NENHUM FIM
Por
Jackson Valoni
Não
imaginei que fosse viver pra fazer isso! No dia 2 de novembro, eu e alguns
amigos fomos ao cemitério logo pela manhã. No dia anterior havíamos ensaiado
algumas músicas para cantar no Dia de Finados com o objetivo de confortar
pessoas que tinham perdido seus queridos e se dirigiriam até aquele lugar para
lamentar a perda, com o acender de velas, rezas, orações e lágrimas nos
arredores das lápides.
Entre uma
sequência de músicas e outra, chegávamos até um grupinho de pessoas reunidas em determinada sepultura e
perguntávamos se poderíamos fazer uma oração e cantar algumas músicas que
levassem a elas a esperança de que um dia não precisaremos mais chorar pelos
nossos amores que se foram.
Ninguém
recusou nosso convite; pelo contrário, todos nos receberam de um jeito muito
amistoso.
Tinha
música que eu não conseguia cantar, especialmente o hino "Lindo País" - que conta
sobre um lugar especial, onde não haverá mais morte -, porque me emocionava
enquanto cantava: "Vejo os amigos
já ressuscitados / E todos nós o nosso bom Jesus louvar".
Pessoas
más e boas morrem. Vi lápides de crianças; um homem estava na lápide de sua
esposa que havia morrido há duas semanas; vi um homem que estava colocando uma
cruz de madeira muito simples sobre a cova de seu ente querido que havia
falecido recentemente...
Eu não sei
consolar pessoas que estão vivendo a dor da morte de alguém; por isso não me
imaginava realizando esse tipo de atividade no cemitério. Também não sei o que
eu gostaria de ouvir em momentos como esse. Quando minha avó faleceu, perdoe
minha sinceridade, nada do que me disseram amenizou minha saudade, embora tenha
ficado feliz com o carinho mostrado a mim.
Nossos
parentes podem partir, amigos podem se distanciar, mas estar ao lado de Jesus
em momentos destruidores como a morte nos ergue com a esperança de revê-los, em
paz, restaurados.
"Pois
eis que eu crio novos céus e nova terra; e não haverá lembrança das coisas
passadas, jamais haverá memória delas." Isaías 65:17
Nenhum comentário:
Postar um comentário
O que você acha?