A VOZ DE DEUS
Por Jackson
Valoni
Era um
sábado pela manhã... Iria para a igreja, como é o meu costume aos sábados. À
tarde eu iria pregar pela primeira vez, depois de uns quinze anos. Havia me
preparado havia um tempão, estudei bastante o tema sobre o qual eu iria falar e
elaborei o sermão com muito carinho. Estava feliz com aquela oportunidade. A
propósito, você pode ler esse sermão aqui no blog (“Conosco” - Parte 1
e Parte
2).
Então
recebi a notícia de que minha sogra estava muito doente e nem conseguia se levantar
da cama. Adoro minha sogra, ela gosta dos cachinhos dos meus cabelos, faz
comida gostosa e é supersimpática. No momento da notícia, minha esposa já foi se arrumando para vê-la e eu, confesso, me contive
diante da ideia de acompanhá-la, pensando no compromisso de sábado à tarde.
Moro em Angra; minha sogra, no Rio; cerca de 4 horas de viagem de uma cidade a
outra. Pensei de forma egoísta, cheguei a me despedir da minha esposa, mas,
graças a um surto de bom senso, fomos juntos ver sua mãe.
Minha
pregação poderia ter alto conhecimento teológico; aplicações variadas sobre
várias parábolas de Jesus; poderia contar a história de Israel desde a
peregrinação pelo deserto, passando pelo rei Saul e chegando até o cativeiro na
Babilônia - e falar sobre o amor de Deus em todo o enredo; poderia explicar a
importância de cada um dos dez mandamentos; e dizer sobre o amor, que é o maior
dom do Universo; mas, se eu não tivesse acompanhado minha esposa quando ela
estava angustiada pela saúde de sua mãe, meu sermão não valeria de nada.
Houve um
homem chamado Jonas que sentiu mais compaixão por uma planta que lhe fazia
sombra enquanto descansava do que pelo povo de uma cidade que Deus o enviou
para anunciar salvação e arrependimento. Jonas 4:6-11 (Leia, é
legal.).
Às vezes,
estamos tão ambiciosos com projetos pessoais que não conseguimos ouvir o que
Deus está tentando dizer aos nossos ouvidos. Não conseguimos discernir Sua voz
porque nos acostumamos a viver no lixo, na sujeira que nos persegue a cada
clique, a cada comentário agressivo, a cada olhar presunçoso.
Jesus se
misturava com as pessoas e via nelas o desejo pulsante de se sentirem notadas,
ouvidas, respeitadas, ao menos. Jesus sabe o que cada coração grita e o motivo
de cada lágrima. Cada pessoa diferente que passa por você, de forma inusitada
ou não, pode ter o privilégio de conhecer a luz que vem do Céu.
Enquanto o
"eu" for mais importante do que o Céu, não valerá a pena.
"Tende
em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus..." Filipenses
2:5
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