quinta-feira, 29 de março de 2018

VISLUMBRES


VISLUMBRES
Eduardo Dudu Santos – Rio de Janeiro/RJ


Sempre tive muitos cachorros em casa. O quintal é grande e isso meio que era um aval para a acolhida de tantos pets. Na fase mais povoada eram 7 os companheiros caninos, mas, agora, há apenas um remanescente.

O nome dela é Turquesa. Não pergunte o motivo do nome... provavelmente eu não saberia dizer! Já convivemos juntos durante bastante tempo e, assim como acontece com os humanos, o tempo não tem sido muito generoso para com ela.

Atualmente, a Turquesa já não enxerga nem ouve, e utilizava sua irmã (nem sei se poderia usar esse termo, no caso) como cão-guia. Sim, meu cão tinha um cão-guia... mas ela foi deixada só, recentemente, por sua companheira tão de idade quanto ela.

Por conta da sensação de isolamento do mundo, muitas vezes ela é levada a uivar, se sentindo sozinha ou pensando estar só. Ela sempre foi muito carente e, sem enxergar sua companhia, sofre com angústias frequentes. Muitas vezes, ela só cessa os uivos quando é afagada por alguém ou sente alguém passando perto dela e então vê que não está desamparada.

Não muito diferentes dessa ilustração somos nós, às vezes. Desaprendemos o idioma do céu e nossa vista é turvada pelas coisas deste mundo, e nos vemos a “uivar” pensando que estamos sós. Deus, em sua bondade, nos toca ou nos permite perceber Sua proximidade de nós.


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