DIGITAIS

DIGITAIS

(por Eduardo Santos)

"Os céus declaram a glória de Deus; o firmamento proclama a obra de suas mãos.

Um dia fala disso a outro dia; uma noite o revela a outra noite.

Sem discurso nem palavras, não se ouve a sua voz.

Mas a sua voz ressoa por toda a Terra e as suas palavras, até os confins do mundo...” ¹

Não sei se já havia me dado conta da profundidade que essas palavras têm, mesmo já tendo lido esse texto várias vezes. Tenho a impressão de que elas saltam da tela e me instigam a imaginar a natureza apresentando as marcas das digitais de seu Criador.

Digitais... Taí uma coisa que está cada vez mais presente no nosso cotidiano. Não faz muito tempo, usavam-se apenas em documentos. Hoje em dia, até para desbloquear aparelhos eletrônicos estão servindo. É claro que elas estão presentes em outras áreas da vida também, em inúmeras delas, mas ressalto uma bem conhecida dos amantes de romances e séries policiais ou que trabalham na área: a ciência forense.

Sei que neste momento os grandes fãs dos famosos programas CSI da vida devem estar imaginando que falaremos um pouco sobre o Lumionol; sinto-me profundamente triste em decepcioná-los. Apesar de ser uma das armas mais populares da área de perícia forense e com vasta aplicabilidade, ele não apresenta muita utilidade quando se tem intenção de encontrar e detectar digitais. 

Uma das ferramentas vastamente empregadas com este fim é a chamada ninidrina, ou melhor, uma solução alcoólica de ninidrina. É aí que entra a química da coisa... (Prometo não me aprofundar muito nos conceitos, essa nem é mesmo a intenção.) Em poucas palavras, todos deixam rastros nos lugares que tocam. Sua composição? Uma mistura quase infinita de moléculas químicas, focaremos numa classe específica e famosa chamada aminoácidos.²

A ninidrina, na verdade a 1,2,3 indanotriona (que se mantém em equilíbrio com a ninidrina), participa de um ataque nucleofílico....(tudo bem, vou me controlar!!rs). O que importa saber é que, ao reagir com os tais aminoácidos que todos secretam, o resultado dessa brincadeira é uma superfície com a cor púrpura na forma do contorno de cada digital deixada no local. Fascinante, não é mesmo?!

Sabe, depois de falar sobre técnicas forenses, me senti um Sherlock Holmes da vida e vi que existem coisas fantásticas a serem descobertas, ou redescobertas, nos rastros que Deus deixou em sua criação. Tive uma ideia repentina: Que tal revisarmos a semana da criação? Para aqueles que estiverem dispostos a embarcar nessa jornada, é bom aguçar os sentidos, pois, como a citação inicial mesmo diz, apesar de serem rastros evidentes, eles também são discretos.

Caro leitor, minha proposta, especialmente nestas próximas sete semanas, é avaliar os detalhes deste vasto mundo pelo viés da teoria criacionista.

 Existem muitas teorias sobre o início de tudo o que conhecemos. Se, por acaso, essa não é sua maneira de pensar, peço que não se sinta desestimulado a ler pelo simples fato da discordância de ideias. Desejo que fique claro que não existe a mínima intenção de convencê-lo e forçá-lo a “converter-se” ao criacionismo, nem acho que deveria.

Quero convidá-lo a pensar de forma diferente neste momento. Sugiro que possamos abrir espaço para o conhecimento, afinal, conhecimento não pesa e não ocupa espaço. Gosto muito de um conselho de Paulo que diz: “(...) ponham à prova todas as coisas e fiquem com o que é bom.” (I Tessalonicenses 5:21).

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Referências:

1. Salmos 19:1-4-Nova Versão Internacional. Disponível em: <https://www.bibliaonline.com.br/nvi/sl/19>. Acessado em: 27/01/2015.

2. CHEMELLO, E. A ciência Forense. Química Virtual, Dezembro (2006).