quinta-feira, 22 de março de 2018

RIO D’OURO E A ÁGUA QUE DÁ VIDA


RIO D’OURO E A ÁGUA QUE DÁ VIDA
Filipe Souza – Florianópolis/SC

Na Serra do Urbião, na Espanha, a 2.080 metros de altitude, nasce o Rio D’Ouro. O rio atravessa o norte do território português e deságua no oceano atlântico tendo sua foz localizada entre as cidades do Porto e Vila Nova de Gaia. Atravessa a fronteira de Portugal e Espanha entre as localidades de Miranda do Douro e Barca D’Alva. Ao longo de suas margens podem ser vistos muitos vinhedos de onde se colhem uvas para produção do famoso vinho do Porto. Devido as suas características peculiares, a região vinhateira do Alto D’Ouro foi incluída como Patrimônio da Humanidade na categoria “paisagem cultural”, pela Unesco, no ano de 2001.


Fluindo por vales circundados por montanhas rochosas, o Rio D’Ouro foi represado em alguns trechos onde foram construídas eclusas e barragens que permitem o aproveitamento do potencial hidroelétrico do corpo d’água e tornam o rio navegável em vários trechos. A fim de proporcionar aos turistas uma experiência ampliada das paisagens, são ofertados alguns serviços de cruzeiros que conduzem os viajantes ao longo dos meandros do rio.


O Rio D’ouro possui 850 km de extensão, sendo o terceiro rio mais extenso da península ibérica, depois do Tejo e do Ebro. Diferentemente das fronteiras estabelecidas entre países, os rios cruzam os limites estabelecidos pelo homem. Essa peculiaridade impõe que a gestão das águas transfronteiriças seja realizada conjuntamente, pois a área de contribuição dos rios, isto é, a bacia hidrográfica, não respeita os limites territoriais determinados entre os estados. No período de cheias, o controle de vazões do D’Ouro nas barragens do lado espanhol é determinante para minorar possíveis danos no lado português, o que pode acarretar tensões entre os dois vizinhos.

Praça da Ribeira - cheias do Rio Douro em 1909.
Em: Porto Desaparecido - " A água atinge o alto do Muro dos Bacalhoeiros..." 
abril de 2016
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Por essas e outras, a relação entre esses povos irmãos muitas vezes é permeada de turbulências... Semelhantemente, o evangelho de João descreve a conturbada relação entre judeus e samaritanos. Ambos os povos descendiam de Jacó e pertenceram à nação de Israel, porém os samaritanos haviam se misturado com outros povos, enquanto os judeus não. A rivalidade entre os dois povos cresceu a tal ponto de não haver mais comunicação entre eles.

Com o intuito de quebrar esse paradigma, Jesus, que era judeu, pede água a uma mulher samaritana que tinha ido ao poço de Jacó ao meio-dia para tirar água. A mulher fica assombrada com o pedido e responde: “Como o senhor, sendo judeu, pede a mim, uma samaritana, água para beber?” (João 4:9). Jesus, então, responde à samaritana: “Se você conhecesse o dom de Deus e quem está pedindo água, você lhe teria pedido e dele receberia água viva.” (João 4:10). A mulher, então, pergunta mais uma vez: “O senhor não tem com que tirar água, e o poço é fundo. Onde pode conseguir essa água viva?” (João 4:11). Jesus então lhe responde: “Quem beber desta água terá sede outra vez, mas quem beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede. Ao contrário, a água que eu lhe der se tornará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna.” (João 4:13,14).



Maravilhada com as palavras de Jesus, a mulher pede a água da vida: “Senhor, dê-me dessa água, para que eu não tenha mais sede, nem precise voltar aqui para tirar água.” (João 4:15).

Ao buscar água na hora mais quente do dia, a mulher samaritana buscava escapar do julgamento da sociedade. Ela havia tido cinco maridos e aquele com quem ela convivia não era seu marido. Até então ela havia tentado se satisfazer com seus amores, mas ao encontrar-se com Jesus, a água da vida, ela percebe que havia encontrado Aquele que poderia dessedentar o seu coração.

Ao perceber que Jesus não a julgava por ser samaritana ou por haver tido cinco maridos, aquela mulher volta até a sua cidade e, sem medo de encarar a multidão, convida toda a cidade a ir ver Aquele que conhecia tudo a seu respeito.

De fato, o amor de Jesus não conhece fronteiras, atravessa divisas, pode unir grandes inimigos e alcançar até aqueles que já desistiram de si mesmos. E assim como o rio emana vida por onde passa, Jesus também deseja devolver a paz e a alegria ao seu coração. 

Aceite hoje o Seu convite e beba da fonte que está sempre a jorrar!


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