encontrado: "Preciosa é à vista do Senhor a morte dos seus santos." (Salmos 116:15 - Salmo de Gratidão). Ali, naquele instante, elas souberam o que aconteceria...


Chega a notícia, minhas mãos tremem; não há mais nada a fazer, além de orar. Mãos que encontram outras mãos e se põem a orar; gente que se abraça e chora, mãos que me agarraram e não me deixam sair dali sem ver você mais uma vez. Foram as minhas mãos que fecharam os seus olhos, como a dizer pela última vez: “Eu te amo!”.

Naquela noite li um salmo sobre gratidão; rendo graças ao Senhor por ter me concedido esse pai maravilhoso. Por 24 anos pude conviver com o pai que Deus escolheu para mim. Grata sou! E quem sou eu para questionar as vontades de Deus? As mãos de Deus só se estendem para o bem; por isso vou confiar e agradecer.


Um dia, outras mãos, mãos feridas, porém perfeitas, irão se estender às suas. Essas mesmas mãos acordarão você e lhe mostrarão a glória. E então Ele nos entregará as suas mãos e as nossas mãos se unirão mais uma vez, para nunca mais se separar...


"Ele enxugará dos seus olhos toda a lágrima. Não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor, porque já as primeiras coisas são passadas." (Apocalipse 21:4)


"Disse-lhe Jesus:"Eu sou a ressurreição e a vida.
Aquele que crê em mim, ainda que morra, viverá."
João 11:25



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