sexta-feira, 9 de março de 2018

PONTOS DE VISTA


PONTOS DE VISTA
Denize Vicente – Rio de Janeiro/RJ

Faz quase dez anos. Meu irmão morava em Ville de Québec (capital da província de Québec/Canadá) e eu estava lá, de férias. Era um ano comemorativo. Québec fazia 400 anos e tudo ali era festa! Foram muitos eventos e a gente foi numa porção deles, desde coisas comuns dos dias de verão, como os artistas do Cirque du Soleil e suas apresentações gratuitas pelas ruas, a troca da guarda, até o Festival de Balões, passando pelo fantástico show de imagens contando a história da cidade - no antigo porto, os silos de grãos foram transformados em imensas telas; a maior projeção arquitetônica já vista: um “telão” com 657 metros de comprimento...

LE MOULIN À IMAGES


E numa bela manhã, naquele verão, a gente foi ver a troca da guarda. La Citadelle. Dez horas da manhã. A cerimônia é muito linda! Tudo muito encantador e perfeito. Da cabeça aos pés tudo acontece num incrível sincronismo. Os “soldadinhos de chumbo” são mesmo apaixonantes; mas não riem por nada, mesmo que a gente faça cosquinha neles (não, eu não fiz...). O desfile da mascote – uma cabra – é um show à parte.



Depois da cerimônia fomos ao Observatório da Capital ver a cidade lá de cima, andar n. 31. Lá do alto vimos a lona armada do Cirque du Soleil, o Chateau Frontenac, o prédio do Parlamento, as casinhas de teto colorido... tudo o que já havíamos visto de pertinho. Mas agora estávamos no 31º andar. É lindo ver as coisas de cima, sabe? Especialmente pras pessoas que não chegam nem a 1,60m de altura, sobre os seus próprios pés...


Semana que vem eu vou contar o que aconteceu na hora em que a gente estava indo embora do Observatório... mas hoje eu queria voltar ao comentário que acabei de fazer: é lindo ver as coisas de cima...

Lançado pela PubliFolha Editora, o livro “As coisas vistas de cima” (Olivia MunizFabio Yabu) tenta mostrar às crianças que ver o mundo de cima pode ser diferente e fascinante. Quem viaja ou passeia num balão, quem sobe a CN Tower, em Toronto, quem sobe o Morro da Urca ou o Corcovado, no Rio, quem faz trilhas em qualquer lugar do mundo vai concordar: as coisas vistas de cima tem uma cor e um sabor especial. Do alto a gente pode ter outra visão, outra percepção.

Eu acho que acontece alguma coisa desse tipo quando Deus me vê, lá de cima. Não é exatamente a mesma visão que as pessoas aqui embaixo têm. Lá de cima Ele vê o meu coração e percebe o que há dentro de mim. As lutas que eu luto no meu interior ninguém vê; tampouco as suas. As dores que eu sinto cada vez que fracasso, o desânimo que quer se sobrepor à força de vontade... nada disso, em mim, quem está aqui embaixo pode ver; e é assim também com você. Mas eu acredito num Deus que lê a mente e o coração da gente e acompanha cada intenção. Você faz ideia do quanto isso é bom de sentir? Samuel disse assim: “O Senhor não vê como o homem: o homem vê a aparência, mas Deus vê o coração.” (I Samuel 16:7). É lindo o jeito como Deus nos olha...

A visão de Deus, lá de cima, é diferente. Isso pode nos trazer tranquilidade, segurança e até esperança.

Diz-se que uma vez alguém, fascinado com a beleza de uma das esculturas de Michelangelo, perguntou a ele como era possível produzir uma obra tão bela, ao que ele respondeu dizendo que não é tão difícil como se pode imaginar; “eu não faço nada, a imagem já está na pedra, eu apenas tiro o excesso”.

Acho que é isso que Deus, lá de cima, o Todo-Poderoso, faz. Ele nos vê como somos e como desejamos ser; vê em nós a Sua obra-prima e apenas tira o excesso.

Olhe pra cima. Sorria. Você está sendo cuidado.


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Referência/Fonte:

http://lacitadelle.qc.ca/fr/ - acessado em 06/03/2018

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