sábado, 14 de fevereiro de 2015

LIBERDADE, IGUALDADE, FRATERNIDADE.


LIBERDADE, IGUALDADE, FRATERNIDADE.
(por Jackson Valoni)

É triste ver pessoas defendendo seus interesses machucando o direito dos outros.

A famosa expressão-símbolo da França criada durante a Revolução Francesa contagiou o mundo pela busca das “luzes da razão”, movimento conhecido como Iluminismo. “Igualdade, liberdade e fraternidade” demonstrava o mais puro desejo de humanizar os direitos civis, as condições de trabalho e buscar qualidade de vida através de melhores condições de sobrevivência. Hoje, mais de dois séculos depois, nos deparamos com uma série de medidas que andam na contramão daquele lema inspirador.

Em 2011 o Estado francês fez entrar em vigor uma lei que impede as pessoas de expor símbolos religiosos ou trajar vestes que cubram seus rostos em local público (sob pena de pagar 150 Euros) porque "a República se vive com o rosto descoberto", conforme indica o texto legal. Outra arbitrária lei, promulgada alguns meses após a proibição do uso do véu islâmico em público, proíbe que os muçulmanos façam suas orações em público – isso acontecia porque as poucas mesquitas na França ficavam lotadas.

É assustador ver a filosofia dos extremistas religiosos, sob o pretexto de "restaurar a lei de Deus na Terra", como indicam os jihad – grupo radical islâmico que utiliza a violência para “resgatar os tempos de glória do Estado Islã”.

Lembro-me de um vídeo que reproduzia a cena de um bispo de uma igreja evangélica chutando a imagem de Nossa Senhora Aparecida, em 1994, através de uma rede de televisão. Ano passado, assisti a uma série de reportagens que mostrava a atuação de criminosos que ateavam fogo em igrejas católicas do interior de Minas Gerais e deixavam na porta das igrejas destruídas o desenho de uma cruz feita com sal grosso ─ uma óbvia alusão à ideia de purificação.

Há duas visões de intolerância, ambas de caráter religioso, mas uma sob o disfarce do evangelho do secularismo do Estado. Em ambos os lados há desprezo pela valorização da vida e pelo que ela crê. Desrespeito mútuo. Existe ainda a polêmica discussão sobre a liberdade de expressão. “Je suis Charlie”? Sei não. O humor não pode ser usado como meio de entretenimento pelo escárnio ilimitado, sem censura, sem limite, sem respeito, simplesmente porque o “humor é assim”. Desculpe-me, mas “respeito” não é subjetivo, pra mim.1

Percebo, então, que o problema é unicamente do homem. O Deus do Oriente também é o Deus do Ocidente e esse Ser, Superior em tudo, não precisa disso pra que sua lei seja estabelecida aqui na Terra. Deus abomina quem prejudica as pessoas propositalmente.2

Conheço uma música que ilustra muito bem o tamanho do amor, da tolerância, paciência e benignidade que Deus tem:

"Se em tinta o mar se transformasse,
E em papel o céu também,
E a pena ágil deslizasse,
Dizendo o que esse amor contém, 
Daria fim ao grande mar,
Ao esse amor descrever, 
E o céu seria mui pequeno
Pra tal relato conter.

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Referências:
1.      Levítico 19:18
2.      Provérbios 6:12-19

6 comentários:

  1. Intolerância é desrespeito. É falta de amor. E de sabedoria. É insensatez.
    O remédio pra isso? Sabedoria. Se alguém tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá livremente, de boa vontade; e lhe será concedida. (Tiago 1:5)

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  2. Concordo com suas palavras!

    "Quem não ama não o conhece, pois Deus é amor." 1João 4:8

    Este versículo tão conhecido e até mesmo batido diz tudo para mim. Independente de religião, se a base é o amor, o respeito deveria estar embutido. Pensar diferente faz parte, respeitar a opinião alheia também.

    São várias as notícias sobre intolerância religiosa e nenhuma para mim exemplifica o amor de Deus.


    "Se alguém diz: “Eu amo a Deus”, mas odeia o seu irmão, é mentiroso. Pois ninguém pode amar a Deus, a quem não vê, se não amar o seu irmão, a quem vê." 1 João 4:20

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    1. O comentário acima foi bem preciso. As pessoas estão cegas em si mesmas, fazem de seu juízo de valor algo absoluto. Falam de Deus como se estivessem com raiva. Tenho medo do fanatismo.

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  3. "A tolerância é a melhor das religiões." (Victor Hugo)


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