NO CAMINHO DO BEM
Jackson Valoni - Angra dos Reis/RJ
Com sete anos, Roberta era minha namorada. Eu gostava dela o mesmo tanto
que gostava de jogar Master System. Ela era minha namorada, mas nunca segurei
na mão dela. Ela era ruiva e tinha sardinhas na bochecha. Um dia ela escreveu
um bilhetinho pra mim, e no lugar do meu nome estava escrito
"jaquissom", ou alguma coisa assim.
Eu tinha seis anos, nunca havia segurado a mão dela, mas era a primeira
ideia que tive sobre ter um par romântico. No meio do ano de 1996, Roberta foi
escolhida para ser o meu par durante os ensaios para a festa junina
promovida pela escola. Imagina, eu que até então só dançava com meu pai as
músicas do Trem da Alegria, agora tinha uma das minhas mãos segurando a mão da
Roberta!
Esta semana eu soube de uma cena que gerou debate: dois meninos se
beijam enquanto comemoram o aniversário de 12 anos de um deles. Esses garotos
eram um pouco mais velhos do que eu, quando era apaixonadinho pela Roberta, mas
não deixam de ser crianças. Se bem que, tecnicamente, o menino de 12 anos já é
um adolescente de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente.
Algumas coisas me chamaram a atenção durante esta semana. Como exemplo,
citaria a ajuda financeira de igrejas evangélicas para reconstruir um terreiro
de religião africana. Um tema que pode produzir um debate bastante
interessante.
Temas mais ousados, como o aborto, pena de morte, legalização da
maconha, a participação de líderes religiosos na política, entre outros, só
podem ser debatidos de forma genuína por um cristão - estou restringindo ao
cristão, não ao evangélico - se os princípios de suas palavras forem
demonstrados em sua vida. E aqui estamos num campo minado, já que grande
parcela de cristãos apoia um pretenso candidato à presidência da República que
respalda seus argumentos com sérios ataques racistas, raivosos, e fomentadores
de ódio.
O grande problema é que o cristão, sobretudo o evangélico, é referência
de moralismo, boas maneiras e bons costumes. E quem não gosta de ver a pessoa
certinha quebrando a cara?
Uma vez Deus pediu pra Adão e Eva não comerem a fruta de uma árvore
específica. Satanás, por meio de uma serpente, desmentiu Deus e fez Eva comer.
Eva fez Adão comer. Deus disse "certamente morrerás" (Gênesis 2:17),
mas Satanás disse "é certo que não morrereis" (Gênesis 3:4). Todos
pecaram, e o salário do pecado é a morte. Satanás escolhe bem suas palavras, e
defende suas teses com a habilidade de um professor ao ensinar aquilo que gosta.
Infelizmente, nem toda frase libertadora provém de Deus. Hoje, colocam-se
de lado os ensinamentos de Deus para enaltecer doutrinas de filósofos que
sustentam suas correntes de pensamento contrárias ao que o Senhor nos mostra.
Alguns ainda tentam aliar a máxima "Deus é amor" (I João 4:8) com a
permissividade que o mundo moderno injeta.
Satanás venceu no Éden, Jesus venceu na cruz. Não deixe as verdades de
Cristo passarem em vão no seu coração. Apenas com Deus em mente seremos capazes
de tomar um partido correto sobre as questões mais polêmicas deste mundo que
tende a sucumbir.
"Desventurado homem que sou!
Quem me livrará do corpo desta morte? Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso
Senhor. De maneira que eu, de mim mesmo, com a mente, sou escravo da lei de
Deus, mas, segundo a carne, da lei do pecado." Romanos 7:24, 25
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