RIO D’OURO E A ÁGUA QUE DÁ VIDA
Filipe
Souza – Florianópolis/SC
Na
Serra do Urbião, na Espanha, a 2.080 metros de altitude, nasce o Rio D’Ouro.
O rio atravessa o norte do território português e deságua no oceano atlântico
tendo sua foz localizada entre as cidades do Porto e Vila Nova de Gaia. Atravessa
a fronteira de Portugal e Espanha entre as localidades de Miranda do Douro e
Barca D’Alva. Ao longo de suas margens podem ser vistos muitos vinhedos de onde
se colhem uvas para produção do famoso vinho do Porto. Devido as
suas características peculiares, a região vinhateira do Alto D’Ouro foi
incluída como Patrimônio da Humanidade na categoria “paisagem cultural”, pela
Unesco, no ano de 2001.
Fluindo
por vales circundados por montanhas rochosas, o Rio D’Ouro foi represado em
alguns trechos onde foram construídas eclusas e barragens que permitem o
aproveitamento do potencial hidroelétrico do corpo d’água e tornam o rio
navegável em vários trechos. A fim de proporcionar aos turistas uma experiência
ampliada das paisagens, são ofertados alguns serviços de cruzeiros que conduzem
os viajantes ao longo dos meandros do rio.
O Rio
D’ouro possui 850 km de extensão, sendo o terceiro rio mais extenso da
península ibérica, depois do Tejo e do Ebro. Diferentemente das fronteiras
estabelecidas entre países, os rios cruzam os limites estabelecidos pelo homem.
Essa peculiaridade impõe que a gestão das águas transfronteiriças seja
realizada conjuntamente, pois a área de contribuição dos rios, isto é, a bacia
hidrográfica, não respeita os limites territoriais determinados entre os
estados. No período de cheias, o controle de vazões do D’Ouro nas barragens do
lado espanhol é determinante para minorar possíveis danos no lado português, o
que pode acarretar tensões entre os dois vizinhos.
Praça da Ribeira - cheias do Rio Douro em 1909. Em: Porto Desaparecido - " A água atinge o alto do Muro dos Bacalhoeiros..." |
abril de 2016 https://www.noticiasaominuto.com |
Por
essas e outras, a relação entre esses povos irmãos muitas vezes é permeada de
turbulências... Semelhantemente, o evangelho de João descreve a conturbada
relação entre judeus e samaritanos. Ambos os povos descendiam de Jacó e
pertenceram à nação de Israel, porém os samaritanos haviam se misturado com
outros povos, enquanto os judeus não. A rivalidade entre os dois povos cresceu
a tal ponto de não haver mais comunicação entre eles.
Com o
intuito de quebrar esse paradigma, Jesus, que era judeu, pede água a uma mulher
samaritana que tinha ido ao poço de Jacó ao meio-dia para tirar água. A mulher
fica assombrada com o pedido e responde: “Como o senhor, sendo judeu, pede a mim, uma samaritana, água para
beber?” (João 4:9). Jesus, então, responde à samaritana: “Se você conhecesse o dom de Deus e quem está
pedindo água, você lhe teria pedido e dele receberia água viva.” (João
4:10). A mulher, então, pergunta mais uma vez: “O senhor não tem com que tirar água, e o poço é fundo. Onde pode
conseguir essa água viva?” (João 4:11). Jesus então lhe responde:
“Quem beber desta água terá sede outra
vez, mas quem beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede. Ao contrário,
a água que eu lhe der se tornará nele uma fonte de água a jorrar para a vida
eterna.” (João 4:13,14).
Maravilhada
com as palavras de Jesus, a mulher pede a água da vida: “Senhor, dê-me dessa água, para que eu não tenha mais sede, nem precise
voltar aqui para tirar água.” (João 4:15).
Ao
buscar água na hora mais quente do dia, a mulher samaritana buscava escapar do
julgamento da sociedade. Ela havia tido cinco maridos e aquele com quem ela
convivia não era seu marido. Até então ela havia tentado se satisfazer com seus
amores, mas ao encontrar-se com Jesus, a água da vida, ela percebe que havia
encontrado Aquele que poderia dessedentar o seu coração.
Ao
perceber que Jesus não a julgava por ser samaritana ou por haver tido cinco
maridos, aquela mulher volta até a sua cidade e, sem medo de encarar a
multidão, convida toda a cidade a ir ver Aquele que conhecia tudo a seu
respeito.
De
fato, o amor de Jesus não conhece fronteiras, atravessa divisas, pode unir
grandes inimigos e alcançar até aqueles que já desistiram de si mesmos. E assim
como o rio emana vida por onde passa, Jesus também deseja devolver a paz e a
alegria ao seu coração.
Aceite hoje o Seu convite e beba da fonte que está
sempre a jorrar!
Rapaz, isso é poesia. Muito bonito, parabéns!
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