quinta-feira, 1 de março de 2018

ESPERANÇA NO ALENTEJO


ESPERANÇA NO ALENTEJO
Filipe Souza – Florianópolis - SC

Situada na sub-região do Alto Alentejo, encontra-se a freguesia Esperança, concelho de Arronches, Distrito de Portalegre. A freguesia é fronteiriça à Espanha formada por pequenas propriedades rurais.


A fim de conhecer melhor a região ficamos hospedados em uma típica casa alentejana, azul e branca, onde os donos criam ovelhas. Como há raposas na região as ovelhas ficam reclusas no aprisco guardadas por um cão pastor. Procurei me aproximar lentamente a fim de tirar algumas fotografias sem acordar o cão que parecia dormir, mas fui prontamente recebido por rosnados e latidos raivosos.


No dia seguinte, tentei novamente me aproximar das ovelhas, porém o cão frustrou novamente minhas expectativas. Felizmente, dessa vez, a dona da propriedade estava por perto e trouxe uma de suas ovelhas, chamada Deisy, para fora do curral a fim de que pudéssemos conhecê-la de perto.

A dona da propriedade nos contou que Deisy se apegou muito a ela, pois havia sido abandonada por sua mãe-ovelha para morrer - já que não havia pasto suficiente para o rebanho, em razão de uma grande seca que tomou conta da região nos últimos anos. 

Contrariando as leis da natureza, nossa anfitriã foi quem alimentou a pequena ovelha, que passou a considerá-la como sua própria mãe.
  
Essa história me remete à forma como Paulo, autor da carta aos Romanos, descreve qual deve ser a nossa relação para com Deus: “Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estardes em temor, mas recebestes o Espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai.” (Romanos 8:15). Para Paulo, nossa relação para com Deus não deve ser uma relação de medo, mas de confiança, como pais e filhos.


Paulo conclui sua declaração afirmando que o fato de termos sido adotados nos permite falar com o Criador de forma muito íntima, chamando-o afetuosamente de “Aba” ou “Paizinho”. Curiosamente, o mesmo Paulo declara em sua carta aos Efésios (cap. 2) que nós estávamos condenados, mortos em nossas ofensas e pecados, mas fomos "vivificados", ganhamos vida, pela misericórdia e pelo muito amor com que Deus nos amou. Éramos filhos da ira, condenados à morte, mas pela adoção recebemos a oportunidade de vida eterna!

Assim como Deisy não podia fazer nada a fim de mudar a sua sorte, nós também não tínhamos condições de alterar o nosso destino; mas Deus que é infinito em misericórdia pagou o preço do nosso resgate ao morrer numa cruz em nosso lugar.

O que faremos em resposta a tão grande amor? Continuaremos a viver como escravos dos nossos desejos e erros? Ou nos renderemos em obediência ao nosso amado Paizinho por tão grande esperança?

2 comentários:

  1. Muita gente relutante por não saber como é ter um pai

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  2. Que possamos nos render em obediência ao nosso paizinho! Linda msg.👏👏👏👏👏👏

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