VISLUMBRES
Eduardo Dudu Santos
– Rio de Janeiro/RJ
Sempre tive muitos
cachorros em casa. O quintal é grande e isso meio que era um aval para a
acolhida de tantos pets. Na fase mais povoada eram 7 os companheiros caninos,
mas, agora, há apenas um remanescente.
O nome dela é
Turquesa. Não pergunte o motivo do nome... provavelmente eu não saberia dizer!
Já convivemos juntos durante bastante tempo e, assim como acontece com os humanos,
o tempo não tem sido muito generoso para com ela.
Atualmente, a
Turquesa já não enxerga nem ouve, e utilizava sua irmã (nem sei se poderia usar
esse termo, no caso) como cão-guia. Sim, meu cão tinha um cão-guia... mas ela
foi deixada só, recentemente, por sua companheira tão de idade quanto ela.
Por conta da
sensação de isolamento do mundo, muitas vezes ela é levada a uivar, se sentindo
sozinha ou pensando estar só. Ela sempre foi muito carente e, sem enxergar sua
companhia, sofre com angústias frequentes. Muitas vezes, ela só cessa os uivos
quando é afagada por alguém ou sente alguém passando perto dela e então vê que
não está desamparada.
Não muito diferentes
dessa ilustração somos nós, às vezes. Desaprendemos o idioma do céu e nossa
vista é turvada pelas coisas deste mundo, e nos vemos a “uivar” pensando que
estamos sós. Deus, em sua bondade, nos toca ou nos permite perceber Sua
proximidade de nós.
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