NATAL EM FAMÍLIA
Por Airton
Sousa
Eu lembro,
aqui em casa tinha uma enorme goiabeira no quintal, de onde minha mãe arrancava
um galho que servia de correção quando um de nós cometia algum erro. Era a
chamada “vara de família” - vacilou, dançou. Eu apanhei muito.
Também
daquela velha goiabeira ela tirava os galhos que seriam transformados em nossa
árvore de Natal. Nunca me esqueci dessas árvores. Ela plantava os galhos numa
latinha, ou um balde e enchia de algodão por todos os cantos.
Chego a visualizar os cartões natalinos e enfeites
que pendurávamos naquela “árvore”, Presentes? Não. Não havia presentes de Natal.
A ceia era muito simples, bem antes da meia-noite, um hino de Natal que nós
cantávamos divididos em vozes como num coral, a leitura de um
salmo. Arroz, farofa, frango assado e muita manga. Manga. Sempre que me lembro
da minha infância minha mãe está chupando mangas - mas eu acho que já comentei
isso aqui, da sua paixão pelas mangas.
Meu pai faleceu no finalzinho do ano, em 1991, e desistimos
de comemorar o Natal já naquele ano e no seguinte. Por pouco tempo, pois logo
nasceu a Bruna, minha primeira sobrinha, e depois o Luciano, e então veio a
Camila, a Carol, a Suelen, a Carina e a Bia... Foram vindo... e a cada vida que
vinha o Natal mudava. Mudava a vida, mudava o Natal, mudávamos nós.
Crescemos, envelhecemos. A família que já era
grande tornou-se uma multidão de sobrinhos e crianças. Muito barulho, muita
gente. Família grande é assim, a gente briga até na hora de orar: - “Silênciooooo,
vamos orar...”, - “Calma, não precisa gritar...” - “Eu grito mesmo, por quê?”
Pronto; está feita a confusão do Natal.
E porque estou falando isso assim da minha família?
Ora, porque é Natal, e Natal é alegria, confusão, mesmo, mas, acima de tudo, é
a festa da família. E no Natal cada família é feliz à sua maneira. Lembro que
já passei alguns natais longe da minha família. E nestes natais eu sempre
procurava uma família que me adotasse em sua festa. É bom e ruim. O bom é a
comida. Muita comida. E aí eu comia como se não houvesse amanhã. O ruim é que a
gente se sente deslocado, meio perdido, e não ganha presente - mesmo que você
leve um presentinho para agradar os donos da casa. E tem aquelas famílias que
não são de orar, nem de rezar, e aquelas que bebem muito, e ainda aquelas que
brigam muito... Mas não podemos esquecer: a comida ainda é a única coisa que
vale a pena quando a gente está longe de casa.
Quando Jesus nasceu, um anjo apareceu para alguns
pastores e disse:
- Não tenham medo! Estou aqui para trazer uma boa notícia
para vocês, e essa notícia será motivo de grande alegria para todo o povo! Hoje
mesmo na cidade de Davi, nasceu o salvador de vocês, o Messias, o Senhor! De
repente, uma grande multidão de anjos apareceu nos céus cantando, e dizendo:
“Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade!” (Lucas 2:
8 -14)
A gente sabe que Jesus não nasceu em dezembro e
muito menos no dia 25, mas eu não estou aqui para estragar a festa de ninguém;
só queria mesmo aproveitar que a minha família está toda reunida, para dizer
que Jesus Cristo veio! E veio para trazer paz, amor, perdão. E essa é a melhor notícia
que alguém pode receber. Ele não nasceu em dezembro, mas sem Ele não haveria Natal
em dezembro. Nem tampouco teríamos um caminho para voltar, e nosso coração
continuaria incrédulo.
Então, família, é bom estar aqui com vocês neste Natal, e a noticia é
boa. Na verdade, é a melhor notícia que eu já dei para vocês, e é boa para todo
mundo:
O salvador de vocês nasceu!
E Ele veio para tirar nossas dívidas e dúvidas.
Não há mais motivos para tristezas nem incertezas.
Feliz Natal, família!
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