QUANTO MAIS SAL, MELHOR - Parte 1
(Por
Eduardo Santos)
Sei que o título de hoje é bastante
intrigante; mas, para evitar que você abandone a leitura, eu me explico logo de
início: o texto, apesar de falar de sal, não trata sobre alimentação. Em outras
palavras, não estou fazendo nenhum tipo de apologia a uma rotina alimentar
desregrada que conduza à hipertensão, pedras nos rins e outras tantas doenças -
mesmo porque não pretendo arranjar problemas com a colega de blog do dia
seguinte (Carina Baptista, a Cah), que tanto preza por nossa saúde!
Mas devo dizer que, ainda assim, o título
deste texto continua bem misterioso... Sendo legal com você, adianto que, para
entender bem, será necessário que acompanhe esta microssérie de dois textos com um pequeno intervalo de uma semana
entre eles. Deixei você curioso? Era a intenção! Mas, se não deixei, permita-me
lhe pedir que leia mesmo assim; prometo que o tempo empregado aqui será um
ótimo investimento.
Estava conversando com minha irmã
(Lucileide Santos, a Lu) há um tempo sobre algumas metáforas bíblicas e a
profundidade delas, quando tive um momento de imensa admiração, seguido da
exclamação: “Como Jesus foi genial!”
Isso tudo foi consequência da lembrança do ensinamento que Cristo transmitiu
aos seus discípulos: ”Vós sois o sal da terra; e se
o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta senão para
se lançar fora, e ser pisado pelos homens.” (Mateus
5:13).
É sempre meio complicado falar de sal com
um Químico, pois sempre rola aquela pergunta, mesmo que por pouquíssimos
instantes: “De que sal estamos falando?”.
O conceito de sal na Química é muito mais abrangente do que o conceito
cotidiano, o que nos dá certa permissão para viajar um pouco. No entanto, Jesus
falava sobre o sal que usamos na cozinha - isso fica mais evidente quando a
gente se lembra de que esse era um artigo de muito valor nos tempos do Império Romano,
época na qual Jesus viveu.
Normalmente, aborda-se o caráter gustativo
do sal, na parábola, justamente porque é a função que o próprio Cristo cita.
Mas lembre-se de que Ele adequava seus ensinos às pessoas e aos conhecimentos
da época, e ainda não se sabia muito sobre alguns temas. Acredite você, ou não,
existem muitas, quero dizer muitas mesmo, aplicações para essa metáfora, mas
veremos apenas uma em cada texto.
Uma propriedade muito conhecida do sal, atualmente,
é a de conservante. Sim, um exemplo bem próximo disso são os alimentos em
conserva. Eles vêm dentro de latinhas, frascos de vidro etc., contendo o
produto e uma pequena quantidade de água com sal.
Esse é um procedimento padrão para evitar
crescimento e proliferação de colônias de microrganismos - aqueles responsáveis
por causar uma quantidade imensa de doenças que conhecemos e também de outras que
não conhecemos. Possivelmente, isso ocorre por diversos motivos, mas,
provavelmente, o principal deles é a falta de controle osmótico. Funciona da
seguinte forma: se existe uma necessidade de água na parte externa para diluir
um meio concentrado, ocorre uma migração desse líquido para a área de
necessidade. E quase todos os seres vivos, senão todos, dependem de água para
sobreviver. Sendo assim, na ausência de água, eles morrem.
Propositalmente, Cristo nos chamou de sal
da Terra. Conhecendo o mundo em que vivemos e sabendo que está contaminado pelo
pecado, podemos dizer que Ele nos chamou para sermos diferentes, sermos os
agentes de purificação e conservação da Terra. Não por nós mesmos; afinal, não
há poder em nós que nos tire da condição pecaminosa, mas, por meio do poder de
Cristo somos capazes de assim fazer. Jesus mesmo nos lembra disso em João 15:5:
“(...) porque sem mim nada podeis
fazer.”.
A lição do sal nos ensina que nossa missão
é bem mais profunda do que deixar a vida de nossos irmãos mais saborosa. Ela
nos mostra que nosso propósito aqui é curar um mundo enfermo, mitigar os
efeitos do erro sobre a vida do ser humano e, principalmente, nos ensina sobre
o relacionamento entre o ser humano e Deus. Mas antes de tudo isso ser efetivo precisamos
concluir, verdadeiramente, como Paulo o fez: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo,
não mais eu, mas Cristo vive em mim”. (Gálatas 2:20).
Um forte abraço e até semana que vem!
Estava com saudade de ler seus textos, cara. Muito bom!
ResponderExcluirObrigado pelo elogio. Estava sentindo falta de conseguir um tempo pra escrever também, mas, graças a Deus, estou de volta! =D
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