SORRIA!
Por Denize Vicente
“Sorri,
quando a dor te torturar
e
a saudade atormentar
os
teus dias tristonhos, vazios.
Sorri,
quando tudo terminar,
quando nada mais restar
do
teu sonho encantador.
Sorri,
quando o sol perder a luz
e
sentires uma cruz,
nos
teus ombros cansados, doridos.
Sorri,
vai mentindo a tua dor
e
ao notar que tu sorris
todo
mundo irá supor que és feliz.”
Charles Chaplin, John Turner e Geoffrey Parsons são os
autores dessa música que teve versão brasileira assinada por Braguinha.
Cada um sabe a dor que o atormenta, cada um sabe o
tamanho do mal que o aflige, mas é preciso continuar sorrindo... Pode até ser
um sorriso do jeito que Carlitos sorria, assim meio triste, um tanto amarelo,
misturando o palhaço alegre que existe na gente com o adulto que de um jeito
criança reclama das coisas que não gosta, ou que sente a dor de sonhos
desfeitos e de ombros cansados...
“Sorri” é daquelas músicas que, como diria minha mãe, “dá
vontade de chorar de tão linda”. Sua mensagem é de resiliência. Fala de tirar
forças de onde não há. Trata de “enganar-se”, e também aos outros, de um modo
bom - não apenas porque “ao notar que tu sorris
todo mundo irá supor que és feliz”, mas porque sorrir pode, realmente, nos fazer
felizes.
Dizem que nosso corpo não sabe fazer diferença entre um
sorriso espontâneo e aquele meio forçado. E que o efeito orgânico é o mesmo. Então,
por que não experimentar?
Ano passado eu escrevi um post, aqui no blog, sobre sorriso.
Falei sobre o sorriso de Duchenne (clique
AQUI se quiser ler o post), e citei dois versos da Bíblia que eu
gostaria de repetir hoje, porque sempre penso neles, especificamente, para duas
situações distintas e, por que não dizer, opostas:
“A alegria do coração transparece no rosto...” (Provérbios 15:13 – p.p.)
“... Ele encherá de riso a sua boca e de brados de alegria os
seus lábios.” (Jó 8:21)
O verso de Provérbios, pra mim, tem a ver com aquele sorriso
que surge com facilidade porque a alegria está reinando soberana. Você está de
frente pro mar, num dia de sol ameno e céu azul, reunido com amigos, alguém
estica o braço para uma “selfie” e... pronto!, lá está o melhor sorriso de cada
um estampado na foto. “A alegria do coração transparece no rosto...”
E pra quem não curte uma praia, basta imaginar a mesma
cena num dia de inverno, em volta de uma lareira acesa, numa casa na serra. “A alegria do
coração transparece no rosto...”
O verso de Jó, por sua vez, me remete à música lá do
começo - “Sorri” -, me fazendo pensar naqueles dias em que não se tem de onde
tirar um sorriso porque a dor é grande; porque alguém que você muito ama está
num leito de hospital, sofrendo; porque seu filho está envolvido com drogas e
não consegue largar; porque você está desempregado há meses e sem perspectiva;
porque sua casa é só uma casa e não um lar; porque o amor da sua vida partiu...
Sim, eu não sei de que jeito, mas, por mais incrível que pareça, “... Ele encherá
de riso a sua boca e de brados de alegria os seus lábios.”. Pra mim,
é um verso que fala de um incrível milagre. Sorrir quando você já nem lembrava
mais como se faz isso. Porque esse verso, se você reparou, está no livro de Jó –
aquele homem que sofreu, sofreu e sofreu mais um pouquinho, e depois ainda mais,
mais e um pouco mais.
Eu realmente não sei que tipo de adversidade você está
enfrentando neste momento, ou se o seu coração está em festa. Mas, pensando bem... numa ou noutra situação você deveria sorrir. Pra descobrir, como diz a música
na sua versão original, que a
vida ainda vale a pena.
Sorria! Quem sabe, amanhã você verá o sol brilhando...
Que Deus o ajude.
“Smile
and maybe tomorrow
You'll see the sun come shining through, for you
(…)
You'll find that life is still worthwhile
If
you'll just smile”
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