PONTOS
DE VISTA
Denize Vicente – Rio de Janeiro/RJ
Faz
quase dez anos. Meu irmão morava em Ville de Québec (capital da província de
Québec/Canadá) e eu estava lá, de férias. Era um ano comemorativo. Québec fazia
400 anos e tudo ali era festa! Foram muitos eventos e a gente foi numa porção
deles, desde coisas comuns dos dias de verão, como os artistas do Cirque du Soleil e suas apresentações gratuitas pelas ruas, a troca da guarda, até o Festival de Balões,
passando pelo fantástico show de imagens contando a história da cidade - no
antigo porto, os silos de grãos foram transformados em imensas telas; a maior
projeção arquitetônica já vista: um “telão” com 657 metros de comprimento...
LE MOULIN À IMAGES |
E numa bela manhã, naquele verão, a gente foi ver a troca da guarda. La Citadelle. Dez horas da manhã. A cerimônia é muito linda! Tudo muito encantador e perfeito. Da cabeça aos pés tudo acontece num incrível sincronismo. Os “soldadinhos de chumbo” são mesmo apaixonantes; mas não riem por nada, mesmo que a gente faça cosquinha neles (não, eu não fiz...). O desfile da mascote – uma cabra – é um show à parte.
Depois da cerimônia fomos ao Observatório da Capital ver a cidade lá de cima, andar n. 31. Lá do alto vimos a lona armada
do Cirque du Soleil, o Chateau Frontenac, o prédio do Parlamento, as casinhas
de teto colorido... tudo o que já havíamos visto de pertinho. Mas agora
estávamos no 31º andar. É lindo ver as coisas de cima, sabe? Especialmente pras
pessoas que não chegam nem a 1,60m de altura, sobre os seus próprios pés...
Semana que vem eu vou contar o que aconteceu
na hora em que a gente estava indo embora do Observatório... mas hoje eu queria
voltar ao comentário que acabei de fazer: é lindo ver as coisas de cima...
Lançado pela PubliFolha Editora, o livro “As
coisas vistas de cima” (Olivia Muniz, Fabio Yabu) tenta
mostrar às crianças que ver o mundo de cima pode ser diferente e fascinante. Quem
viaja ou passeia num balão, quem sobe a CN Tower, em Toronto, quem sobe o Morro
da Urca ou o Corcovado, no Rio, quem faz trilhas em qualquer lugar do mundo vai
concordar: as coisas vistas de cima tem uma cor e um sabor especial. Do alto
a gente pode ter outra visão, outra percepção.
Eu acho que acontece alguma coisa desse tipo quando Deus me vê, lá de cima. Não é exatamente a mesma visão que as pessoas
aqui embaixo têm. Lá de cima Ele vê o meu coração e percebe o que há dentro de
mim. As lutas que eu luto no meu interior ninguém vê; tampouco as suas. As
dores que eu sinto cada vez que fracasso, o desânimo que quer se sobrepor à
força de vontade... nada disso, em mim, quem está aqui embaixo pode ver; e é
assim também com você. Mas eu acredito num Deus que lê a mente e o coração da
gente e acompanha cada intenção. Você faz ideia do quanto isso é bom de sentir? Samuel
disse assim: “O Senhor não vê como o homem: o homem vê a aparência, mas Deus vê
o coração.” (I Samuel 16:7). É lindo o jeito como Deus nos olha...
A visão de Deus, lá de cima, é diferente.
Isso pode nos trazer tranquilidade, segurança e até esperança.
Diz-se que uma vez alguém, fascinado com a
beleza de uma das esculturas de Michelangelo, perguntou a ele como era possível
produzir uma obra tão bela, ao que ele respondeu dizendo que não é tão difícil
como se pode imaginar; “eu não faço nada, a imagem já está na pedra, eu apenas
tiro o excesso”.
Acho que é isso que Deus, lá de cima, o
Todo-Poderoso, faz. Ele nos vê como somos e como desejamos ser; vê em nós a Sua
obra-prima e apenas tira o excesso.
Olhe pra cima. Sorria. Você está sendo
cuidado.
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Referência/Fonte:
http://lacitadelle.qc.ca/fr/ - acessado
em 06/03/2018
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