CORRUPTO, EU?!
(Por Denize
Vicente)
Três em
cada quatro brasileiros... isso mesmo!, três em cada quatro, nada menos,
cometeriam um ato de corrupção se estivessem no lugar dos políticos. Foi o que
mostrou a pesquisa do Ibope divulgada em março de 2006. Numa reportagem
minuciosa, ficou fácil perceber que os entrevistados tinham uma reação dúbia à
corrupção - se por um lado condenavam as irregularidades, de outro admitiam que
cometeriam atos ilícitos se tivessem oportunidade. Por exemplo, 78% deles
consideraram inaceitável aproveitar viagens oficiais para lazer próprio e de
familiares; no entanto, o percentual dos que afirmavam que não fariam isso foi
de apenas 57%.
A
cultura do “achado não é roubado, quem perdeu foi relaxado”, é outro exemplo do
estilo - “brasileiríssimo”, talvez -, que se desenvolveu por aí. Malandragem,
esperteza, ganância, são espécies de um mal que tem dominado mentes e corações
- a desonestidade.
Se
aquela pesquisa de 2006 fosse repetida hoje, qual, você acha, seria o
resultado? Seria diferente? Passados quase dez anos, teriam as pessoas mudado?
Estariam agora menos corruptas ou menos sinceras?
Meu pai
repetia-nos sempre as palavras de Rui Barbosa: “De tanto ver triunfar as
nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça.
De tanto ver agigantarem‑se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a
desanimar‑se da virtude, a rir‑se da honra e a ter vergonha de ser honesto.”[1]
Ser
honrado e honesto; e não se envergonhar disto.
É como
cantava Davi...
“Afastarei de mim
Pensamentos
desonestose não terei nada a ver com a maldade.”[2]
Pensando
bem, no mundo em que vivemos isso não é fácil.
Mas aceite o desafio!
Mas aceite o desafio!
Os últimos acontecimentos fazem aumentar cada vez mais a descrença em valores tão nobres como a honestidade e honra. Do bilhões desviados ao troco a maior não devolvido, temos todos que fazer nossa parte e assumir nossas responsabilidades. Muito pertinente o assunto.
ResponderExcluirEssa do troco é um exemplo fortíssimo, Sérgio. Forte e comum. E muitos nem acham que isso é desonesto. Dizem, muitos, que "é justo"...
ExcluirPode isso, produção???